Origem: Revista O Cristão – Batismo

O Que é o Batismo?

O batismo é um ato que coloca uma pessoa em uma nova posição diante de Deus na Terra. Ele a separa da posição anterior e a introduz em uma nova. Porque é feito pelo homem para o homem – não se pode batizar a si mesmo – não é uma obra vital diante de Deus. Ele se relaciona ao governo de Deus da Terra e nunca ao destino eterno da alma. Deus nunca entregou o destino de uma alma nas mãos do que um homem poderia fazer por outro. Obviamente, o Filho do Homem é uma exceção, que como Homem é o único Salvador dos homens.

Os filhos de Israel eram escravos no Egito sob Faraó, uma figura do homem como escravo no mundo sob Satanás. Deus os libertou dessa posição, os batizando a Moisés quando eles passaram com ele pelo Mar Vermelho. Os Judeus, quando Jesus veio, não estavam em condições de recebê-Lo como rei. João foi enviado adiante para chamar o povo a se arrepender e batizar aqueles que então estariam em uma nova posição diante de Deus em separação daqueles que não se arrependeriam. Depois que Jesus foi crucificado, a nação de Israel ficou diante de Deus como culpada de Seu homicídio. Pedro pregou a eles e os acusou de sua culpa. Aqueles que aceitaram a mensagem e foram convencidos de sua culpa perguntaram: O que devemos fazer? Pedro lhes disse: Arrependam-se e sejam batizados. Por meio do batismo, eles foram separados diante de Deus da nação culpada e seus pecados foram remidos (perdoados) (At 2:38).

Deus fez o Senhor Jesus, a Quem eles crucificaram, “Senhor e Cristo”. Isso imediatamente abriu uma nova posição em relação a Deus e a Jesus Cristo como Senhor. Era a única maneira de os Judeus se salvarem dessa “geração perversa” (At 2:40).

Os gentios 

No caso de Cornélio e os que estavam em sua companhia em Atos 10, encontramos o batismo usado com o mesmo pensamento e com o mesmo objetivo, a saber, receber em terreno novo aqueles que estavam fora dele. Os gentios estavam diante de Deus sem esperança e sem qualquer relacionamento com Ele. Além disso, o gentio, como o Judeu, permanecia culpado diante de Deus pela morte de Seu Filho. Assim como o Judeu, ele também precisava ser separado dessa posição de culpado. Cornélio e seus amigos, pela fé em Deus, receberam o Espírito Santo e é porque Pedro viu isso que ele diz: “Pode alguém porventura recusar a água, para que não sejam batizados ?” (At 10:47). Claramente, o batismo estava conectado com privilégios na mente de Pedro, e ele reconheceu que, uma vez que Deus reconhecia aqueles crentes gentios, dando-lhes o Espírito Santo, eles também deveriam ser trazidos ao terreno correto diante de Deus pelo batismo.

À Sua morte 

O batismo é “à (ou para a) Sua morte” (Rm 6:3 – JND). Não em sua morte, mas à sua morte. É a um Cristo que morreu que somos batizados, pois é somente por Sua morte que podemos ter o que é apresentado e desfrutado no Cristianismo. Portanto, o apóstolo continua em Romanos 6 e diz: “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo à (ou para a) morte” (v. 4 – JND). Assim, o batismo é o sepultamento à morte, e não uma figura de que eu fui sepultado, mas “sepultados pelo batismo”. Colossenses diz o mesmo e, porque aqui o crente é visto como ressuscitado com Cristo, acrescenta: “no qual (batismo) vós também ressuscitastes com Ele por fé na operação de Deus o Qual O ressuscitou dentre os mortos” (Cl 2:12 – JND). Fomos sepultados com Ele pelo batismo, e também somos vistos pela fé n’Ele como ressuscitados com Ele.

O Cristo a Quem somos batizados é um Cristo que morreu – morreu para o pecado, para o mundo, para a lei – e nosso batismo declara que morremos com Ele. Estamos mortos com Ele e sepultados com Ele, pois a morte é o objetivo ou a finalidade do nosso batismo. Como batizados, nos consideramos como mortos quanto à vida do velho homem, o homem que éramos na carne. Esse homem é colocado na morte, para que não andemos como vivos na carne, mas em “novidade de vida”. Agora estamos em uma posição em que não mais dependemos de nossos antigos e vazios recursos da carne, mas de um Cristo ressuscitado. Isso é novidade da vida.

