Origem: Revista O Cristão – Fracasso no Testemunho

A Ruína da Igreja como Testemunho

Deus não restabelece o que o homem arruinou. A ruína da Igreja, como testemunho e vista pelo lado da responsabilidade humana, continuará até o fim de sua história. Ela se tornou infiel, até que finalmente se estabeleceu no meio do mundo, misturada com toda sorte de iniquidade, que continua até o fim. Deus a compara a uma grande casa com vasos para honra e para a desonra (2 Tm 2). Mas chegará o momento em que, terminada a história da responsabilidade do homem, o Senhor apresentará para Si mesmo a Sua Igreja, gloriosa, sem mancha, nem ruga, nem coisa semelhante (Ef 5). Naquele tempo se dirá a respeito dela, como de Jacó, não “que coisas o homem fez”, mas sim “que coisas Deus tem feito!” (Nm 23:23).

Não é mais uma questão de refazer o caminho; o edifício está em ruínas. Rebocá-lo novamente seria apenas adornar sua decadência, o que seria pior do que a própria ruína.

O Senhor abomina a pretensão ao poder em uma época como a atual. A força perdida não pode ser recuperada. A exibição do poder humano e carnal (que vemos por todos os lados) é totalmente diferente do poder do Espírito. Aqueles que falam alto sobre o poder de Deus estar com eles soam um tanto como a multidão que seguiu Simão, o Mago, dizendo, “Este homem é o grande poder de Deus” (At 8:10 – KJV), e como Laodiceia, que diz, “Rico sou”, sem saber que é “um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu” (Ap 3:17).

Deus preserva um testemunho 

Contudo, nunca devemos esquecer que, embora a Igreja, como um testemunho coletivo, tenha falhado, Deus preservou um testemunho de Cristo em meio à ruína. Aqueles que procuram mantê-lo reconhecem e lamentam seu próprio fracasso comum na presença de Deus. Encontramos algo similar em Ezequiel 9:4. Os homens de Jerusalém que suspiram e gemem são marcados na testa pelo anjo do Senhor; eles são um povo humilhado, como em Malaquias 3:13-18.

Há duas classes nesse capítulo (Ml 3); primeiro, aqueles que dizem: “Que nos aproveita termos cuidado […] em andar de luto diante do SENHOR dos Exércitos?” (v. 14 – ACF), e segundo, os fiéis, um remanescente fraco e aflito que fala uns com os outros, reconhecendo a ruína, mas esperando o Messias, o Único que pode dar a eles libertação. Estes últimos não dizem: “Que nos aproveita?”. Essa humilhação é para proveito deles, voltando seus olhos para Aquele que “levanta o pobre do pó e, desde o esterco, exalta o necessitado, para o fazer assentar entre os príncipes” (1 Sm 2:8).

Deus conceda que essa também seja a nossa atitude e que não sejamos indiferentes ao estado da Igreja de Deus neste mundo, mas que choremos por termos contribuído para isso. Vamos, como Filadélfia, contentar-nos em ter pouca força, e ouviremos o Senhor dizer para nosso consolo: “Eu tenho a chave de Davi, o poder é Meu, não temas, Eu o coloco inteiramente à sua disposição”.

Quão tocante é a graça que provê a adoração em meio à ruína!

The Young Christian, Vol. 26, 1936

Compartilhar
Rolar para cima