Origem: Revista O Cristão – A Criação de Filhos – Parte 2

Não Há Nada Para Nossos Filhos

Como pais, é natural que desejemos comunhão Cristã para nossos filhos, e é uma coisa feliz quando há outros filhos de lares Cristãos com quem isso pode acontecer. É bom quando há outras crianças em nossa assembleia local com quem nossos filhos podem passar algum tempo juntos, desfrutando não apenas das coisas do Senhor, mas também de atividades naturais. Esse é um presente maravilhoso de Deus! No entanto, nestes dias de pequenas coisas, com assembleias que às vezes são reduzidas a “dois ou três reunidos em [Seu] nome”, esse tipo de comunhão nem sempre existe. É triste dizer que se tornou muito comum os pais virarem as costas para o que sabem estar conforme a Palavra de Deus, a fim de buscar um caminho mais amplo, que inclua maior comunhão com outros filhos de origem Cristã.

A dedicação de Ana 

Se olharmos para a Palavra de Deus, veremos um exemplo no Velho Testamento que deve nos encorajar a não tomar esse caminho. Quando Ana orou pela primeira vez por um filho, ela jurou que se o Senhor lhe desse um filho, “ao SENHOR o darei por todos os dias da sua vida” (1 Sm 1:11). No devido tempo, o Senhor graciosamente concedeu seu pedido, e quando Samuel foi desmamado, Ana cumpriu seu voto. Está registrado que quando “o menino era ainda muito criança”, “ela […] o trouxe à casa do SENHOR, a Siló” (1 Sm 1:24). No próximo versículo (v. 25), está registrado que “eles […] trouxeram o menino a Eli”. Como sabemos, daquele ponto em diante, Samuel viveu na casa de Deus em Siló, tendo Eli como seu guardião e instrutor, e ele via sua mãe apenas uma vez por ano, quando ela lhe trazia “uma túnica pequena” (1 Sm 2:19).

Enfrentando a imoralidade 

Do lado humano, Siló pode ter parecido ser o pior lugar para se apresentar uma criança pequena. O comportamento sacrílego e imoral dos filhos de Eli era bem conhecido e de natureza tão notória que “os homens abominavam a oferta do SENHOR” (1 Sm 2:17 – KJV). Mais do que isso, Eli, embora o sacerdote ancião do Senhor, não conteve o comportamento terrível de seus filhos. Ele os reprovou, mas não fez mais nada. Ana poderia confiar seu filho, em sua tenra idade, a homens como este? Da mesma forma, nestas circunstâncias, Samuel também seria privado da companhia de outras crianças, incluindo seus próprios irmãos. Podemos muito bem imaginar que Ana orou muito fervorosamente por seu filho e por aqueles sob os quais ele vivia.

Mas os olhos de Ana não estavam nos sacerdotes que oficiavam na casa de Deus; antes, seus olhos estavam no Senhor que habitava naquele tabernáculo. Ela havia confiado n’Ele para lhe dar um filho e agora podia confiar que Ele cuidaria dele, mesmo em um lugar onde os sacerdotes não eram apenas infiéis, mas pecadores. E assim aconteceu, pois Samuel cresceu para ser o “homem de Deus para aquela situação crítica”, representando o Senhor entre um sacerdócio fracassado e, mais tarde, um rei fracassado (Saul), e o legítimo rei de Deus (Davi).

Comunhão com outros 

Assim pode ser para nós hoje. Se procurarmos falhas em nossos irmãos, iremos encontrá-las em cada um deles. Se a comunhão com outras crianças, para encorajar nossos próprios filhos, governar nosso coração, sem dúvida seremos tentados a ir em lugares onde houver mais disso, mesmo que isso signifique comprometer (ou, abandonar) a verdade de Deus. Mas se nossos olhos estiverem antes no Senhor no meio, confiaremos que Ele cuidará de nossos filhos sob estas circunstâncias. Ao mesmo tempo, faremos todos os esforços para buscar a comunhão de outras crianças de vez em quando, quando ela puder ser obtida, mas apenas dentro da esfera que honre o Senhor e Sua Palavra.

W. J. Prost (adaptado de uma reunião aberta, conferência de Toronto, 1967)

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