Origem: Revista O Cristão – Montes

Meu Santo Monte

Ao considerar o assunto sobre montes, não podemos deixar de notar uma frase que ocorre doze vezes na Palavra de Deus: “Meu santo monte”. Todas as referências a “Meu santo monte” ocorrem no Velho Testamento, em profecias relacionadas a Israel, e particularmente à sua glória futura, quando o Senhor os restaurar a um lugar de destaque no mundo, no milênio. Essas profecias ainda não foram cumpridas, mas certamente serão, pois o Senhor disse isso. Não precisamos especular sobre o significado primário da frase, pois lemos: “E trarão todos os vossos irmãos, dentre todas as nações, por presente [oferta – ARA] ao SENHOR, sobre cavalos, e em carros, e em liteiras, e sobre mulas, e sobre dromedários, ao Meu santo monte, a Jerusalém, diz o SENHOR, como quando os filhos de Israel trazem as suas ofertas em vasos limpos à Casa do SENHOR” (Is 66:20). Além disso, lemos: “Sabereis, assim, que Eu Sou o SENHOR, vosso Deus, que habito em Sião, meu santo monte; e Jerusalém será santa; estranhos não passarão mais por ela” (Jl 3:17 – ARA). Em dias vindouros, a cidade de Jerusalém e o templo serão conhecidos como o “monte santo” de Deus.

A bênção no céu e na Terra 

Deus tem em Seus propósitos abençoar a Igreja no céu e abençoar Israel na Terra, pois Ele disse que haverá “a administração da plenitude dos tempos; encabeçar todas as coisas em o Cristo, as coisas nos céus e as coisas na Terra” (Ef 1:10-11 – JND). A Igreja primeiro deve ser levada quando nosso Senhor Jesus Cristo vier nos chamar ao lar, mas depois Ele começará a realizar Seus propósitos na Terra, com o objetivo de estabelecer Seu glorioso reino. Os terríveis julgamentos durante e no final do período da tribulação prepararão o caminho para isso, e então o Senhor Jesus aparecerá com Sua noiva, a Igreja, “para ser glorificado nos Seus santos e para Se fazer admirável, naquele dia, em todos os que creem” (2 Ts 1:10).

Jerusalém 

Em uma edição anterior da revista O Cristão (Junho de 2017), abordamos o assunto sobre Jerusalém, observando que várias frases são dadas na Escritura para descrever essa cidade em bênçãos do Milênio, incluindo “a alegria de toda a Terra”, “a cidade do Grande Rei” (Sl 48:2)e “a cidade da paz”. Mas, como vimos, Deus também dará outro título: “Meu santo monte”. Nenhuma das descrições acima se encaixa em Jerusalém hoje, pois não vemos nada de “a alegria de toda a Terra”, nem de “a cidade da paz”. É um lugar de constante conflito, pois Cristãos, judeus e muçulmanos competem por seu lugar nela. O grande rei, nosso Senhor Jesus Cristo, é rejeitado e expulso, e a expressão “Meu santo monte” certamente não poderia ser aplicada a ela hoje. Num dia vindouro, tudo mudará, pois Deus trabalha para trazer novamente Seu povo terrenal, Israel, para a bênção. Devemos lembrar, é claro, que, antes que todas essas expressões maravilhosas possam ser aplicadas a Jerusalém, ela deve primeiro passar por um incalculável sofrimento e depois se tornar “uma pedra pesada para todos os povos” (Zc 12:3). Mas então Deus fará dela a Sua capital na Terra.

“Meu Santo Monte” 

A expressão “Meu santo monte” sem dúvida se refere ao fato de que o monte do templo é realmente o Monte Moriá, onde foi dito a Abraão que sacrificasse Isaque, onde o templo de Salomão estava localizado e onde hoje fica a mesquita de Omar. Embora Israel tenha controle militar de toda a cidade, eles não se atrevem a tocar na mesquita de Omar, para que não provoquem um conflito internacional. A Escritura deve ser cumprida: “Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem” (Lc 21:24). Mas no dia vindouro o Islã e sua influência desaparecerão, o templo milenar será construído no Monte Sião, e o caráter de Jerusalém será como é descrito em Escrituras como: “Grande é o SENHOR e mui digno de louvor na cidade do nosso Deus, no Seu monte santo” (Sl 48:1). Mas a expressão “Meu santo monte”, enquanto define principalmente a cidade milenar de Jerusalém, tem significados mais amplos e variados.

A Terra milenar 

Também lemos: “Não farão mal nem dano algum em todo o Meu santo monte” (Is 11:9; 65:25). Isso amplia a expressão, referindo-se a toda a Terra milenar, quando a competição e a violência entre as nações cessarão, e até o reino animal será mudado, de modo que eles não atacarão um ao outro, como hoje. Outra referência nos diz que “mas o que confia em Mim possuirá a terra e herdará o Meu santo monte” (Is 57:13). Aqui a expressão se refere à terra de Israel, quando aqueles que confiam no Senhor novamente possuirão sua terra, em paz e segurança.

Um aviso 

Em outros casos, as palavras são um aviso, pois lemos: “Tocai a trombeta em Sião, e dai o alarme no Meu santo monte. Tremam todos os moradores da terra, porque vem vindo o dia do Senhor; já está perto” (Jl 2:1 – AIBB). Aqui está um aviso solene de que o Senhor está prestes a estabelecer Seu reino, mas por meio do julgamento, e o Israel apóstata sentirá isso primeiro, antes que o Senhor comece a lidar com as nações em geral. Em outra referência, lemos: “Porque, como bebestes no Meu santo monte, assim beberão, de contínuo, todas as nações; beberão, sorverão e serão como se nunca tivessem sido” (Ob 16 – ARA). Aqui a frase é um aviso aos edomitas, inimigos implacáveis de Israel por milhares de anos, que em seu orgulho se regozijaram com a opressão de Israel. Eles serão por fim totalmente aniquilados por tudo isso.

O lugar de adoração 

Por fim, lemos sobre aqueles que amam o nome do Senhor: “também os levarei ao Meu santo monte e os festejarei na Minha Casa de Oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no Meu altar, porque a Minha casa será chamada Casa de Oração para todos os povos” (Is 56:7). Durante o Seu ministério aqui na Terra, nosso Senhor limpou o templo de contaminação – aqueles que vendiam animais, os cambistas e os próprios animais, citando essa Escritura como um contraste com o “covil de ladrões” que os judeus haviam feito da casa de Deus. No dia vindouro, todos reconhecerão Jerusalém e o templo milenar como o “monte santo de Deus”, um lugar onde todas as nações recorrerão para conhecer o Senhor e adorá-Lo.

W. J. Prost

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