Origem: Revista O Cristão – A Nossa Vocação Celestial
O Chamado do Alto
Ele veio de cima, da morada de Deus, para a Terra. Ele viveu em silêncio por cerca de trinta anos. Então Ele chamou discípulos para segui-Lo enquanto viajava de cidade em cidade fazendo o bem e chamando os pecadores ao arrependimento. Ele foi rejeitado, expulso e pregado na cruz. Mãos amorosas levaram Seu corpo para a sepultura e vigiavam o túmulo. No terceiro dia, Ele ressuscitou dentre os mortos e Se manifestou a eles pelos quarenta dias seguintes. Então Ele foi levado para o céu para Se assentar à direita do Pai.
Seguindo a Ele
No momento em que a nuvem O recebeu ocultando-O de seus olhos, o objeto, a esperança e a vida deles não estavam mais centrados na Terra, pois seu Senhor, seu tudo em todos, estava agora no céu. Daquele momento em diante, a vida deles estava ligada ao céu. Separado no coração da Terra pela morte – Sua morte –, eles agora viviam no poder da vida em ressurreição e na esperança de Sua promessa de retornar por eles para que Ele os recebessem e os levassem para a casa do Pai onde eles estariam com Ele para sempre. Já que Ele não estaria mais com eles na Terra para cuidar deles, quando chegasse ao céu, Ele enviaria à Terra o Espírito Santo para habitar neles, os guiar e os dirigir nos assuntos da vida deles. O Espírito neles era o “selo” da redenção deles e a garantia de que, pertencendo a Ele, a porção deles era estar com Ele onde Ele estava, para contemplá-Lo em Sua glória.
Pouco depois de seu Senhor retornar ao céu, Estevão acusou os judeus de pecarem por terem matado o Justo, e em resposta eles o expulsaram da cidade, como fizeram ao seu Senhor, para apedrejá-lo até a morte. Ele, cheio do Espírito Santo, olhou para o céu e viu a glória de Deus e Jesus em pé à direita de Deus. Ele, clamando a Deus, disse: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito”, e adormeceu em Jesus.
Um homem celestial na Terra
Mais tarde, Saulo, em sua missão de perseguir essas pessoas que eram seguidoras de Jesus, foi atingido pela luz do céu e ouviu uma voz do céu falando com ele. Chamado do alto, Ele foi obediente à visão celestial, confessando a Jesus como Senhor, e este novo homem recebeu o novo nome de Paulo. Ele teve o privilégio único de ser chamado ao terceiro céu para ver a glória que aguarda aqueles que como ele são chamados desde o alto. Deus fez de sua vida um padrão para todos seguirem – o padrão de um homem celestial que vive na Terra. Como tal, ele foi crucificado com Cristo, ele tinha Cristo ressuscitado como sua vida e tinha Cristo na glória como o único objetivo de sua vida. Ele esqueceu tudo que já estava atrás dele, para correr totalmente focado no alvo “pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3:14).
Os judeus eram um povo terrenal com esperanças e promessas terrenais. Mas quando eles rejeitaram e crucificaram seu Rei, eles ficaram culpados de expulsar Aquele de Quem todas as suas promessas terrenais dependiam. Durante o presente dia da graça, essas esperanças terrenais foram colocadas de lado. Agora eles, como todos os outros homens, devem confiar em Jesus para se tornarem “participantes da vocação celestial”. O Homem no céu à destra de Deus deve ser seu Apóstolo e Sumo Sacerdote. As coisas terrenais, incluindo as coisas visíveis da adoração terrenal, são colocadas de lado e as “coisas celestiais” tomam seu lugar. Em vez de ter uma morada terrenal para Deus, a qual não estavam em condições de entrar, eles agora tinham acesso ao próprio céu para adorar – acesso por meio de Cristo, que por um sacrifício havia para sempre removido seus pecados da vista de Deus. Melhor ainda, cada um que, como Paulo, responde com fé ao chamado celestial, deixa seu lugar terrenal como judeu e se torna parte da Igreja de Deus, a nova Jerusalém celestial.
Terrenal ou celestial
Hoje, todo homem começa a vida como um membro da raça de Adão, um cidadão da Terra. Como tal, ele não tem lugar nem vínculo com o céu, mas está perdido em seus pecados. O Homem do céu veio à Terra buscando e salvando aos tais. Quando encontrado, ele é redimido – redimido de sua condição pecaminosa, recebendo nova vida em Cristo, ressuscitado dentre os mortos com seu Salvador e assentado diante de Deus nos lugares celestiais. Sua cidadania – sua vida e relacionamentos – são agora celestiais, ele se importa com as coisas celestiais. O objetivo supremo de sua vida está no céu e nada pode o satisfazer plenamente, além de estar com e ser como seu Senhor onde Ele está. Ele espera por Ele, sua esperança celestial, para cumprir Sua promessa: “Certamente cedo venho”.
Antes, ele era do primeiro homem da Terra, terrenal, mas o segundo homem, seu Redentor, é o Senhor do céu. Ele será mudado para ter a imagem do celestial. Agora, na casa terrenal, ele geme “desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu”. Ele espera a redenção do corpo, aquela casa não feita por mãos, eterna nos céus (veja Romanos 8:23; 2 Coríntios 5:1).
Quando estiver em casa, no céu, ele deve compartilhar a glória com outros que desejaram “uma pátria melhor, isto é, a celestial” – outros como Noé, Abraão, Davi e João Batista que também deviam ser levados para compartilhar do reino celestial (2 Tm 4:18) e estar lá como amigos do Esposo. Quando os juízos vindouros de Deus estiverem sobre a Terra, alguns em fidelidade ao seu Senhor serão martirizados. Eles também serão chamados para o céu como parte da “primeira ressurreição”.
Um alerta
Cada um, agora chamado do alto, é avisado sobre o perigo de cuidar de “coisas terrenas” e de perder de vista seu “tesouro” no céu, do fato de que seu Senhor foi expulso e crucificado e, como resultado, de se tornar como aqueles que são inimigos da cruz de Cristo (Fp 3:18-20). Tais são chamados a se levantarem, encher suas lâmpadas (com óleo) e sair para encontrar seu Noivo, pois o casamento no céu está próximo.
