Origem: Revista O Cristão – Propiciação e Reconciliação
Reconciliação: O que é?
O testemunho da Escritura é o mais distinto possível nesta grande questão. Ele nunca fala de Deus sendo reconciliado conosco, mas antes: “Nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de Seu Filho” (Rm 5:10). A morte de Cristo foi essencial para a reconciliação, mas era o homem o inimigo de Deus e precisava ser reconciliado. Então lemos em Colossenses 1:21: “A vós também, que noutro tempo éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora contudo vos reconciliou”. O fundamento disso é declarado no versículo anterior como “o sangue da Sua cruz”. Também lemos em 2 Coríntios 5:19: “Deus estava em Cristo reconciliando o mundo Consigo mesmo” (JND) e não diz: “Reconciliando-Se ao mundo”.
Assim, para quem se inclina diante da Escritura, como todos deveriam, a verdade é tão clara quanto um raio de sol. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito”. Deus não apenas O deu, mas O moeu na cruz. “Todavia, ao SENHOR [Jeová] agradou o moê-Lo”. É da maior importância manter o verdadeiro aspecto da natureza e caráter de Deus na apresentação do evangelho. Dizer que Cristo morreu para reconciliar o Pai conosco é falsificar o caráter divino, como visto na missão e na morte de Seu Filho. Deus não era inimigo do homem, mas seu amigo. É verdade que o pecado tinha que ser condenado; a verdade, santidade e majestade de Deus tinham que ser justificadas. Tudo isso foi feito, de maneira divina, na cruz, onde lemos sobre o ódio de Deus ao pecado e Seu amor ao pecador.
A expiação é a base necessária da reconciliação, mas é da maior importância ver que é Deus Quem nos reconcilia Consigo mesmo. E isso Ele faz, bendito para sempre seja o Seu santo nome, a um custo não menor do que a “morte de Seu Filho”. Tal era Seu amor pelo homem; Sua bondade, Sua profunda compaixão que, quando não havia outra maneira possível pela qual o homem, o inimigo culpado e rebelde, pudesse se reconciliar a Deus, Ele deu o Filho do Seu seio, O fez pecado por nós e O feriu por nossas iniquidades no maldito madeiro do Calvário. Honra eterna e universal ao Seu nome!
Oh! Amado leitor, não deve toda essa magnífica demonstração de amor e graça atrair e unir nosso coração ao nosso Deus sempre gracioso com a mais doce confiança, banir todos os nossos medos e apreensões e encher nossa alma com uma liberdade e paz que nem todo o poder da Terra e do inferno, homens e demônios, podem perturbar?
