Origem: Revista O Cristão – Mulheres do Novo Testamento
Maria Madalena
Quando Maria Madalena é mencionada pela primeira vez na Escritura, somos informados de dois fatos notáveis: que o Senhor expulsou sete demônios dela e que ela, com outras mulheres, O serviu com seus bens (Lc 8:2-3). Satanás tinha total controle sobre aquela pobre mulher, o que foi manifestado por sete formas do mal, e ele a manteve absolutamente em seu poder até que Aquele que era mais forte do que o homem forte viesse, e em Seu poderoso amor e poder, Ele removeu as faixas e a libertou do cativeiro. Então ela estava livre para servir e, em resposta ao amor que tanto tinha feito por ela, ela se deleitava em servi-Lo.
O que ela possuía das riquezas deste mundo (antes, sem dúvida, usado para a própria satisfação) era agora dedicado ao Senhor, que conquistou inteiramente a lealdade de seu coração, e era usado para ajudar a suprir as necessidades temporais d’Aquele que, embora sendo rico, tornara-se pobre por causa dela, para que, por meio de Sua pobreza, ela pudesse ser realmente rica. A partir desse momento, ela se tornou definitivamente uma de Suas discípulas, e com os 12 e várias outras mulheres, O seguiu de cidade em cidade e de vila em vila, onde Ele pregou as boas novas do reino de Deus.
Junto à cruz
A maravilhosa vida de Jesus na Terra foi completada; Seu curso aqui terminou, e Jesus, o Salvador, estava morrendo na cruz pelo pecado. Ao longe, contemplando a cena com profunda tristeza, estavam algumas mulheres devotadas que O seguiram desde a Galileia, e das quais Maria Madalena era uma delas. Seu amor e apego ao Salvador, no entanto, talvez tenham superado a aversão natural de testemunhar o sofrimento, e a atração do amor a aproximou, pois João nos diz que ela estava “junto à cruz”.
Temos, cada um de nós, conhecimento do que é ter estado em espírito na posição de Maria, e ali aprendido algo sobre a extensão e a profundidade do amor que levou o precioso Salvador a tal sofrimento – “até a morte de cruz” – por nossa causa? Maria Madalena permaneceu “junto à cruz” até que tudo acabou. Nenhum poder poderia afastá-la do Objeto de sua afeição. Ela ouviu o grito de pavor, por ter sido abandonado por Deus, sair dos lábios do bendito Portador do pecado; o profundamente significativo, “Está consumado” também entrou em seus ouvidos atentos; ela ouviu seu Senhor recomendar Seu Espírito a Seu Pai, e testemunhou a entrega real de Sua vida preciosa, a entrega de Seu Espírito. Que verdades profundas sua alma estava absorvendo!
No sepulcro
Ela estava lá quando o precioso corpo do Senhor foi retirado, envolvido em linho fino por José de Arimateia e colocado em seu sepulcro novo. Maria estava presente no enterro, pois Marcos nos diz que ela viu onde O colocaram. As verdades profundas e de longo alcance sobre a ressurreição puderam ser reveladas a um coração tão devotado como o dela.
Retornando da tumba, ela preparou especiarias doces e óleo de unção, e então descansou durante o sábado. Mas ao amanhecer do primeiro dia da semana ela voltou ao sepulcro para ungir o corpo do Senhor, apesar da grande pedra lacrada que fechava a entrada e das sentinelas colocadas ali para vigiar. O amor é superior a todas as dificuldades, elas não entraram em seu cálculo. Quando chegaram à tumba, no entanto, ela e suas companheiras encontraram a pedra tirada da entrada, dois anjos no controle e os guardas tão impotentes quanto homens mortos. Não havia agora necessidade de perguntar, “quem nos revolverá a pedra”?
Na Sua ressurreição
Maria correu de volta aos discípulos para contar sobre o sepulcro aberto e voltou com Pedro e João, que se apressaram a se convencerem de que o Senhor não estava ali e que havia partido. Mas não Maria; ela continuou chorando, “porque”, como disse aos anjos, “levaram o meu Senhor, e não sei onde O puseram”. Seu coração estava desolado, seu Objeto se foi e a vida não era nada sem Ele. O Senhor está assim guardado em nosso coração? É este mundo um verdadeiro deserto para nossa alma porque Ele não está aqui? Faremos bem em nos fazer essas perguntas.
Sua devoção foi recompensada, pois Jesus, seu Senhor, Se revelou a ela. Ela, como uma de Suas ovelhas, conhecia Sua voz e respondeu com uma exclamação: “Mestre”, quando o simples “Maria” foi falado com tanto amor. Então o Senhor teve mais a dizer e a ela foi confiada a mensagem mais maravilhosa já enviada ao homem. “Vai para Meus irmãos”, disse o Senhor ressuscitado, “e dize-lhes que subo para Meu Pai e vosso Pai, Meu Deus e vosso Deus” (Jo 20:17).
Que relacionamento maravilhoso, os resultados da morte e ressurreição! O Senhor declara que aqueles que O amam e O seguem são Seus irmãos, e os une a Si mesmo no relacionamento com Seu Deus e Pai. Nada pode quebrar tais vínculos estabelecidos pelo Senhor em relação a um sistema inteiramente novo de coisas, onde Ele, em vez de ser renegado e rejeitado, é supremo.
Maria era inteligente quanto a quem eram Seus irmãos, pois voltou para Seus discípulos e disse-lhes “que vira o Senhor e que Ele lhe falara essas coisas”.
Women of Scripture, autor desconhecido (adaptado)