Origem: Revista O Cristão – Oferta pelo pecado e pela culpa

A Oferta para os Pobres

Quando consideramos a oferta pela culpa, descobrimos que havia provisão para o caso de um homem que fosse muito pobre para apresentar um animal como a oferta que seu pecado demandava. Sua oferta era tomada do reino das aves. Uma delas era tratada de maneira semelhante a um holocausto – a outra era uma oferta pelo pecado. Dessa forma, a pobreza privava a oferta pelo pecado de metade de sua ênfase. Seu caráter firme e decisivo desaparecia. No entanto, havia provisão para uma situação de pobreza ainda maior. Dez efas de farinha – apenas farinha sem sequer azeite – eram apresentadas diante do altar. Nesta oferta pelo pecado, notáveis ausências são perceptíveis. A vida, que estava no sangue, não estava ali; a mão não podia ser colocada sobre a vítima e, portanto, nenhuma transferência de pecado era possível. O caráter elevado da oferta em sua relação com Deus, simbolizado nas ofertas do sumo sacerdote e do povo coletivamente, não poderia, é claro, entrar nesta oferta: consequentemente, a expressão tríplice do sangue não era ouvida, e a voz das pontas do altar ficava em silêncio. As figuras da oferta sendo feita pecado e sendo consumida pelo fogo fora do arraial estavam ausentes. Em resumo, as grandes características da oferta pelo pecado não eram encontradas. Era uma oferta e não um sacrifício.

Como oferta de manjares 

Tudo o que era oferecido era farinha, mas Deus Se encurvava e a recebia. No entanto, Deus inflexivelmente exigia uma oferta pelo pecado. Agora, nesta oferta pelo pecado, que atendia à reivindicação de Deus, o sacerdote colocava a mão e tirava o seu punho cheio. Isso ele queimava sobre o holocausto que estava sobre o altar aspergido com sangue; a oferta era aceita e o homem recebia o perdão.

Talvez não haja nenhum outro aspecto de Cristo oferecendo-Se a Si mesmo a Deus acerca do qual o pensamento do homem tenha gerado visões mais pobres espiritualmente quanto o aspecto de Seu sacrifício pelo pecado. A grandeza do Seu sacrifício pelo pecado em trazer glória ao trono e majestade de Deus está encoberta. O poder de Sua obra em aniquilar o pecado pelo sacrifício de Si mesmo e o Seu comparecimento por nós na presença de Deus como Sumo Sacerdote no céu muitas vezes dificilmente podem ser rastreados. E, porque a glória da obra de Cristo direcionada a Deus é tão mal apreendida, os efeitos de Sua obra direcionados ao homem são tão pouco regozijados. Como a oferta pelo pecado, Ele “padeceu fora da porta” e foi feito “pecado por nós”. A medida mais completa que as figuras de sacrifício pelo pecado retratam foi toda realizada n’Ele quando Ele foi abandonado por Deus. Como a oferta pelo pecado, Ele levou “em Seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro” (1 Pe 2:24), de modo que eles se foram e nós somos n’Ele “feitos justiça de Deus” (2 Co 5:21).

H. F. Witherby

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