Origem: Revista O Cristão – Conhecimento
Quatro Pontos do Conhecimento
Em Deuteronômio 8:1-9, temos quatro valiosos pontos de conhecimento relacionados à nossa caminhada pelo deserto. Temos o conhecimento de nós mesmos, o conhecimento de Deus, o conhecimento de nosso relacionamento e o conhecimento de nossa esperança.
O Conhecimento do ‘Eu’
Quanto ao conhecimento do ‘eu’, lemos: “Te lembrarás de todo o caminho pelo qual o SENHOR, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te tentar, para saber o que estava no teu coração”. Quem pode penetrar nas profundidades de um coração humano? Os detalhes de uma vida no deserto tendem a trazer para fora uma quantidade vasta do mal que está em nós. No começo de nossa caminhada Cristã, somos propensos a estar tão ocupados com a alegria presente e libertadora que não sabemos muito sobre as características da nossa natureza. À medida que estamos na nossa caminhada no deserto, começamos a conhecer mais do ‘eu’.
O Conhecimento de Deus
Mas não devemos supor que, à medida que crescemos em autoconhecimento, nossa alegria deve diminuir. Isso seria fazer com que nossa alegria dependesse da ignorância do ‘eu’, ao passo que realmente depende do conhecimento de Deus. De fato, enquanto o crente avança no conhecimento de si mesmo, sua alegria se torna mais profunda, à medida que é levado mais profundamente a si mesmo para encontrar seu único objetivo em Cristo. Ele aprende com sua própria experiência a realidade profunda da ruína total da sua natureza. Ele também aprende que a graça divina é uma realidade e que a defesa de Cristo é uma realidade. Em uma palavra, ele aprende a profundidade dos recursos graciosos de Deus. “E te humilhou, e te deixou ter fome”, não para que pudéssemos ser levados ao desespero, mas para que Ele pudesse “te sustentar com o maná, que tu não conheceste”.
Um apelo belo e tocante: Eles tiveram quarenta anos de evidências ininterruptas do que estava no coração de Deus para com Seu povo redimido! Como é possível que, com a história das andanças pelo deserto de Israel abertas diante de nós, pudéssemos ter uma única dúvida ou medo? Oh! que nosso coração possa ser mais completamente esvaziado de nós mesmos, pois isso é verdadeira humildade, e estejamos mais cheios de Cristo, pois isso é verdadeira felicidade e verdadeira santidade. “Pois o SENHOR, teu Deus, te abençoou em toda a obra das tuas mãos; ele sabe que andas por este grande deserto; estes quarenta anos o SENHOR, teu Deus, esteve contigo; coisa nenhuma te faltou” (Dt 2:7).
Nosso Relacionamento
Tudo o que temos vivido flui de outra coisa, isto é, o relacionamento em que estamos. “Saberás, pois, no teu coração que, como um homem corrige a seu filho, assim te corrige o SENHOR, teu Deus” (Dt 8:5). Isso vale para todos. A fome e a comida, a sede e a água, o deserto sem trilha e a coluna-guia, a labuta e o descanso, a doença e a cura, todos falam da mesma coisa, a mão de um Pai, o coração de um Pai. É bom lembrar-se disso, “para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos” (Hb 12:3). Um pai terreno terá que usar a vara da disciplina, assim como dar o beijo do afeto. Assim é com Deus nosso Pai. Todos os Seus procedimentos fluem desse relacionamento maravilhoso em que Ele Se coloca com respeito a nós. Andar com Ele, apoiar-se n’Ele e imitá-Lo “como filhos queridos” deve assegurar tudo no caminho da felicidade genuína, da verdadeira força e da verdadeira santidade. Quando andamos com Ele, somos felizes. Quando nos apegamos a Ele, somos fortes, e quando O imitamos, somos praticamente santos e graciosos.
Nossa Esperança
Finalmente, no meio de todos os exercícios, das provações, dos conflitos e até mesmo das misericórdias e privilégios do deserto, devemos manter os olhos firmemente fixos naquilo que está diante de nós. As alegrias do reino devem encher nosso coração enquanto atravessamos o deserto. Os campos verdes e as colinas cobertas de vinhedos da Canaã celestial, os portões de pérola e as ruas douradas da Nova Jerusalém, devem encher nossas almas. Quando a areia do deserto nos provar, deixe o pensamento sobre Canaã nos alegrar. Vamos nos debruçar sobre a “herança incorruptível, incontaminável e que se não pode murchar, guardada nos céus para vós” (1 Pe 1:4). Que perspectiva brilhante e abençoada! Que possamos permanecer nisso e n’Ele, que será a fonte eterna de todo o brilho e bem-aventurança!