Origem: Revista O Cristão – Maternidade

Maternidade

Não há nada mais doce do que uma jovem mãe segurando seu bebê recém-nascido em seus braços. No entanto, essa nobre ocupação da maternidade é menosprezada por muitos em nossa sociedade como algo inferior. O que aconteceu conosco? Sem mães, nos faltariam o cuidado e nutrição necessários do lar e nossa raça logo se extinguiria! Adão percebeu isso depois que a maldição da morte caiu sobre ele quando chamou o nome de sua esposa, Eva, “porquanto ela era a mãe de todos os viventes” (Gn 3:20). A compreensão de como a vida poderia continuar quando ele estava sob a sentença de morte foi uma bênção maior para ele do que a que teve quando viu sua esposa pela primeira vez e disse: “Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada” (Gn 2:23). Há algo ainda melhor para as jovens ansiarem após o dia do casamento; é o dia em que elas segurarão um recém-nascido em seus braços.

Deus instituiu a ordem natural da família. Fazemos bem em aderir de perto ao Seu modelo. Será nosso prejuízo se nos afastarmos dele. Nossa sociedade enfatiza tanto o trabalho quanto o prazer a ponto de a importância de se ter um lar em ordem é considerado algo servil e indigno daqueles com as assim chamadas “melhores virtudes”. A taxa de natalidade em muitos países está caindo. Isso cria inúmeras outras consequências prejudiciais, como uma força de trabalho reduzida e uma alta concentração de idosos. Essas coisas são apenas resultados secundários, sobre os quais não é nosso propósito discorrer.

Ao escrever sobre esse assunto, poderíamos falar como aqueles que acham censurável que as mulheres estejam tomando o lugar dos homens. Certamente isso está errado, mas eu gostaria de abordar o assunto do ponto de vista de que o maior erro para as mulheres é que elas não cumpram seu próprio papel de serem mães que cuidam de sua casa.

O ataque às mulheres 

Quando Adão e Eva caíram em pecado e se tornaram servos de Satanás, Deus sondou as causas de seus pecados e julgou cada um deles. Naquele momento, entre outras coisas, Ele disse à serpente (Satanás): “E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a Sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu Lhe ferirás o calcanhar”. Para as mulheres, Ele disse: “Multiplicarei grandemente a tua dor e a tua conceição; com dor terás filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará” (Gn 3:15-16). Essas duas declarações do Senhor estão no cerne da questão da “maternidade”. A inimizade não foi posta no coração da mulher, mas em Satanás. A promessa de uma Semente que feriria a cabeça de Satanás foi dada às mulheres. O nascimento do Senhor Jesus foi o cumprimento dessa promessa. Satanás procurou destruí-Lo desde o nascimento. Na cruz, quando Jesus morreu, Ele feriu a cabeça de Satanás, vencendo o poder da morte como Homem. Ele subiu ao céu e Satanás não pode mais alcançá-Lo. Mas Ele voltou ao céu sem ter descendência (Is 53:8 – JND). Um de Seus últimos atos enquanto estava na cruz foi o de providenciar cuidados para Sua mãe.

A esperança das mulheres nos tempos do Velho Testamento era ser a mãe da Semente prometida. A virgem Maria cumpriu esse papel. No entanto, a inimizade de Satanás contra as mulheres continua. O foco do ataque agora é impedir que as mulheres multipliquem uma semente para Cristo. Nesse conflito inabalável, uma porta de oportunidade está aberta para as mães. É especialmente dada a elas a responsabilidade de multiplicar uma semente para Cristo. Embora a tristeza e as dores do parto não tenham sido removidas na vinda de Cristo, o Novo Testamento dá uma promessa especial às mães. “A mulher, sendo enganada, caiu em transgressão. Mas ela será preservada ao dar a luz a filhos, se continuar em fé, amor e santidade com discrição” (1 Tm 2:14-15 – JND). O Senhor preservará a mulher piedosa que se submete ao seu papel de gerar filhos, e os filhos que nascerem e forem trazidos ao Senhor viverão em bênção com Cristo, muito tempo depois de Satanás ser amarrado. As mães serão as vencedoras neste conflito.

