Origem: Revista O Cristão – Música

Música Clássica

Em outros artigos desta edição, a questão da música prejudicial foi discutida. Vimos como alguns tipos de música são pecaminosos em sua essência e, assim, energizam e excitam nosso velho “eu” pecador. No entanto, a questão do que é comumente chamado de “música clássica” costuma surgir e se os crentes devem ouvi-la.

Ao responder a essa pergunta, devemos reconhecer, antes de tudo, que foi Deus Quem deu ao homem uma apreciação da música e a capacidade de produzi-la. Assim, a música em si não é pecaminosa. Como aconteceu com muitos outros dons que Deus nos deu, o pecado fez com que a música fosse usada da maneira errada. Também devemos reconhecer que as coisas da natureza, embora sejam dadas por Deus para desfrutarmos, têm o potencial de deslocar Cristo em nosso coração e vida, se forem mal utilizadas.

A doçura da natureza 

Eu sugeriria que a música clássica é parte da doçura da natureza que Deus permite que desfrutemos de vez em quando. Como vimos em outro artigo desta edição, ela é tipificada pelo mel na Escritura, pois o mel nos fala de doçura natural. Assim, lemos: “Come mel, meu filho, porque é bom” (Pv 24:13), mas também há o aviso: “Achaste mel? Come o que te basta; para que, porventura, não te fartes dele e o venhas a vomitar” (Pv 25:16). Nunca é dito para o Cristão estar morto para a natureza, mas estar excessivamente envolvido com as coisas naturais nos tornará espiritualmente fracos. É necessário um equilíbrio adequado. Quando Saul negou ao povo qualquer alimento durante uma batalha com os filisteus, isso mais tarde resultou em pecado, quando o povo estava com tanta fome que comeu carne com sangue. Portanto, a negação do gozo da natureza na vida de um crente geralmente resulta em um desejo avassalador que leva ao pecado. Quando o filho de Saul, Jônatas (que desconhecia a ordem de seu pai) tomou um pouco de mel, isso o fortaleceu na batalha. Por outro lado, estar excessivamente ocupado com as coisas da natureza é ser egocêntrico, e o mau uso dos dons de Deus será semelhante a comer muito mel – uma dieta desequilibrada!

Tudo para edificação 

Ao considerar esse assunto, há dois versículos no Novo Testamento que se referem a ele. Lemos: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam” (1 Co 10:23). Também lemos: “todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma” (1 Co 6:12). A música clássica não é em si pecaminosa, mas pode haver momentos em que não convém. Ela também não edifica na esfera espiritual, embora acalme a alma e conforte pelo apelo aos sentidos naturais. Além disso, devemos ter cuidado para não ficarmos sob o poder de nada, e a música, como outras coisas, pode nos colocar sob o seu poder. Como muitos outros bons dons que Deus deu, a música tem o potencial de se tornar um vício, e então estamos sob seu poder. Mas o crente deve estar sob o poder do Espírito de Deus, e não sob o poder de outra coisa.

Se tomarmos o cuidado de usar da música clássica dessa forma (assumindo que se tenha apreciação por ela), não seremos desviados por ela, e ela não nos afastará de Cristo.

W. J. Prost

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