Origem: Revista O Cristão – Eva, Sara e Rebeca
A Morte de Sara
Em Gênesis 23, outro evento instrutivo se abre para nós. Não é a morte de Hagar, que estabelece o pacto da lei ou do Sinai: Poderíamos esperar um assunto tão tipológico e todos entenderíamos isso. Mas a maravilha é que, depois da figura do filho Isaque levado como sacrifício ao Monte Moriá, mas ressuscitado (uma figura da morte e ressurreição de Cristo), temos a morte de Sara. Ela é quem representa a nova aliança com Israel, não da lei, mas da graça. E qual é o significado dessa figura, e onde ele encontra sua resposta nos tratos de Deus quando pensamos na realização da figura? É certo e também claro. Nos Atos dos Apóstolos, para não falar de outras escrituras, a verdadeira chave é colocada em nossas mãos. Quando o apóstolo Pedro ficou diante dos homens de Israel e testemunhou a morte e ressurreição do Senhor Jesus, o verdadeiro Isaque, o que ele lhes disse? Isso – que, se eles estivessem dispostos pela graça de se arrepender e se converter, Deus certamente traria aqueles tempos de renovação dos quais Ele havia falado pela boca de todos os Seus santos profetas desde o princípio do mundo (At 3:19-21). Ele acrescentou que eles eram filhos, não apenas dos profetas, mas da aliança que Deus fez com os pais, dizendo a Abraão: “Em tua descendência serão abençoadas todas as famílias da terra”.
Lá nós temos a solução necessária. Pedro apresentou depois disso a disposição de Deus para trazer a bênção da nova aliança, se eles, por graça, curvarem sua dura cerviz ao Senhor Jesus. Mas eles não deram ouvidos. Eles rejeitaram o testemunho e finalmente mataram uma das testemunhas mais brilhantes, na pessoa de Estevão. De fato, a incredulidade foi completa com a rejeição do testemunho do Espírito Santo, fundamentado na morte e ressurreição de Cristo, e, em consequência, a apresentação da aliança a Israel desapareceu completamente. Foi o cumprimento do que a morte de Sara era uma figura – a morte pelo tempo de todas essas aberturas da aliança para Israel. Em nenhum lugar ouvimos falar de sua renovação depois disso. Sem dúvida, Sara ressuscitará e, assim, a nova aliança aparecerá quando Deus realizar sua obra nos últimos dias com o povo judeu. Mas, enquanto isso, a apresentação da aliança a Israel, como aquela que Deus estava disposto a trazer ali, que era a oferta então feita pela graça, passa completamente de vista, e uma coisa nova toma seu lugar.
O chamado de Rebeca
Então aqui estamos. Imediatamente após a morte e o enterro de Sara, uma nova pessoa é apresentada a nós, outro objeto distinto do que vimos, e o que é? A introdução de uma personagem totalmente inédita, chamada para ser a noiva de Isaque, o filho da promessa figurativamente morto e ressuscitado. Não é mais uma questão de lidar por meio de alianças. O chamado de Rebeca não estava em vista antes – é um elemento totalmente novo na história. Então, novamente, temos a figura, tão familiar para nós, de Eliezer, o fiel servo de tudo o que o pai tinha, agora o executor dos novos propósitos de seu coração, que vai trazer a noiva da Mesopotâmia para casa, pois não há ninguém de Canaã que poderia se casar com o filho de Abraão, então ele, Isaque, não deveria deixar Canaã para ir a Mesopotâmia. Eliezer deveria trazer a noiva, se quisesse, mas Isaque não deve ir até lá. Nada é mais fortemente insistido do que isso e, ao seu significado da figura, devo chamar sua atenção. O servo propõe uma dificuldade: Suponha que ela não esteja disposta a vir? Isaque deve ir atrás dela? “E Abraão lhe disse: Guarda-te, que não faças lá tornar o meu filho”. Enquanto a Igreja está sendo chamada como noiva para Cristo, Ele permanece exclusivamente nos lugares celestiais. Ele não tem nada a ver com o mundo enquanto a Igreja está sendo reunida dentre judeus e gentios. Ele não deixa o céu, nem vem ao mundo para ter associações com a Terra, enquanto se trata de formar a noiva, a esposa do Cordeiro. Em relação ao chamado da Igreja, Cristo é exclusivamente celestial. É o mesmo Isaque que esteve sob a sentença de morte sacrificial. Como Isaque é ressuscitado em figura e nunca deve ir de Canaã à Mesopotâmia para encontrar Rebeca, então Cristo deve ter apenas associações celestiais, e nenhuma com o mundo, enquanto o chamado da Igreja estiver em andamento. Quando Cristo tiver Suas associações com o mundo, também podemos ter nosso lugar ali; se Cristo está inteiramente fora dele, como está manifestamente separado dele agora no céu, assim deveríamos estar.