Origem: Revista O Cristão – Os Pés

Os Pés de Nosso Senhor no Monte das Oliveiras

Em Zacarias 14:4, temos uma das previsões mais notáveis encontradas nas Escrituras proféticas: “E, naquele dia, estarão os Seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele, para o sul”. Foi do monte das Oliveiras que nosso Senhor subiu ao céu (At 1:12) e uma nuvem O recebeu, ocultando-O aos olhos dos discípulos, e enquanto eles ainda olhavam fixamente pasmados para o Senhor que partia, dois anjos lhes disseram: “Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu O vistes ir” (At 1:11). Nenhuma palavra poderia ser mais precisa ou afirmar mais definitivamente que o próprio Jesus deveria retornar à Terra, e isso de uma maneira visível. Agora apreendemos de Zacarias que Ele retornará ao mesmo lugar de onde subiu, e que os mesmos pés que uma vez pisaram o Monte das Oliveiras, em companhia de Seus discípulos, estarão novamente no mesmo lugar. Não é preciso nenhuma habilidade para explicar as simples palavras: “estarão os Seus pés sobre o monte das Oliveiras”, e desta forma, como alguém apontou, “Jeová Se identifica, por assim dizer, com o Manso e Humilde Jesus anteriormente na Terra, a fim de que a identidade do Salvador e de Jeová seja claramente reconhecida”.

As nações tremem em Sua presença 

Mas quando Jeová assim vier na Pessoa do Messias, Ele virá com poder e grande glória; a Terra reconhecerá a presença de seu legítimo Senhor, e assim o monte em que Ele estará se partirá ao meio. Como lemos no Salmo 18:7: “Então, a Terra se abalou e tremeu; e os fundamentos dos montes também se moveram e se abalaram, porquanto Se indignou”. Assim será novamente naquele grande dia. O efeito será que um grande vale será formado por metade da montanha removida para o norte, e metade para o sul, correndo para leste e oeste, sua extremidade ocidental sendo imediatamente oposta ao lado leste da cidade de Jerusalém, e sua extremidade oriental terminando, ao que parece, em Azel. Isaías clama: “Ó! Se fendesses os céus e descesses! Se os montes se escoassem diante da Tua face! Como quando o fogo inflama a lenha e faz ferver as águas, para fazeres notório o Teu nome aos Teus adversários, assim as nações tremessem da Tua presença! Quando fazias coisas terríveis, que não esperávamos, descias, e os montes se escoavam diante da Tua face” (Is 64:1-3). Assim será também naquele dia de que fala Zacarias, e as maravilhas que fluem da presença do Senhor aterrorizarão o coração dos que isso contemplarão, pois eles fugirão como fugiram antes do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá.

O profeta não analisa esse aspecto do seu assunto. Jeová vem, e coloca Seus pés sobre o monte das Oliveiras, e Ele assim renova Seu relacionamento com Judá, ou pelo menos com o remanescente, de quem os discípulos (que viram seu Senhor ascender e que receberam a promessa de vê-lo retornar) eram os representantes. Ele agora recomeça (a segunda parte do capítulo começando neste ponto) com a vinda do Senhor. Ele diz, como se dirigindo a Jeová: “virá o SENHOR, meu Deus, e todos os santos Contigo” (Zc 14:5). A introdução dos santos como acompanhantes ou formadores da comitiva de Jeová é uma característica adicional, e o leitor instruído verá nisso uma notável confirmação do que aprendeu sobre a vinda do Senhor no Novo Testamento. Aqui, como é o Seu retorno a Israel, é a Sua manifestação pública, quando todo olho O verá, e quando, portanto, como Zacarias afirma, os santos virão com Ele. Se, no entanto, os santos glorificados retornam com Cristo, eles devem ter sido arrebatados para estar com Ele anteriormente, e isso é o que as Escrituras do Novo Testamento ensinam. Assim, em 1 Tessalonicenses 4, aprendemos que quando o Senhor descer do céu com alarido, com voz de arcanjo e com a trombeta de Deus, tanto os santos adormecidos quanto os vivos serão arrebatados nas nuvens para encontrar o Senhor nos ares, e assim estarão sempre com o Senhor. Aqui em Zacarias e Isaías não há a questão do arrebatamento de qualquer ser; o Senhor vem aos Seus na Terra para socorrê-los e para uma salvação temporal. Isso mostra a diferença entre a esperança da Igreja e a esperança de Israel. Os crentes agora esperam diariamente para serem arrebatados para encontrar com Cristo e, portanto, depois, “quando Cristo, que é a nossa vida, Se manifestar, então, também vós vos manifestareis com Ele em glória” (Cl 3:4), enquanto o remanescente crente, no dia de que o profeta fala, aguardará a vinda do Messias em glória, conforme descrito neste capítulo.

E. Dennett

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