Revestindo de Cristo 

O batismo também é o se revestir de Cristo (Gl 3:27). Não é pela fé, mas pelo batismo que Cristo é vestido. O versículo anterior coloca a fé em sua conexão apropriada: “Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus” (Gl 3:26). Esses dois versículos não podem ser confundidos, pois eles não transmitem a mesma ideia. A fé tem a ver com o estado da alma diante de Deus, enquanto o batismo está conectado com um lugar exterior na Terra. Os gálatas estavam voltando à lei, o que os levava à escravidão. O Espírito Santo, portanto, exorta a eles que são filhos, não servos. Ele então segue para o batismo deles e diz, por assim dizer: “Você se vestiu de Cristo por seu batismo, e para que você quer se vestir de Moisés?” Eles foram identificados com Cristo pelo batismo – se vestiram d’Ele. Eles não podiam voltar atrás e ser identificados com uma dispensação da lei.

Perdão dos pecados 

De acordo com Atos 22:16, o batismo também está relacionado ao perdão dos pecados. Não é perdão absoluto ou judicial, como por meio do sangue de Cristo, mas a fase exterior ou governamental do mesmo. Os que foram batizados foram exteriormente afastados da cena em que o juízo de Deus repousa e, portanto, são libertados governamentalmente dos pecados que pertencem a ele. Saulo de Tarso havia sido um amargo inimigo e oponente de Cristo, mas Deus havia operado arrependimento nele. Ananias foi enviado para que ele recebesse sua visão de volta e o Espírito Santo, mas não como Judeu. Ele deve ser tirado daquele terreno e levado para o terreno onde o perdão era conhecido. Ele deve se limpar da culpa que ele tinha como Judeu e perseguidor de Cristo. Ele precisa ser trazido para um novo terreno, e isso acontece pelo batismo.

Até ser batizado, ele ainda estava conectado com seu passado pecaminoso e, nesse sentido, ele ainda estava sujo e imperdoável. Portanto, o batismo é o que lava de maneira governamental. O Judaísmo e o mundo estão ambos sob julgamento, e Paulo, ao ser batizado, foi colocado em uma posição fora de ambos.

Salvação 

Existe um pensamento semelhante em 1 Pedro 3:21, apenas que, em Pedro, trata-se do pensamento geral da salvação, em vez de perdão. Estes, no entanto, não podem ser separados. As águas do dilúvio nos dias de Noé foram uma figura do que salva. O batismo é uma “verdadeira figura”. Pelas águas do dilúvio, oito pessoas passaram do velho mundo para um novo mundo. Na arca, por meio das águas, eles foram salvos do mundo antigo que pereceu e foram levados a um mundo novo. É uma figura do juízo de Deus na cruz. A cruz deixa o homem na carne, a velha criação, debaixo do juízo, mas é a salvação do crente, que passou pelo julgamento em Cristo, a verdadeira Arca. O batismo nos conecta, quanto à nossa posição Cristã exterior, a Cristo, que por Sua morte nos fez passar pela morte e pelo juízo e nos levou a um novo mundo, uma nova criação, por Sua “ressurreição dentre os mortos”.

Circuncisão 

Podemos acrescentar que o batismo é, de certa forma, semelhante à circuncisão. A circuncisão conectava, os que se submetiam a ela, ao nome de Jeová, o nome da aliança pela qual Deus Se relacionava com Israel. O batismo nos conecta com o nome do Senhor Jesus, ou mais definitivamente, com o nome do Pai, Filho e Espírito Santo – o nome trino pelo qual Ele Se fez conhecido por Jesus – o nome pelo qual Ele é conhecido no Cristianismo. Um Judeu circuncidado era colocado sob o governo de Jeová e gozava dos privilégios relacionados a essa posição. Assim também uma pessoa batizada está conectada com o nome do Senhor Jesus e desfruta dos privilégios relacionados ao Seu governo.

O governo de Deus 

O batismo se refere à nossa posição na Terra sob o governo de Deus. Pedro, ao falar desse governo, diz àqueles a quem escreveu: “o batismo, agora vos salva pela ressurreição de Jesus Cristo” (1 Pe 3:21 – TB). Na mesma conexão, o batismo é a lavagem dos pecados na Terra, pois seja qual for a posição de alguém pela fé em Cristo e de acordo com o propósito de Deus em graça, ainda assim, quanto ao governo de Deus na Terra, ele não está lavado nem salvo até ser batizado. Quanto ao seu lugar na Terra, ele não está, de modo algum, em uma posição correta diante de Deus ou de Cristo. Existem dois reinos, ou esferas de governo, aqui na Terra – um conectado com Satanás e o outro conectado com o Senhor Jesus. O batismo nos separa exteriormente do reino em que Satanás governa e nos conecta com o governo de Cristo.

Adaptado de várias fontes

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