Origem: Revista O Cristão – O Digno Juiz

A Ruína da Igreja

Aprendemos em Apocalipse 1 sobre a solene lição sobre o que a Igreja já havia se tornado, nos dias de João, o objeto do julgamento de Cristo. A Igreja não é vista neste capítulo como o corpo de Cristo, mas sim como a Igreja professa, representada pelas sete assembleias da Ásia, que apresentam ali a figura completa da Igreja professa de Deus nos dias de João.

Como edifício, a Igreja pode ser vista como a edificação de Cristo que Ele mesmo constrói (Mt 16:16-18), mas também pode ser vista como entregue à responsabilidade do homem, como lemos em 1 Coríntios 3:10-17 onde Paulo estabeleceu os alicerces, mas outros construtores a construíram, alguns com bom material, outros com material ruim. Mas se as paredes foram construídas de pedras vivas ou material ruim, o Espírito Santo desceu do céu e estabeleceu Sua morada no meio desses crentes como a casa de Deus.

Cristo como juiz entre as Igrejas 

O homem falhou de todas as maneiras que tenha sido testado, e a Igreja não é exceção. Em 2 Timóteo, todos os da Ásia haviam se separado de Paulo. Em 1 Pedro 4, chegou o tempo em que o julgamento deveria começar pela casa de Deus. Mas não é até Apocalipse 1 que encontramos a própria Igreja realmente se tornando o objeto do julgamento. Ali temos a terrível imagem dos sete castiçais que representam a Igreja completa de Deus na Terra, com o Filho do Homem no meio deles no caráter de Juiz. A Igreja, estabelecida como uma portadora de luz neste mundo, tinha falhado totalmente em sua responsabilidade para com Deus nos últimos dias de João. O Filho do Homem estava em seu meio como um Juiz, finalmente chegando ao ponto de que Ele a expeliria de Sua boca como uma coisa repugnante.

Em Apocalipse 1:12-13, o Filho do Homem é visto no meio dos sete castiçais. Ele é visto na Terra, não no céu. Em Apocalipse 5, depois que a história terrenal da Igreja termina, nós O vemos como o Cordeiro no meio do trono com os santos celestiais no céu. Mas aqui Ele é visto na Terra, em espírito, é claro, e como o Filho do Homem. E não é isso que a Igreja professa perdeu, o sentido de Sua presença real ali?

O Ancião de Dias 

Uma vez Ele apareceu no meio dos discípulos no cenáculo e proclamou “Paz seja convosco!” (Jo 20:19). Mas agora tudo muda, o Filho do Homem ainda está ali, mas não mais Se regozijando e cantando louvores, pois Ele é o Ancião de dias de Daniel 7:9-10, 22, a Quem o julgamento é confiado. Tão amedrontadora foi a visão que João caiu a Seus pés como morto. Mas o Senhor coloca a mão sobre João e diz: “Não temas; Eu Sou o Primeiro e o Último” (Ap 1:17). Os olhos de João foram elevados para Aquele que Se levantou como Homem sobre todo o poder do inimigo. Ele era a Vida Eterna no céu que esteve nessa cena de ruína, que enfrentou todo o poder do inimigo e que venceu. Se a Igreja se afastou tanto da sua posição que se tornou objeto de julgamento, bendito seja Deus, pois a Vida Eterna permanece. O fundamento de Deus permanece firme, e todo crente que é mantido por Ele permanece firme com Cristo como participante de Sua vitória.

A chave de Davi 

Cristo é o verdadeiro Eliaquim de Isaías 22:20-25, que tem a chave de Davi, figura da administração da casa de Davi, O que abre todos os Seus tesouros, e assim faz saber à Igreja o que pertence a Israel, distinto de o que pertence à Igreja. Ele abre e nenhum homem fecha, e fecha, e nenhum homem abre. Ele é Aquele que Se apresenta à Igreja neste tempo presente, e coloca diante dela uma porta aberta que nenhum homem pode fechar. Que você e eu entendamos hoje como o bendito Senhor está Se apresentando, para que você e eu, ouvindo Sua voz e sendo obedientes à Sua Palavra, possamos ser encontrados nestes últimos dias neste círculo de bênçãos, e esperando pacientemente por Sua vinda.

A. P. Cecil (adaptado)

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