Origem: Revista O Cristão – A Nossa Vocação Celestial

O Poder do Nazireado

Em Lucas 2:49, o Senhor questiona Seus pais: “Não sabeis que Me convém tratar dos negócios de Meu Pai?” Qual de nós teria dito essas palavras quando tínhamos doze anos de idade? Seus caminhos eram tais que Ele apelava a eles como se devessem saber, pelo teor da Sua vida, com o que Ele estava Se ocupando. Filipenses 3 mostra como Paulo, um homem com paixões como nós, pôde trilhar o mesmo caminho, vendo e estimando a beleza de Cristo. O efeito foi, primeiro, que ele considerava todo o resto como escória por causa da excelência do conhecimento de Cristo Jesus seu Senhor, e, segundo, tendo a morte do Senhor como seu substituto e a ressurreição de Cristo como sua justiça, ele descobriu que tudo estava contra ele. Sua posição era como a do próprio Cristo, e ele poderia então dizer: “Pai”. Como filho do Pai, seu pensamento se tornou, “eu quero ser como Cristo na comunhão de Seus sofrimentos”. Ele não tinha um saco com buracos, como Judas, onde ele poderia colocar as coisas da Terra. Elas eram apenas escória, e o mundo inteiro para ele era um lugar que tinha o sabor da morte de Cristo, e isso produzia nele uma espécie de náusea repugnante das coisas do mundo.

A associação com Cristo 

O poder do nazireado vem do conhecimento da associação com Cristo. Sendo crucificado com Ele e ressuscitado juntamente com Ele, eu gostaria de andar como Ele andou neste mundo, para ter a vida que Ele teve quando ressuscitou dentre os mortos manifestada em meus caminhos. Quão poucos tem isso em mira como seu objetivo final! Quão poucos procuram viver Cristo! O que isso produzirá? Se você e eu pudéssemos dizer: “Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?” em breve nos encontraríamos na comunhão de Seus sofrimentos. Se eu sou um filho, o Pai ainda tem Seus negócios por fazer aqui. Será que isso entra em nossa alma, assentados ao redor da mesa, quando comemoramos a morte de nosso Senhor, que nosso Pai tem negócios a serem feitos? Pelo Seu Espírito podemos descobrir que parte desse negócio Ele coloca em nossa responsabilidade, e que façamos isso, abandonando completamente o mundo e o “eu”. A extensão em que a simples fé nessa verdade levaria nosso coração a trilhar o mesmo caminho que Cristo trilhou e nos daria poder para se ocupar dos negócios do Pai é maior do que imaginamos. Cristo me trouxe e me colocou na posição correta – eu em uma, você em outra, onde há sofrimento ou não, mas como Ele quis, e onde existem os negócios de Seu Pai para serem feitos. Permanecendo na ressurreição do Senhor Jesus Cristo, consciente de que Seu Pai é nosso Pai, Seu Deus, nosso Deus, e de que temos o Espírito d’Aquele Bendito que está à destra de Deus, o propósito de nosso coração deve estar nos negócios do Pai. Você tem propósito de coração? A agulha da bússola vibra sem descanso até virar para o Norte, pois existe um propósito ali. “Cujo serviço é a liberdade perfeita” deve ser a nossa palavra. O que eu estou fazendo? Pensando nos negócios do Pai em primeiro lugar? Qual é a minha confiança sobre o que está diante de mim? O que seria se eu buscasse apenas a vontade do Pai, se eu tivesse confiança em Sua sabedoria e desejasse nada além de Sua vontade? Como eu poderia temer se não tivesse mais nada a fazer além da vontade do Pai?

de Ministério de G. V. Wigram, Vol. 1, págs. 234-235

G. V. Wigram

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