Origem: Revista O Cristão – Força e Fraqueza
O Segredo da Nossa Fraqueza
A questão solene que precisa ser inculcada reiteradamente no coração dos filhos de Deus é: Qual é o segredo da nossa fraqueza? Nós nascemos de novo; recebemos o Espírito que habita em nós; temos muito conhecimento da Escritura, das dispensações e dos caminhos de Deus, e ainda assim a fraqueza – fraqueza espiritual – é frequentemente nossa característica predominante. Poucos são os que não concordariam com essa declaração. Tenhamos coragem para falar e desafiar a consciência dos santos se não é assim. Perguntemo-nos se o senso dessa fraqueza não costuma estar dolorosamente presente em nossa alma? Em nosso contato com o mundo, não somos frequentemente levados a senti-la? Ao ver nossos irmãos enredados nas armadilhas do mundo ou em más associações, não os ignoramos frequentemente, porque estamos conscientes de nossa impotência para libertá-los? Se outros são surpreendidos em alguma falta, quantos de nós são “espirituais” o suficiente para restaurá-los no espírito de mansidão? Não temos que confessar com frequência que não sabemos como enfrentar as dificuldades que surgem na Igreja? Porventura nossa fraqueza não é expressa em todas as direções de nossa vida espiritual? No andar e no serviço, no privado e em público? Se é assim, qual a razão?
É bem verdade que nosso bendito Senhor disse: “Sem Mim nada podereis fazer” (Jo 15:5). Mas é igualmente verdade que Seu servo Paulo disse: “Posso todas as coisas n’Aquele que me fortalece” (Fp 4:13), e o mesmo apóstolo lembra a Timóteo que “Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação” (2 Tm 1:7). Se de fato somos ensinados que não somos “capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos”, também nos é dito que “a nossa capacidade vem de Deus” (2 Co 3:5). Novamente, portanto, perguntamos: De onde vem nossa fraqueza? Há razão para temer que tudo isso surja DA FALTA DE ESPERAR EM DEUS. “Mas os que esperam no SENHOR renovarão as suas forças e subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão; caminharão e não se fatigarão” (Is 40:31). Esse versículo é conclusivo e nos assegura que a força espiritual é a consequência direta de esperar em Deus. É necessário que seja assim, pois ao fazê-lo confessamos nossa fraqueza e expressamos nossa dependência, e é somente quando somos dependentes que o Senhor pode demostrar por meio de nós Seu poder onipotente. É aqui, portanto, que a recuperação deve começar. Que, então, busquemos, individualmente e quando nos reunirmos, um espírito maior de espera paciente e perseverante em Deus. O efeito disso logo se manifestaria em cada setor da vida espiritual. Ministério, adoração, reuniões de oração, testemunho e andar seriam todos no poder do Espírito Santo. Não temeríamos então nenhuma dificuldade, não teríamos medo de nenhuma oposição, mas, conscientes de nossa total fraqueza em nós mesmos, ainda assim nos regozijaríamos continuamente nos recursos onipotentes e totalmente suficientes de nosso Deus. “Espera no SENHOR, anima-te, e Ele fortalecerá o teu coração; espera, pois, no SENHOR” (Sl 27:14).
Christian Friend, Vol. 6