Primeiro o natural, depois o espiritual 

O Senhor Jesus foi o Primogênito de Sua mãe Maria. Ele na ressurreição tornou-Se o princípio de uma nova criação. Isso responde ao que Adão procurou quando nomeou Eva. “O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o Último Adão, em espírito vivificante. Mas não é primeiro o espiritual, senão o animal [natural – ARA]; depois, o espiritual” (1 Co 15:45-46). É por meio da pregação do evangelho a respeito de como Cristo morreu por nossos pecados e ressuscitou dentre os mortos que participamos de Sua vida espiritual. Mas é impossível ter essa vida espiritual sem antes ter a natural. É aqui que a porta da oportunidade está aberta para as mães: primeiro, ter filhos e depois levar os filhos ao Senhor como Salvador. Os filhos que são levados a conhecer o Senhor dessa maneira não apenas viverão alguns anos sob a maldição do pecado e morrerão, mas eles devem fazer parte da família de Deus. “Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em Mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive e crê em Mim nunca morrerá” (Jo 11:25-26).

A esse respeito, lembramos àquelas que não podem ter seus próprios filhos que ainda há a oportunidade de levar almas a conhecer o Senhor. Essa melhor parte dos dois papéis ainda é sua para cumprir. O Senhor diz em Isaías 54:1: “Canta alegremente, ó estéril que não deste à luz! Exulta de prazer com alegre canto e exclama, tu que não tiveste dores de parto! Porque mais são os filhos da solitária do que os filhos da casada, diz o SENHOR”.

Filhos 

No Novo Testamento, depois que nosso Salvador Jesus Cristo anulou a morte e trouxe vida e imortalidade à luz por meio do evangelho, temos as instruções dadas a Timóteo: “Quero, pois, que as que são moças se casem, gerem filhos, governem a casa e não deem ocasião ao adversário de maldizer” (1 Tm 5:14). As mulheres que cumprem fielmente esse papel são uma grande bênção para suas famílias e também para a Igreja. São usadas para preservar as assembleias locais ao longo dos anos até a vinda do Senhor. Isso não quer dizer que todos devam ter uma família numerosa. Isso é uma falha em ver o verdadeiro objetivo. Os pais devem ter o número de filhos que podem criar adequadamente para o Senhor, e “bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava”. Por essa razão, é dito aos maridos “coabitai com ela com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais fraco; como sendo vós os seus coerdeiros da graça da vida; para que não sejam impedidas as vossas orações” (1 Pe 3:7). Criar uma família para o Senhor é obra do casal. Isso só pode ser feito por meio de diligência e em oração, seguindo as instruções da Palavra.

Alguns casais jovens gostam de adiar ter filhos para aproveitar a vida sem a responsabilidade dos filhos. Embora admitamos que possa haver casos especiais, é melhor ter filhos quando você é jovem. Outros podem procurar não ter filhos por causa de toda a impiedade do mundo. É verdade que o Senhor disse a respeito de Judas que teria sido melhor se ele nunca tivesse nascido. Mas o Senhor é capaz de nos impedir de cair (Judas 24). Não é um ato de fé evitar ter filhos por causa das más circunstâncias do mundo. Que o Senhor nos conceda ver Seu deleite em termos filhos (Pv 8:31), bem como as bênçãos que isso traz ao nosso lar. “Eis que os filhos são herança do SENHOR, e o fruto do ventre, o seu galardão. Como flechas na mão do valente, assim são os filhos da mocidade. Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta” (Sl 127:3-5).

Para as mulheres mais velhas 

A maior parte do papel das mães começa após o nascimento dos filhos. O trabalho das mães é cuidar das pessoas em casa com o objetivo de nutrir e ensinar as crianças a entrar na idade adulta, bem preparadas para o momento em que seguirão o Senhor por conta própria. O Salmo 131 fala de uma criança desmamada que não apenas tem um relacionamento pessoal com o Senhor, medido pelo autocontrole, mas também tem em vista o bem do povo de Deus. Às mulheres mais velhas é dado o papel de ajudar e ensinar as mães mais novas. Paulo escreveu a Tito que as mulheres mais velhas deveriam ser “para que admoestem as mulheres jovens a serem apegadas a seus maridos, apegadas a seus filhos, discretas, castas, diligentes no trabalho doméstico, boas, sujeitas a seus próprios maridos, para que a Palavra de Deus não seja mal falada” (Tt 2:4-5 – JND). Queremos encorajar as anciãs a cumprir esse papel tão necessário.

D. C. Buchanan

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