Origem: Revista O Cristão – Aves
Recordando o Senhor: Uma Lembrança
Lembro-me da primeira vez em que participei de uma reunião, quando foi cantado o hino “Ó Cristo, que fardos curvaram Tua cabeça” (Hinário Little Flock, nº 137). Havia uma mesa no centro na qual estavam um cálice de vinho e um grande pão. Tendo sido um clérigo e graduado no seminário, eu me perguntava como eles se sairiam. Quem iria assumir o comando? Quem conduziria? Um querido irmão mais velho deu aquele hino: “Ó Cristo, que grandes fardos curvaram Tua cabeça”. Eles cantaram com tanto sentimento, e eu senti minha alma profundamente tocada.
Eu me perguntei quem seria o próximo a dizer algo – quem daria o próximo passo. Bem, outro irmão leu o Salmo 102, e depois o Salmo 82, e sentou-se. Depois disso, outro irmão orou. Eu nunca tinha ouvido uma oração como aquela – exaltando a obra de Cristo na cruz do Calvário, como Ele lidou de maneira eficaz e absoluta com a questão dos pecados e suportou todo o juízo que era a mim devido. Ele enfatizou os pecados, não o pecado, porque o Senhor lidou com isso definitivamente, eternamente: “Levando Ele mesmo em Seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas Suas feridas fostes sarados” (1 Pe 2:24).
Eu estava me perguntando o que aconteceria a seguir, quando outra nota de louvor – um hino – foi dada sobre o mesmo tema, o sofrimento de Cristo. Depois disso, um irmão se levantou e partiu o pão, e todos participaram dele, exceto um grupo que estava atrás. Mais tarde, perguntei a outro: “Por que eles não participaram?” A resposta foi, “Eles são do Senhor, mas não pediram seu lugar à Sua mesa”.
O mesmo irmão, então, deu graças pelo cálice, e eles participaram dele. Mais tarde, um cesto foi passado, e eles colocaram conforme o Senhor fez prosperar a cada um. A reunião terminou com uma pequena exortação do Salmo 102, que nunca esqueci.
Como um pelicano no deserto
Diz ali: “Sou semelhante ao pelicano no deserto; sou como um mocho nas solidões. Velo e sou como o pardal solitário no telhado” (Sl 102:6-7). O irmão, então, leu 2 Coríntios 5:21: “Àquele que não conheceu pecado, O fez pecado por nós; para que, n’Ele, fôssemos feitos justiça de Deus”. Por que ele trouxe aquilo? “Bem”, disse outro, “essas são aves impuras de acordo com a lei de Moisés, e foi isso que o Senhor Jesus suportou. Ele não tinha pecado, mas nossos pecados foram colocados sobre Ele; seus pecados e os meus foram empilhados sobre aquela bendita Pessoa”. Amados, essas são minhas lembranças da primeira vez em que pude observar uma reunião em memória. Foi preciosa. Estamos ficando descuidados?
Agora um outro pensamento que apreciei: Proximidade com o Senhor Jesus nos guardaria do sectarismo, a erva daninha mais natural do coração humano. O serviço do amor buscará dar conforme a necessidade, e, por causa da necessidade, nunca pensaremos em desprezar os objetos do amor do Salvador. “Nós somos teus, ó Davi! E contigo estamos, ó filho de Jessé! Paz, paz seja contigo! E paz com quem te ajuda! Pois que teu Deus te ajuda” (1 Cr 12:18).