Origem: Revista O Cristão – As Semelhanças do Reino, Parte 3

A Parábola das Dez Virgens

Mateus 25:1-13 

É o Senhor Jesus Cristo, e nenhum outro, que é referido como o Noivo nesta parábola. As virgens saem ao Seu encontro; Ele é o referido no clamor da meia-noite: “Eis o Noivo!” Aqueles que estão prontos vão com Ele para as bodas. Mas o que significa a vinda do Noivo e quando Ele vem? É a vinda d’Aquele que disse a Seus entristecidos discípulos: “se Eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para Mim mesmo, para que, onde Eu estiver, estejais vós também” (Jo 14:3). É o cumprimento dessa promessa fiel.

Outras Escrituras confirmam isso abundantemente. Os anjos testemunharam isso enquanto os atônitos discípulos olhavam firmemente para o céu, seus olhos e corações seguindo seu Senhor que subia. “Este Jesus”, disseram eles, “que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu O vistes ir” (At 1:11). Foi uma partida visível e pessoal; será uma vinda visível e pessoal novamente.

A vinda do Senhor 

A grande verdade da segunda vinda pessoal do Senhor brilha nas páginas da inspiração como uma grande estrela no céu da meia-noite. Como é triste que ela tenha sido tão esquecida! Mas o Senhor previu isso e o predisse. “tardando o noivo, foram todas tomadas de sono e adormeceram”. Não apenas as “loucas”, mas também “as prudentes” deixaram de vigiar e esperar. Com o tempo, a vinda do Senhor deixou de ser um objeto de alegre esperança e expectativa, e a promessa de Sua vinda foi espiritualizada e interpretada ou desapareceu completamente de vista. Nos primeiros dias do Cristianismo, no entanto, era muito diferente. A volta do Senhor, como um fio de ouro, foi entrelaçada com todas as outras verdades, e o mais jovem convertido foi levado a esperar imediatamente o Salvador. Como 1 Tessalonicenses 1:9-10 afirma: “como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir ao Deus vivo e verdadeiro e esperar dos céus a Seu Filho, a Quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura”.

Alguns podem dizer: Sempre acreditamos que o Senhor Jesus viria em julgamento no fim do mundo; isso não é novidade. Não estamos falando, no entanto, dessa temível Aparição. Sem dúvida, Ele virá para julgar, pois nos foi dito que Deus “tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do Varão que destinou” (At 17:31). Quando Ele aparecer, será em labaredas de fogo e com os anjos do Seu poder para Se vingar daqueles que não conhecem a Deus e que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo (2 Ts 1:7-8). Isso é solenemente verdadeiro, mas se explicássemos nossa parábola como se ela se relacionasse com a Aparição de Cristo, estragaríamos sua beleza e perverteríamos seu significado, pois ela se refere à vinda do Noivo, não do Juiz. Criminosos culpados podem ouvir com alarme a aproximação do Juiz, sabendo em si mesmos que a hora da punição está próxima, mas a vinda do Noivo é aguardada com sincero desejo por aqueles que estão seguros de Seu amor fiel. Consequentemente, no final do Apocalipse, quando o Senhor Jesus chama a Si mesmo de a resplandecente estrela da manhã, o Espírito e a noiva dizem a Ele: “Vem”. E a última palavra dita por Ele desde a glória é: “Certamente cedo venho”. A essa certeza, tão animadora e sustentadora, há a pronta resposta: “Amém”! Ora, vem, Senhor Jesus”. Quem poderia imaginar que tal linguagem seria usada se O esperássemos como Juiz?

O clamor da meia-noite 

“À meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! Saí ao seu encontro!” (ARA). A partir disso, entendemos que um testemunho claro deveria aparecer imediatamente antes que o Noivo viesse. Certamente esse clamor já foi emitido e, quer os homens prestem atenção ou não, o fato de que o Senhor está voltando já foi divulgado em toda parte. A qualquer momento Ele pode vir, e então acontecerá que “o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (1 Ts 4:16-17). Então se dirá: O Noivo chegou, e as que estavam preparadas entraram com Ele para as bodas.

O perigo do sono 

Se cremos que o clamor da meia-noite já saiu e que o Noivo está às portas, quão necessário é que cuidemos que nossas lâmpadas estejam bem aparadas, para que possam queimar com uma chama mais brilhante, pura e constante do que nunca. “noutro tempo, éreis trevas, mas, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz” (Ef 5:8). Novamente, o mesmo Espírito pelo mesmo servo nos diz: “porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas. Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos e sejamos sóbrios. Porque os que dormem, dormem de noite, e os que se embebedam embebedam-se de noite. Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e da caridade (ou do amor) e tendo por capacete a esperança da salvação. Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós, para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos juntamente com Ele” (1 Ts 5:5-10). Irmãos, faremos bem em atender à palavra de exortação do Espírito, chamando-nos, como ela o faz, à vigilância e à sobriedade de mente, ao exercício da fé, do amor e da esperança em vista da volta de nosso Senhor.

As loucas 

As virgens loucas – as multidões que professam, mas sem Cristo – não estavam lá. Elas não tinham óleo em suas vasilhas com suas lâmpadas e descobriram sua deficiência apenas quando era tarde demais para supri-lo, pois enquanto iam comprar, o Noivo veio. Que tolice esquecer a única coisa que tornaria a lâmpada útil! Podemos ter tomado nosso lugar com as virgens; podemos carregar a lâmpada da profissão Cristã e ser inscritos entre os seguidores de Cristo, mas quão sério é, se nossa lâmpada não tiver óleo! Nunca podemos ter óleo a menos que primeiro recebamos o perdão dos pecados pela fé em Jesus e sermos nascidos de Deus. O Espírito Santo habita apenas naqueles que confiam em Jesus. Ele continua a dizer: “vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço” (Is 55:1).

“O Noivo celestial logo virá,

Para reivindicar Sua noiva e levá-la para casa,

Para habitar com Ele nas alturas;

O Noivo vem, ninguém duvide;

Infelizmente! Para aqueles cujas lâmpadas estão apagadas:

Eles não encontrarão óleo para comprar.

H. C. Anstey (adaptado)

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