Origem: Revista O Cristão – Tristeza e Alegria

OCoração dos Homens Falhando por Medo

Recentemente, saiu um novo livro no Canadá intitulado “Em Declínio”, escrito por um homem chamado Andrew Potter. No livro, ele levanta a questão do porquê, desde 2016, cada ano parece estar se tornando pior para este mundo. Aqui está uma amostra do que ele escreveu:

“E assim um padrão pareceu estar estabelecido: o colapso de uma estável ordem internacional em meio a renovadas maquinações de Grandes Potências, retração populista e decadência, entre as democracias estabelecidas, alimentadas por notícias falsas e manipulação russa, ataques terroristas no exterior e assassinatos em massa em casa, e a constante ameaça de uma iminente catástrofe ambiental. Por trás de tudo isso, marcando o tempo como um baterista em uma marcha da morte, estava a batida constante… nos lembrando que o conhecido velho mundo estava sendo substituído por algo novo e incerto.”

Os noticiários de dezembro nos jornais concordaram amplamente que “2016 foi o pior ano de todos os tempos. E, no entanto, todos os anos desde então também pareceram o pior ano de todos, ao ponto em que afirmar que o ano atual é pior do que o anterior tornou-se uma espécie de clichê de mídia social”.

Ele continua dizendo mais:

“As bases econômicas, políticas, demográficas, ambientais e culturais de nossa civilização estão todas debaixo de enorme tensão, e nosso dispositivo de segurança de longa data – o caráter essencialmente racional de nossa resolução de problemas e tomada de decisões – está em crise.”

Ele então fala sobre alguns dos problemas que o mundo enfrenta – guerras, incêndios florestais, vulcões, pragas de gafanhotos, mudanças climáticas, secas, inundações, furacões e, finalmente, a COVID-19, com todo o caos e medo que ela trouxe ao mundo. Ele termina dizendo: “É hora de aceitarmos que estamos em um estado de declínio.”

A reação 

Provavelmente, pouquíssimas pessoas contestariam que estamos em um estado de declínio; é a reação a esse fato alarmante o que varia. Alguns diriam que tivemos situações como essa antes, referindo-se a eventos como a assim chamada pandemia de gripe espanhola 100 anos atrás ou a Grande Depressão dos anos 1930. Eles afirmariam que o mundo sobreviveu, se endireitou e até ficou melhor. Outros estão entrando em desespero ou recorrendo à violência, como evidenciado pelo número crescente de suicídios, crimes brutais e assassinatos em massa no mundo. Outros, ainda, estão assumindo a atitude trazida pelo apóstolo Paulo em 1 Coríntios 15:32: “Comamos e bebamos, que amanhã morreremos”. O futuro parece horrível, dizem eles, então vamos aproveitar a vida ao máximo, enquanto podemos.

O problema com a visão otimista, nas palavras de alguém, é que “uma das características mais salientes de nosso momento atual é que tudo parece estar dando errado ao mesmo tempo”. O mundo certamente enfrentou desastres de grande escala no passado, incluindo duas guerras mundiais no século passado, mas a situação atual parece ser a de uma série implacável de eventos, aparentemente não relacionados, mas todos se combinando para nos arrastar inexoravelmente ladeira abaixo. Parece não haver fim à vista, e o clamor geral é: “Quando as coisas vão voltar ao normal?”

O aviso 

O título desta edição de O Cristão é “Tristeza e Alegria”, e o que vemos ao nosso redor, como crentes, é uma fusão desses dois pensamentos. No momento, Deus está, sem dúvida, permitindo que o homem tenha um gostinho (muito pequeno!) do que este mundo enfrentará depois que a Igreja for chamada ao lar e a semana da tribulação começar. Isso culminará na Grande Tribulação, os 3 anos e meio finais, quando este mundo experimentará angústia tal como nunca se viu antes. O que estamos vendo agora é o aviso de Deus para aqueles que ouvirem. Num dia vindouro, durante esse período de tribulação, os judeus piedosos reconhecerão o aparecimento do Anticristo e fugirão de Jerusalém para se salvarem. Da mesma forma, hoje, aqueles que estão dispostos a ouvir o aviso de Deus, sejam gentios ou judeus, podem vir a Cristo e ser salvos antes que caia o juízo.

Para aqueles que são crentes, sim, nós, também, sentimos a tristeza pela qual este mundo está passando e também sofremos com isso. Não estamos imunes a essas dificuldades. Mesmo entre os crentes, vidas foram interrompidas, jovens tiveram seus estudos e carreiras encurtados, a comunhão Cristã foi restringida por regulações da COVID e viagens foram grandemente limitadas. Questões sobre a segurança ou não das vacinas contra a COVID dividiram crentes, bem como incertezas sobre até onde ir na aplicação da Escritura: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5:29). Tudo isso é permitido por nosso Senhor para exercitar nosso coração e nos aproximar d’Ele.

A tristeza e a alegria 

Lembro-me de ter lido uma carta escrita há mais de 100 anos por um irmão piedoso, que há muito está com o Senhor. Ao assinar a carta, ele disse: “Seu irmão nas tristezas, bem como nas alegrias destes últimos dias”. Compartilhamos das tristezas destes últimos dias, porém devemos ficar desanimados? Não, de maneira nenhuma! Compartilhamos das alegrias também! Verdadeiramente, “o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã” (Sl 30:5). Este é o dia do mundo, mas a noite do crente. Mas, “vai alta a noite, e vem chegando o dia” (Rm 13:12 – ARA). Somos “filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas” (1 Ts 5:5). Sim, podemos ter que passar por tempos difíceis e até incertos, mas sabemos onde tudo isso acabará! Acabará em glória, uma glória que imediatamente suplantará todas as tristezas e dificuldades do caminho.

Mais do que isso, também esperamos a aparição de nosso Senhor Jesus Cristo, “a qual, em seu próprio tempo, o bendito e único Soberano mostrará, o Rei dos que reinam, e o Senhor dos que exercem senhorio […] a quem seja honra e poder eterno. Amém” (1 Tm 6:15-16 – JND). Hoje os homens estão trabalhando duro para se fazerem importantes neste mundo, e as nações estão se esforçando juntamente umas com as outras, cada uma querendo ser a mais rica, a mais poderosa e a mais influente. Mas Deus também tem Seus planos, e Seus propósitos nunca falharão; o que Deus decidiu sempre acontecerá. Deus se propôs a honrar e glorificar Seu amado Filho, e, no final daquele terrível período de tribulação, o Senhor Jesus voltará para julgar este mundo. No final de tudo, “os olhos altivos do homem serão abatidos, e a altivez dos varões será humilhada, e só o SENHOR será exaltado naquele dia” (Is 2:11). Assim, que nosso coração possa dizer: “Amém! Ora, vem, Senhor Jesus!” (Ap 22:20).

W. J. Prost

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