Origem: Revista O Cristão – Educação
Preparação para a Escola
Os pais Cristãos que têm um cuidado piedoso pelo bem-estar de seus filhos podem, com razão, ficar preocupados quando chegar a hora de os filhos irem para a escola, com todas as suas influências perigosas. Por um lado, há a instrução divina de “criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor” (Ef 6:4 – ARA), e, por outro, existe o sistema de educação obrigatória que os entrega aos ímpios (de modo geral) para grande parte de sua “admoestação” ou instrução.
Não devemos subestimar as más influências exercidas sobre nossos filhos nas escolas e faculdades. Em vez da instrução do Senhor, a própria Palavra do Senhor será questionada e tentativas deliberadas serão feitas para abalar a fé deles em Deus e nas Escrituras Sagradas. Eles são ensinados a raciocinar e, depois, por esse processo, a desconsiderar a inspiração divina e tudo o que ela revela. O número de jovens que saem das escolas e faculdades com sua fé abalada é impressionante. Os países de língua inglesa se sentem superiores aos países do terceiro mundo e, no entanto, estão preparando as bases para o mesmo tipo de “derrocada de Deus” pelo enfraquecimento sistemático da fé das gerações mais jovens.
Luta pela grandeza
Além desse perigo para a fé deles, a influência dos ensinamentos do mundo tende a obscurecer a esperança e o chamado do Cristão. Todo o sistema da filosofia do mundo é calculado para incutir orgulho e o espírito de engrandecimento, ou, em outras palavras, fomenta e promove a ideia de que cada um deve se esforçar para ser grande neste mundo. Não se dá a menor atenção ao fato de que um Cristão é chamado para fora deste mundo para viver para o Senhor Jesus e esperar por Ele. O Cristão aprender na escola o que ele precisa saber para ganhar uma vida honesta enquanto está passando por este mundo é algo que nunca é considerado. Obviamente, não devemos esperar do mundo algo diferente disso; “Do mundo são; por isso, falam do mundo” (1 Jo 4:5); Satanás é seu deus e príncipe, e ele faz bom uso de todo o sistema educacional para promover seus fins.
A atmosfera moral
Outro grave perigo que assola os jovens nas escolas é a atmosfera moral. Em alguns lugares, ela se deteriorou a um grau alarmante, e os jovens queridos vindos de lares Cristãos estão sujeitos a ouvir e ver imundícia e corrupção. À medida que o fim se aproxima, o caráter dos “dias de Ló” estará mais em evidência; sabemos que ele era diariamente “enfadado da vida dissoluta dos homens abomináveis”, e seus filhos foram profundamente influenciados.
A preparação de Moisés
Mas será que não há solução para este problema sério e perigoso? Sim, há. Sempre podemos ir à Escritura e encontrar preceitos e exemplos que nos ajudarão em nossos problemas. Neste exemplo, citamos o caso de Moisés. Como muitos devem ter pensado, ele nasceu em um momento muito inoportuno; os filhos de Israel eram escravos e sentiam isso profundamente. Eles não eram livres para fazer o que sabiam que deveriam; eles estavam inteiramente à mercê dos ímpios (exceto pela intervenção divina), e um decreto condenou Moisés à morte no rio. Era provavelmente o pior momento de toda a história de Israel para um israelita piedoso criar filhos, e Anrão e Joquebede devem ter tido grandes exercícios e exames de consciência diante de Deus.
Acreditamos que a resposta é totalmente dada no registro divino de Moisés e de seus pais. Vemos a fé de Joquebede em Êxodo, e é elogiada nesse grande capítulo da fé – Hebreus 11. Ela não estava disposta a aceitar as coisas como pareciam ser, mas seguiu adiante com fé. Ela escondeu cuidadosamente o filho o máximo que pôde, e então teve sua fé ricamente recompensada ao recebê-lo para educar por um tempo no ambiente de um lar temente a Deus. O que ela poderia fazer com esses anos preciosos enquanto o educava? Ela os utilizaria para instruir Moisés na verdade de Deus e lhe dar uma perspectiva que nenhuma escola do Egito poderia apagar? Não que ela buscasse a sabedoria do Egito para ele, mas se era necessário que ele a tivesse, ela tinha que diligentemente usar o tempo disponível para educá-lo na disciplina e na instrução do Senhor, e também tinha que contar com Deus para abrir o coração dele e fazer a boa semente dar frutos. Finalmente chegou a hora e, “quando o menino já era grande, ela o trouxe à filha de Faraó, a qual o adotou” (Êx 2:10).
