Origem: Revista O Cristão – Paciência
Paciência e Sabedoria
Tiago 1:3-5
O Cristão é visto por Tiago em circunstâncias difíceis, o destino comum da fé neste mundo. O efeito desejado a ser produzido com Deus lidando assim com o Cristão é a paciência. Mas deve ser paciência contínua, caso contrário não se pode dizer que ela tenha sua “obra perfeita” nele. Nisso, Jó falhou. Eu aprendo a paciência quando minha vontade própria é quebrada (colocada em sujeição), e, para esse fim, as provações são permitidas. Aprendo que Deus é por mim (nas provações) para que eu me contente com a Sua vontade e a faça.
Mas, embora a paciência deva ser assim aprendida porque está de acordo com Deus, e nós tenhamos que agir na Terra por Ele, e paciência seja simplesmente esperar na vontade d’Ele, ainda assim, ela não pressupõe indiferença ou inércia. Já que é uma questão da vontade d’Ele para mim em todas as coisas, então eu sei que o modo d’Ele é justo. Portanto, eu aprendo a paciência deixando de fazer a minha própria vontade. E, então, entra outra coisa. Preciso de sabedoria no meu andar diário, pois devo evitar a indolência, para que, em tudo que eu faça, eu possa ser sábio, isto é, somente fazer o que Ele quer que eu faça nas circunstâncias da minha vida diária. “Se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus” (Tg 1:5). Ela pressupõe paciência primeiro, como algo já aprendido, e submissão à vontade d’Ele, ao que Ele está fazendo. Então, precisando de instrução, eu pergunto: “O que devo fazer?” É aí que entra a necessidade de sabedoria, e ela é dada a mim liberalmente, se eu pedir sem qualquer ação da minha vontade. Se a minha vontade está em ação, sou um homem de coração dobre: “Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa”.
Finalmente, quanto à “paciência” e “sabedoria” serem tão desejadas por e para todos nós como Cristãos, eu acrescentaria que acredito que jamais se achará um homem “impaciente” que seja “sábio”, quer em suas próprias coisas ou na Igreja. As duas coisas não devem ser tiradas de sua ordem divina. Mas, por outro lado, há toda esperança e toda perspectiva de que um homem Cristão “paciente”, não importa quão humilde, seja achado algum dia, em algum momento difícil talvez, que tenha se tornado, para a surpresa de alguns, um homem “sábio”. A ordem divina é primeiro “paciência”, depois “sabedoria”.