Origem: Revista O Cristão – O Mundo, a Carne e o Diabo

Vitória sobre Satanás, a Carne e o Mundo

(Êxodo 4:19)

O Senhor deu a Moisés três sinais quando o enviou de volta ao Egito para libertar Seu povo de Faraó. Eles foram uma lição de Jeová para Moisés, para os anciãos de Israel e para Faraó. Moisés aprendeu a confiar no Senhor ao realizá-los, os filhos de Israel creram no testemunho a respeito de Jeová e foram libertados do Egito, mas Faraó foi destruído por causa de seu coração endurecido. Esses três sinais são um exemplo realista, para o crente hoje, do caminho de libertação de nossos três grandes adversários: Satanás, a carne e o mundo.

A vara 

“E disse o SENHOR: Tenho visto atentamente a aflição do Meu povo, que está no Egito Vem agora, pois, e Eu te enviarei a Faraó para que tires o Meu povo, os filhos de Israel, do Egito Então respondeu Moisés, e disse: Mas eis que não me crerão, nem ouvirão a minha voz, porque dirão: O SENHOR não te apareceu. E o SENHOR disse-lhe: Que é isso na tua mão? E ele disse: Uma vara. E ele disse: Lança-a na terra. Ele a lançou na terra, e tornou-se em cobra; e Moisés fugia dela. Então disse o SENHOR a Moisés: Estende a tua mão e pega-lhe pela cauda. (E estendeu a sua mão e pegou-lhe pela cauda, e tornou-se em vara na sua mão); para que creiam que te apareceu o SENHOR, o Deus de seus pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó” (Êx 3:7, 10; 4:1-5). Esse sinal de poder foi realizado três vezes: primeiro para Moisés, quando esteve sozinho com Jeová, depois para os anciãos de Israel e, finalmente, diante de Faraó.

Moisés não tinha de si mesmo esse poder; ele vinha de Jeová. A primeira vez foi para ensinar Moisés a confiar e obedecer. A segunda, para mostrar aos anciãos de Israel que Jeová estava com Moisés e podia libertá-los do Egito. A terceira vez foi para manifestar o poder de Jeová a Faraó, para que ele reconhecesse Sua autoridade sobre Israel. Caso contrário, Faraó seria destruído.

O ato de lançar a vara na terra mostra o que acontece quando os homens deixam Deus de fora e fazem sua própria vontade sem serem guiados por Deus: eles se tornam ferramentas de Satanás, como a vara que se tornou uma serpente. Faraó era alguém que não reconhecia a autoridade de Deus. Jeová mostrou a Moisés, a Israel e a Faraó como se tornar uma vara útil para guiar, se eles se submetessem a Ele. Somente Jeová, o Deus de Israel, pode tomar instrumentos sob o poder de Satanás e libertá-los, fazendo deles uma bênção.

A bênção do poder com a vara não era transformá-la em serpente, mas sim torná-la novamente uma ferramenta útil. Até os magos podiam imitar a primeira parte do sinal, embora a vara de Moisés e Arão tenha engolido a vara deles. Isso era um testemunho de que o poder de Deus é maior. Satanás é um destruidor, mas ele é um inimigo derrotado. Somente Deus é Todo-Poderoso. Mas Faraó permaneceu obstinado diante do testemunho de Jeová por meio de Moisés, o que levou à destruição do Egito, à morte de seu primogênito e à sua própria morte. Faraó, ao seguir Satanás, foi destruído.

O único meio de libertação do poder de Satanás é pela obediência à Palavra de Deus. Não precisamos temer Satanás, mas apenas obedecer à Palavra de Deus. O desejo de Deus é que sirvamos, que tomemos em nossas mãos qualquer habilidade que temos e O sirvamos. Mas, se continuarmos a fazer nossa própria vontade com nossas habilidades, elas se tornarão como a vara lançada na terra, transformando-se em serpente. Satanás a usará para si. “Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4:7). Que o Senhor nos ajude a andar em obediência, provando que Deus tem o poder de nos libertar de Satanás.