A influência da escola
A próxima palavra sobre Moisés, em ordem cronológica, é encontrada em Atos 7:22: “E Moisés foi instruído em toda a ciência dos egípcios; e era poderoso em suas palavras e obras”. (Verdadeiramente, a sabedoria do Egito era grande na época.) Mas todas as influências das escolas e palácios do Egito não podiam apagar a verdade que havia se enraizado – verdade sobre Deus, sobre Israel e sobre o Egito. Ele estava tão ciente dos fatos reais que ele deliberadamente “abandonou o Egito” (ARA) e tudo o que pertencia ao Egito. Ele considerou que sua associação com o povo desprezado de Deus tinha mais valor do que a glória passageira do Egito. Cremos que muito crédito deve ser dado a sua mãe, que evidentemente o fortificou contra todas as seduções de um Egito que se opunha a Deus e tudo o que era d’Ele. Ele não se encantou com o espetáculo deslumbrante da corte de Faraó, mas escolheu se identificar com os escravos oprimidos. Ele não foi influenciado pelas falsas teorias pagãs da criação, mas, sob inspiração divina, escreveu os fatos da criação, Gênesis 1, que resistiram a milhares de noções variadas em contrário.
Prudência natural
A prudência natural poderia ter procurado uma escola Israelita no Egito que tivesse a aprovação de Faraó, mas que protegesse Moisés dos maus ensinamentos do paganismo e da infidelidade, e também o guardasse da corrupção moral das instituições egípcias. Mas, para que tal escola tivesse a aprovação de Faraó, ela teria que acomodar as esperanças de Israel aos esquemas do Egito, e as duas coisas eram irreconciliáveis. Uma escola desse tipo nunca teria levado Moisés a abandonar o Egito, mas o teria ensinado a se dar bem e progredir no Egito, em vez de abandoná-lo. E assim é conosco; proteger nossos filhos da infidelidade e da imoralidade pareceria bom, mas, se ao fazer isso eles forem ensinados a receber a filosofia mundana de conquista e sucesso, estaremos protegendo-os de um perigo, mas expondo-os a outro redemoinho do mundo que leva à destruição de seu testemunho e felicidade Cristãos, e à desonra do Senhor.
Preparados para o tríplice mal
Podemos muito bem tirar uma lição da construção de uma grande barragem ou alguma grande muralha. Antes de ser construída, os engenheiros calculam cuidadosamente a quantidade de pressão que a estrutura terá que suportar. Então, os alicerces são suficientemente fortificados para suportar o peso, e o conjunto é cuidadosamente reforçado e escorado para atender a todas as demandas que serão impostas a ele. Da mesma maneira, devemos medir a tríplice influência e pressão da infidelidade, filosofia mundana e imoralidade que virão contra nossos jovens e então garantir que os preparamos cuidadosamente para enfrentá-las. Não devemos tentar fazê-lo com nossas próprias forças, mas, confessando nossa fraqueza a Deus, devemos buscar Sua ajuda e orientação. Será um dever constante para eles e perante o Senhor, durante todo o tempo em que estiverem em nosso lar e sob nossa influência – não apenas o trabalho de um dia ou de um ano. E eles precisam ver que essas coisas preciosas são os princípios que nos movem e que, “crendo nelas” (ARC), confessamos que somos “estrangeiros e peregrinos na Terra” (Hb 11:13). Que nossos queridos jovens, então, sejam fortalecidos e preparados para o tríplice mal que certamente encontrarão.
- Que estejam firmemente enraizados na verdade da Palavra de Deus e em sua inspiração divina do início ao fim, para que possam permanecer na sabedoria de Deus e não dos homens.
- Que sempre se lembrem de que nós, que somos salvos, fomos libertos deste presente século (mundo) mau e que esperamos nosso bendito Senhor vir nos levar para a nossa herança incorruptível e incontaminável, e que se lembrem de que toda a glória deste mundo será reduzida a nada, enquanto aquele que faz a vontade de Deus permanecerá para sempre.
- Que fiquem profundamente impressionados com esta solene verdade: Deus é “santo, santo, santo”, e Ele disse: “Sede santos, porque Eu sou santo”, para que “aborrecei[s] o mau” e se afastem do menor contato com aquilo que contamina.