Origem: Revista O Cristão – O Sangue de Cristo

O Sangue Sobre Nós

O precioso sangue de Cristo sendo derramado por nós é a grande verdade do Cristianismo. Ele fala do maravilhoso amor de Deus por nós, mesmo quando ainda éramos pecadores. Também nos fala dos pecados julgados, da paz feita e do pecador, ao crer, ser purificado. Assegura ao coração sobrecarregado pelo pecado que Deus é por ele e não contra ele, e pede à alma trêmula que descanse em Seu amor. Para isso, as palavras de Jesus vêm com um conforto indizível: “Porque isto é o Meu sangue; o sangue do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados” (Mt 26:28). Que amor! Sim, na mais rica graça, Ele morreu pelos ímpios!

Também é sobremodo bem-aventurado saber que Jesus, que esteve morto, está vivo novamente, e isso para sempre, e Ele entrou no próprio céu por Seu próprio sangue, de modo que agora temos “ousadia para entrarmos no santíssimo lugar, pelo sangue de Jesus” (Hb 10:19 – AIBB). Sim, tendo o véu sido rasgado, é nosso doce privilégio nos aproximar. Quão maravilhoso é que tais pecadores dos gentios como nós éramos, agora, pelo precioso sangue de Cristo, que está sempre diante dos olhos de Deus, sejam purificados de todo pecado e possam entrar, pela fé, por meio do Espírito, em Sua própria presença onde Jesus está. É a Sua própria Palavra que nos assegura que temos a remissão de pecados e, por esse “novo e vivo caminho que Ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela Sua carne”, podemos nos aproximar de Deus. Que paz e conforto estar assim, na presença de Deus, onde Jesus foi por Seu próprio sangue e onde temos o privilégio de vir com ousadia! Pode ser, no entanto, que muitos queridos filhos de Deus parem já nesta primeira dessas grandes verdades da Escritura – de ter remissão de pecados por meio do sangue de Jesus que foi derramado por muitos – e eles são, talvez, completamente estranhos a essa segunda verdade – da liberdade de se aproximar de Deus pelo Seu sangue. No entanto, existem alguns que se aprofundam nos passos do Senhor em ressurreição e ascensão e conhecem o conforto indizível e a bênção de entrar com ousadia no lugar santíssimo pelo Seu sangue e, quando lá, tiveram seus corações atraídos em adoração e ação de graças.

Santificação 

Há outra verdade de grande valor prático referente ao sangue. É essa: que ele foi espargido sobre nós, ou seja, não apenas o poder de purificação, mas o valor santificador ou consagrador do sangue de Jesus foi aplicado em nosso coração pelo Espírito Santo. Lemos sobre “tendo os corações purificados [espargido – JND] da má consciência” e de ser “santificado” com o sangue de Jesus.

Na consagração dos sacerdotes, que em alguns aspectos eram notavelmente figuras de nós, certas partes de seus corpos recebiam o sangue colocado sobre eles. Não se trata apenas do sangue dado a conhecer para alívio da consciência, por mais bendito que seja, mas para mostrar que a pessoa está, tanto praticamente como pessoalmente, separada para Deus. Nós não somos de nós mesmos. Daqui em diante devemos viver, não para nós mesmos, mas para Aquele que morreu e ressuscitou por nós.

Quando os sacerdotes foram consagrados, o sangue foi colocado na ponta da orelha direita, no polegar da mão direita e no dedão do pé direito, pois foram totalmente separados para o serviço do santuário, conforme a vontade de Deus. E, certamente, quando temos a consciência de que somos separados para Deus em Sua própria graça soberana pelo sangue de Jesus e dom do Espírito Santo, isso nos conduz para os caminhos e ocupações que sabemos serem agradáveis a Ele. Não podemos errar muito, se o Senhor testemunha em nossa consciência a remissão de pecados, se estamos dentro do véu em virtude desse sangue, e também temos a consciência de seu valor pessoal como nos separando para Deus.

A orelha 

A ponta da orelha direita era marcada com sangue porque, pela orelha, recebemos comunicações; é uma avenida para nossa mente e coração. Nossos julgamentos são formados conforme ouvimos. “Como ouço, assim julgo”. Recebemos instruções por meio do ouvido, e há uma conexão notável entre a boca e o ouvido. Quanto ao ministério da Palavra, o verdadeiro servo ouve primeiro e depois fala. O mesmo aconteceu com o Servo perfeito. “O Senhor DEUS Me deu uma língua erudita, para que Eu saiba dizer a seu tempo uma boa palavra ao que está cansado. Ele desperta-Me todas as manhãs, desperta-Me o ouvido para que ouça, como aqueles que aprendem [aprendiz]. O Senhor DEUS Me abriu os ouvidos, e Eu não fui rebelde; não Me retirei para trás” (Is 50:4-5). Se homens maus e sedutores tiverem acesso aos nossos ouvidos, dificilmente haverá limite para os danos que possamos receber. Satanás primeiro conquistou o ouvido de Eva e depois seu coração transgrediu contra Deus. Oh, que possamos ter em nossa alma um senso constante de que nossos ouvidos são totalmente para Deus, para que dia após dia e hora a hora, como uma criança pequena, possamos olhar para cima e dizer: “Fala, porque o Teu servo ouve”.

A mão 

O polegar da mão direita sendo marcado com sangue mostra que somos designados a ministrar a outros de acordo com a vontade de Deus e como Ele deu capacidade e oportunidade. Portanto, lemos: “Se é ministério, dediquemo-nos ao nosso ministério” (TB); qualquer que seja a linha de coisas que Deus nos designou para nos engajarmos, esperemos n’Ele e esperemos oportunidades para realizá-la. Nisto provaremos a verdade das Escrituras: “O que vela pelo seu senhor será honrado”.

O pé 

O dedão do pé direito também era marcado com sangue, porque somos consagrados pelo sangue de Jesus para andar em obediência à vontade de Deus como não sendo de nós mesmos, mas separados para Ele. Portanto, devemos fazer tudo em nome do Senhor Jesus e para a glória de Deus. Oh, que nossa alma possa ter a lembrança constante de sermos separados para Deus pelo sangue de Jesus!

De fato, porém, nossa energia espiritual às vezes se esgota, nos cansamos de fazer o bem e desmaiamos em nossa alma. E agora? Para nosso encorajamento, Deus diz: “Dá força ao cansado, e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor”. Devemos aprender a insuficiência e a fraqueza dos recursos naturais mais fortes e justos: “Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os moços certamente cairão”. E depois o que? Novamente somos encorajados: “Mas os que esperam no SENHOR renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão” (Is 40:29-31).

Things New and Old 24:159

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