Origem: Revista O Cristão – Pecado e Libertação

“Levanta-o” (2 Reis 6:1-7)

O poder de Eliseu de fazer o machado perdido nadar na água nos dá uma imagem de como o Cristão pode vencer o poder do pecado por meio da “lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus” (Rm 8:2). Aqueles que se voltaram para o Senhor Jesus para o perdão de seus pecados muitas vezes lutam para superar a raiz do pecado em si mesmos e buscam libertação em seu próprio poder. Quando um dos filhos dos profetas perdeu o machado que ele estava usando, ele se voltou para Eliseu em busca de ajuda, em vez de sondar as águas do rio Jordão para encontrá-lo sozinho.

Este lugar é muito estreito 

Os filhos dos profetas sentiram que a morada deles era “muito estreita” para eles e começaram a construir um lugar maior. Este é um exemplo dos sentimentos de quem procura se controlar pela legalidade. Tão frequentemente as restrições do legalismo confinam a alma pelo controle, em vez de confiar no poder da graça. Esta é a condição do homem em Romanos 7 quando ele diz: “Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus. Mas vejo nos meus membros outra lei que batalha contra a lei do meu entendimento e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros” (vs. 22-23). Por natureza, o homem gosta de tentar guardar a lei de Deus, mas existe uma razão básica que o impede de fazê-lo. Sua natureza pecaminosa guerreia contra os desejos de sua mente e o arrasta para baixo. Esta condição o impede de obter o objetivo – libertação do pecado!

“Ai! Meu senhor! Porque era emprestado” 

Um dos filhos dos profetas estava trabalhando com uma ferramenta emprestada. Enquanto trabalhava para ampliar a morada, o machado caiu no rio. Para ele, era mais grave porque era emprestado. Não nos é dito por que ele não tinha seu próprio machado, mas sua condição atual dá uma pista do fracasso anterior. Ele estava usando para trabalhar, mas precisava devolvê-lo ao seu dono. Agora ele não podia fazer nenhum dos dois. Após sua falha em cortar a madeira, ele fez a coisa certa ao se virar para Eliseu em vez de tentar recuperá-lo por si mesmo. Quantas vezes nos esquecemos de nos voltarmos para o Senhor quando falhamos. Precisamos de um homem como Eliseu que tenha poder.

“Onde caiu?” 

O homem de Deus não disse: “Por que você não foi mais cuidadoso?” ou, “O que fez você fazer isso?” Tais questões tomam por certo que ainda pode haver poder interior para evitar tal erro. A questão não era sobre o que ele tinha feito, mas, “Onde ele estava?” Deus fez a mesma pergunta a Adão: “Onde estás?” A resposta é: “Caiu no pecado”.

O homem de Deus perguntou: “Onde caiu?” Isso nos direciona para o fundo do rio – o lugar de morte. O homem não poderia ir lá para recuperá-lo. Mas o lugar deve ser identificado antes que Eliseu possa remediar sua situação. Uma vez que o lugar foi identificado, Eliseu cortou um pedaço de pau e o jogou naquele lugar. Isso nos lembra como o Senhor Jesus teve que descer à morte para satisfazer as exigências de Deus relativas ao pecado. “Porquanto, o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o Seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne” (Rm 8:3). Cristo deve morrer para que obtenhamos uma vida que possa ser agradável a Deus.

Em Deuteronômio 19:5 há uma disposição interessante em relação ao machado. “Como também aquele que entrar com o seu próximo no bosque, para cortar lenha, e, pondo força na sua mão com o machado para cortar a árvore, o ferro saltar do cabo e ferir o seu próximo, e morrer, o tal se acolherá a uma dessas cidades e viverá”. Devemos reconhecer que nossas ações tornaram necessário que alguém dê sua vida para que não permaneçamos sob condenação para sempre. O Senhor Jesus fez isso, e uma cidade de refúgio foi providenciada para que possamos fugir e escapar do vingador. O Senhor Jesus não é apenas nosso substituto, mas também nosso lugar de refúgio.

“Fez o ferro nadar” 

Depois que o pau foi lançado na água, “fez o ferro nadar”. Tinha vida ou poder sobre as águas da morte. A lei natural da gravidade faz o ferro afundar na água. Mas, na palavra de Eliseu, uma nova lei é introduzida e o ferro flutuou. Esta é uma figura da lei da vida e do poder da liberdade do Espírito. “A lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte” (Rm 8:2). O pau sendo jogado na água resultou no ferro flutuar, superando a lei natural da gravidade. O Espírito de Deus após a morte e ressurreição do Senhor Jesus dá ao crente uma nova vida que é livre da lei do pecado e da morte. Esta nova vida não pode pecar nem está sujeita à morte. Dá liberdade para agir de acordo com a justiça, “para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito”.

“Levanta-o” 

Eliseu deu a palavra: “Levanta-o”, indicando que ele deveria tomar o controle de seu machado, o que antes era incapaz de fazer. Agora ele estava habilitado para trabalhar por Deus. Diz que ele estendeu a mão e pegou. Para que trabalhemos por Deus, precisamos perceber nossa própria condição arruinada na carne. Só então podemos perceber a total libertação do pecado pelo Espírito de Deus em nós. “Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós”. “O espírito vive por causa da justiça E, se o Espírito d’Aquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, Aquele que dentre os mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais, pelo Seu Espírito que em vós habita. De maneira que, irmãos, somos devedores, não à carne para viver segundo a carne. Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis” (Rm 8:10-13 – ACF). Devemos o serviço a Ele pelo que Ele fez por nós. Que possamos, então, assumir a obra que o Senhor nos deu com o entendimento de nossa nova vida no Espírito.

D. C. Buchanan

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