Origem: Revista O Cristão – O Mundo, a Carne e o Diabo

O Declínio do Cristianismo

Um artigo recente intitulado “O fim da América Cristã”, da revista americana de grande circulação “Newsweek”, continha uma série de estatísticas preocupantes sobre o declínio do Cristianismo nos EUA. Isso tem tido consequências previsíveis e é algo que está associado a outras tendências preocupantes. Vários estados já aprovaram leis que legalizam o casamento entre pessoas do mesmo sexo, e outros estão prontos para seguir o exemplo. Em alguns casos, as claras declarações da Escritura foram rotuladas de “literatura do ódio”, e tem havido uma tendência crescente a todo tipo de liberalismo. As pessoas estão dizendo: “Não quero que me digam o que fazer da minha vida”, e, como observou um comentarista, “agora estamos vendo uma geração que escuta com os olhos e pensa com os sentimentos”. Falamos sobre como nos sentimos, mas não lidamos com o conhecimento. Conhecimento realmente profundo é conhecimento moral, mas sentimentos morais não são confiáveis. O resultado final de tudo isso não é apenas o que alguns chamariam de liberdade, mas uma sociedade amoral sem quaisquer valores absolutos. Tendências semelhantes estão presentes no Canadá e também vêm corroendo a moralidade na Europa Ocidental há algum tempo.

A sociedade amoral 

Ao discutir essas tendências, muitos meios de comunicação estão claramente exultantes e nos lembram que a “religião” não deve ser um fator na política de um país. Nos EUA, são feitas referências aos “pais fundadores” e o desejo deles pela separação entre Igreja e Estado. Mas não nos enganemos; aqueles que se alegram com o declínio do Cristianismo não estão apenas interessados em garantir que grupos minoritários e incrédulos tenham igualdade de voz. Em vez disso, sua missão é remover do país qualquer vestígio de princípios Cristãos e substituí-los por uma espiritualidade diluída, humanística e amoral que engloba tudo, desde o paganismo à filosofia da Nova Era. Uma coisa é não insistir em consenso doutrinário; outra, bem diferente, é tentar remover qualquer base moral para o pensamento e comportamento humanos.

Podemos ser gratos pela influência Cristã que continua a existir nos bastiões tradicionais do Cristianismo, como a Europa Ocidental e a América do Norte. Um terço dos americanos ainda diz que são “nascidos de novo”, embora o termo possa significar coisas diferentes para pessoas diferentes. Ainda existe total liberdade para ler e pregar a Palavra de Deus nas áreas mencionadas, e, de modo geral, os princípios Cristãos ainda sustentam a maioria das leis. No entanto, alguns comentários podem ser feitos sobre as tendências que estamos testemunhando.

O que Deus previu 

Primeiro de tudo, os crentes não precisam ficar surpresos ou espantados com essas coisas. Deus nos disse em Sua Palavra que “os homens maus e enganadores irão de mal para pior” (2 Tm 3:13) e que, “no último tempo, haveria escarnecedores que andariam segundo as suas ímpias concupiscências” (Jd 18). O final da Cristandade será juízo, não reavivamento e bênção. Alguns queridos crentes estão tentando em vão mudar a maré e, por sua vez, experimentam crescente frustração quando as coisas pioram em vez de melhorar. É somente quando há “os Teus juízos na Terra” que “os moradores do mundo aprendem justiça” (Is 26:9). Nossa parte é obedecer às “autoridades superiores”, visto que elas são ordenadas por Deus, mas nosso tempo de governar é no futuro, não no presente.

Perseguição por causa da nossa fé 

Segundo, está claro que as liberdades que os crentes nos países ocidentais talvez tenham dado como certas por tanto tempo podem não ser nossas indefinidamente. À medida que o mal continua em ascensão, é bem possível que experimentemos o que nossos irmãos em outras partes do mundo têm dado como certo por muitos anos, a saber, perseguição por causa da nossa fé. Se a perseguição nem sempre assume uma forma exterior séria, ela ainda pode se mostrar de maneiras mais sutis. Pode se tornar cada vez mais difícil para os pais criarem os filhos de acordo com a verdade da Palavra de Deus e educá-los da maneira correta. Por exemplo, em alguns países da Europa Ocidental já é ilegal que os pais batam em seus filhos, e vários pais Cristãos foram presos por isso. Pode se tornar cada vez mais difícil encontrarmos um emprego adequado que nos permita trabalhar com uma boa consciência diante de Deus. Pode se tornar cada vez mais difícil conduzir até mesmo as questões relativas a negócios de compra e venda, sem comprometer nosso testemunho Cristão. Pode se tornar mais difícil adorar em conformidade com a Palavra de Deus, à medida que Satanás assume cada vez mais o controle. Mas lembremos também que, no fim das contas, Deus está no controle e nunca nos dará em Sua Palavra uma verdade que seja impossível de cumprir. O caminho pode ser difícil e estreito, mas estará disponível até que nosso Salvador retorne para nós. Ele prometeu isso! Em meio a todo tipo de fracasso exterior, a palavra de Paulo a Timóteo foi: “Tu, porém, permanece”, e o mesmo vale para nós hoje.

Egocentrismo 

Terceiro, veremos no mundo ao nosso redor uma crescente ênfase no “eu”, em todos os sentidos. À medida que o humanismo secular substitui a adoração a Deus e os homens se autodenominam “espirituais” em vez de “religiosos”, o homem se tornará cada vez mais o foco, com sérias consequências. As autoridades já se queixam da “epidemia de narcisismo” e do senso de direito que caracteriza os jovens (e muitas vezes os não tão jovens!) que têm um senso exagerado de autoestima. O resultado disso é a falta de cortesia em todos os níveis da vida cotidiana e desastre em áreas mais sérias, como ambiente de trabalho e casamento. A distorção e o abandono definitivo dos princípios Cristãos têm encorajado isso, em vez de corrigir o problema.

Um sinal da vinda do Senhor 

Finalmente, um ponto mais positivo é que podemos nos animar ao ver que “a vinda do Senhor está próxima” (Tg 5:8). Deus nos disse antecipadamente que todas essas coisas acontecerão, de modo que os Seus não precisam ficar espantados ao verem a condição deste mundo. Nosso coração deve estar preocupado com os perdidos, e tudo isso deve nos fazer redobrar nossos esforços para espalhar o evangelho, mas podemos ter “calçados os pés na preparação do evangelho da paz” (Ef 6:15). O soldado que veste toda a armadura de Deus será ao mesmo tempo um homem de paz, pois conhece o fim da batalha e não precisa viver em incerteza ou alarmado.

Ao vermos todos os propósitos e movimentos do homem causando uma interação de forças econômicas e nacionalistas com as quais ele é incapaz de lidar, podemos ter certeza de que tudo apenas cumprirá os propósitos de Deus no final. Deus em breve vai “congregar em Cristo todas as coisas”, Aquele “em Quem também obtivemos uma herança” (Ef 1:10-11 – JND).

W. J. Prost

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