A mão leprosa 

O segundo sinal envolvia a mão e o peito de Moisés. “E disse-lhe mais o SENHOR: Mete agora a mão no peito. E, tirando-a, eis que sua mão estava leprosa, branca como a neve. E disse: Torna a meter a mão no peito. E tornou a meter a mão no peito; depois, tirou-a do peito, e eis que se tornara como a sua outra carne” (Êx 4:6-7). Este sinal é uma figura de como lidar com o inimigo interior, a carne. Devemos aprender que o fruto da carne é mau e que a raiz também é má. Quando Moisés colocou sua mão em seu peito pela primeira vez, ele aprendeu que o fruto da carne era leproso e mau. Como diz Romanos 3:10-11, “Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus”. Quando ele colocou sua mão leprosa no seu peito pela segunda vez, ele reconheceu a fonte do mal, seu peito. “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e, com efeito, o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem” (Rm 7:18). Mas o Senhor não deixa Moisés com a mão leprosa em seu peito; Ele diz para ele tirá-la e, quando ele tirou, ela estava limpa. “Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Dou graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte” (Rm 7:24-25; 8:2). Esse é o caminho da vitória sobre nosso inimigo interior, chamado carne. Quando a reconhecemos pelo que ela é, o Senhor Jesus nos livra de seu domínio pelo poder da nova vida do Espírito. Enquanto pensarmos que ainda há algum bem na carne, fracassaremos em suprimir o seu mal.

O Senhor ensinou a Moisés essa lição antes de ele começar a ajudar os filhos de Israel. O poder sobre a lepra era, na realidade, um testemunho para os outros de que o Senhor estava com ele. Apenas uma vez é registrado que Moisés perdeu a paciência, deixando a carne se manifestar. É necessário aprender essa lição antes de começarmos a servir o Senhor em público. É preciso apenas um pouco da carne para a destruição de muito do que é bom.

O milagre da mão leprosa não foi realizado diante de Faraó. Era para Moisés e os filhos de Israel. Aqueles que não são santificados pelo Senhor não têm libertação de sua carne. Nós, que somos crentes, temos muito a aprender com esse milagre, mas devemos tomar cuidado para não falar de nossa carne diante dos incrédulos.

A água derramada como sangue 

O terceiro sinal trata do reconhecimento de que o Egito, uma figura do mundo, está debaixo de condenação. O mundo não deve ter nenhum direito sobre o crente, assim como o Egito não devia ter nenhum direito sobre Israel. “E, se acontecer que ainda não creiam a estes dois sinais, nem ouçam a tua voz, tomarás das águas do rio e as derramarás na terra seca; e as águas que tomarás do rio tornar-se-ão em sangue sobre a terra seca” (Êx 4:9). A água do rio era a vida natural no Egito. Quando Moisés a derramou na terra seca, ela tornou-se sangue, isto é, uma figura da morte. Esse foi o ato de reconhecimento de que o Egito estava sob a sentença de condenação. Nenhum dos recursos do Egito deveria ser considerado como o que sustentava a vida de Moisés ou dos filhos de Israel. “Isto, porém, vos digo, irmãos: que o tempo se abrevia os que usam deste mundo, como se dele não abusassem como se fossem deles, porque a aparência deste mundo passa” (1 Co 7:29, 31).

Isso não está falando do mundo como a criação tornada bela por Deus, mas como o sistema que foi desenvolvido pelo homem para fazer para si um lugar sem Deus. “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo” (1 Jo 2:15-16).

A armadilha do mundanismo é uma grande tentação para nós hoje. O sistema de vida do mundo tem muitos recursos atraentes. Ele é constituído de muitas partes, cada uma atendendo a diferentes interesses dos homens. Se não formos capazes de resistir ao mundo, nos tornaremos improdutivos e impotentes em nosso testemunho. Precisamos ser capazes de dizer “não” a seus clamores e atrações. O segredo é ser capaz de olhar a vida do mundo como uma coisa morta; assim ele não terá poder sobre nós. Quando Moisés fez isso, convenceu Israel a estar pronto para deixar o Egito. Devemos dar esse testemunho àqueles que estão ao nosso redor, de que estamos prontos para sair deste mundo para um melhor.

Esses três sinais convenceram Israel de que Jeová estava com Moisés e os libertaria do Egito. Nós, também, temos todas as provisões para seguir o Senhor Jesus, nosso Libertador. “E em nada vos espanteis dos que resistem, o que para eles, na verdade, é indício de perdição, mas, para vós, de salvação, e isto de Deus” (Fp 1:28). “No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do Seu poder” (Ef 6:10).

D. C. Buchanan

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