Origem: Revista O Cristão – A Presença do Senhor
“Nós Vimos o Senhor”
As escrituras nos dizem: “Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor” (1 Co 1:9). A nossa parte é habitar e repousar na aceitação dessa obra consumada, e depois aprender mais e mais sobre aqu’Ele que fez todo o trabalho por nós.
Se olharmos para Romanos 8, descobriremos que fomos feitos “filhos e filhas do Senhor Deus Todo-Poderoso”. Isso é algo grande demais para o coração do homem conceber. Se nosso coração compreendesse completamente estas verdades, o mundo seria como um nada. É certo que devemos andar com a consciência de que possuímos isso que é inalterável, em meio a tantas coisas que são falhas.
Ao olharmos mais além, para a aparição da “manhã sem nuvens”, a parte mais brilhante para nós deveria ser o pensamento de estarmos na companhia eterna do Cordeiro. Nosso coração jamais estará satisfeito, existe um vazio nele que não pode ser preenchido por nada além da presença de Jesus.
As Manifestações Pós-Ressurreição
Veja as misteriosas manifestações do Senhor Jesus para Sua Igreja durante os quarenta dias, depois de Sua ressurreição, mas antes de Sua ascensão. Elas eram variadas e pretendiam, creio eu, descrever a maneira pela qual, durante Sua ausência, Ele se manifestaria a Si mesmo de acordo com as diversas necessidades de Seu povo. Maria estava em uma determinada condição (Jo 20:14), os discípulos trancados dentro do cenáculo em outra, Tomás numa terceira condição, mas o Senhor foi ao encontro de cada um deles e os satisfez com Sua presença. Que benção é ter o Senhor conosco para podermos perceber a verdade que existe na palavra: “a vossa alegria, ninguém vo-la tirará” (Jo 16:22).
O Senhor tinha sido tirado daqueles discípulos. Maria chorava em Seu túmulo. Os dois estavam tristes enquanto iam para Emaús. Eles puseram o coração n’Ele. Foram atraídos por Sua graça. Eles O tinham como o Filho de Deus. O que quer que ansiassem e esperassem, esperavam n’Ele. Mas agora o seu Senhor, que era a alegria, a esperança, o tudo deles, tinha ido embora! Mas quando o “pouco tempo” acabou, a “tristeza se transformou em alegria”. Ele voltou para ser o companheiro eterno deles. Podemos ter provações e adversidades de formas variadas, mas ainda assim a palavra é: “Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós” (Jo 14:18).
O Senhor no Meio
Quando estamos reunidos biblicamente, somos chamados a esperar pelo Senhor em nosso meio. Se é verdade que o Senhor habita em nosso meio e, se nos reunimos na expectativa de Sua presença, devemos ser capazes, pelo sentimento de estarmos em Sua presença, seja com alegria ou como se nos sondasse, de dizer quando partimos: “Vimos o Senhor”.
Maria esperou pelo Senhor no jardim com tanta ignorância e obscuridade, mas seu Senhor era seu objetivo. Ela preferiria tê-Lo morto, do que não tê-Lo de forma alguma. Ela chorou em Seu túmulo, embora não questionasse sobre o perdão de seus pecados. Podemos ser lavados, purificados e justificados, mas se não tivermos o entendimento da companhia de Jesus, podemos muito bem chorar por causa disso.
Deveria ser igualmente assim em nossa comunhão privada, quando estamos sozinhos, quando experimentamos o Espírito nos revelando Cristo, abrindo-O para o deleite de nossos corações, e nos capacitando a dizer: “Temos visto o Senhor”. Que andemos de tal maneira que a promessa da morada do Pai e de Seu Filho Jesus Cristo possa ser experimentada diariamente por nós.
“Jesus respondeu e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada” (Jo 14:23).
Christian Friend (adaptado)