Origem: Revista O Cristão – Revelação Progressiva

O Que a Revelação Progressiva Não É

Nesta edição de O Cristão, estamos examinando o tema da revelação progressiva e como Deus gradualmente concedeu mais luz ao homem em Seus caminhos com ele. No entanto, é importante entender o que a revelação progressiva não é. Ao longo dos séculos da existência do homem neste mundo, e particularmente durante a dispensação Cristã, tanto homens como mulheres tentaram acrescentar algo à revelação divina de forma errônea. Em alguns casos, isso foi feito sob a égide do Cristianismo professo, enquanto outros o fizeram sob o manto de falsas religiões. Muito dano foi causado quando as pessoas aceitaram esses falsos escritos como se fossem inspirados, e, para usar uma frase bíblica, “muitos” seguiram “as suas dissoluções” (2 Pe 2:2).

Os livros apócrifos foram escritos entre 200 a.C. e 100 d.C., e posteriormente vários dos chamados “outros evangelhos” também foram escritos, como o evangelho de Filipe, o evangelho de Tomé, o evangelho de Pedro e vários outros. A maioria deles acabou sendo rejeitada como não sendo parte do cânone da Escritura. Então, durante o século VII d.C., o alcorão foi escrito por Maomé, novamente alegando ter autoridade divina, a ponto de fundar uma nova religião – o islamismo.

Mais recentemente, durante o século XIX, várias pessoas afirmaram ter tido uma visão do Senhor e foram supostamente levadas a escrever coisas que alegavam estar “no mesmo nível” da inspirada Palavra de Deus. Entre eles destacam-se os escritos de Ellen White, que fundou o adventismo do sétimo dia, e os escritos de Joseph Smith, que fundou o mormonismo. Ao longo de sua história, a igreja católica romana reivindicou o direito de fazer acréscimos à Palavra de Deus. Um exemplo blasfemo é a afirmação de que a virgem Maria ascendeu ao céu, em corpo e alma, no momento de sua morte. Isso foi chamado de “assunção” de Maria e foi adotado pela crença católica romana em 1950 pelo falecido Papa Pio XII.

Ao avaliarmos as alegações desses autores e o que eles escreveram, devemos nos lembrar de várias coisas. Em primeiro lugar, lemos em Colossenses 1:25: “eu estou feito ministro segundo a dispensação de Deus, que me foi concedida para convosco, para cumprir [completar – JND] a Palavra de Deus”. Paulo está falando aqui de si mesmo e da revelação que Deus deu a ele da verdade da Igreja. Tudo é demonstrado na revelação dessa verdade; Paulo completou a Palavra de Deus. É verdade que foram acrescentados detalhes por aquilo que foi escrito posteriormente por João, mas nenhuma nova verdade foi revelada. Qualquer coisa, que venha depois de Paulo, afirmando ser uma nova verdade não pode ser inspirada.

Em segundo lugar, novas revelações dadas por Deus nunca repudiam ou ensinam algo contrário ao que foi dado antes. Em vez disso, as novas revelações desenvolvem as coisas que foram dadas antes e as expandem. Por exemplo, o alcorão afirma ser uma nova revelação, mas rejeita a Divindade de Cristo e, em muitos casos, ensina o oposto do que Ele disse.

Em resumo, podemos confiar no que a Palavra de Deus diz, pois ela “se interliga” de uma forma que nenhum livro humano jamais poderia. Há indícios da verdade do Novo Testamento no Velho Testamento, sem a real revelação dessa verdade, e os escritores do Novo Testamento constantemente se referem ao Velho Testamento. Tudo está em perfeita unidade, ao mesmo tempo em que é progressivo. Por essa razão, uma advertência solene é dada no final do livro de Apocalipse, a respeito daqueles que acrescentarem ou tirarem da Palavra inspirada (Ap 22:18-19). “Para sempre, ó SENHOR, a Tua Palavra permanece no céu” (Sl 119:89).

W. J. Prost

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