Origem: Revista O Cristão – Serviço
Serviço para Cristo
Aquele que serve sem se assentar aos pés de Cristo faz o que ele acha certo, mas não significa que isso será o que Cristo mais goste. Se eu me assentar aos pés d’Ele, eu saberei do que Ele mais gosta, e então meu serviço pode ser de acordo com Sua mente.
Podemos servir a qualquer um, e também com devoção, de duas maneiras: ou fazendo o que pensamos que será adequado para tal pessoa, ou fazendo o que descobrimos (esperando n’Ele de forma paciente e sincera) que é o que Ele gostaria que fosse feito. Marta e Maria, respectivamente, ilustram essas duas formas de serviço. Marta faz o que ela julga necessário, e sobre a utilidade disso não poderia haver dúvidas, mas ela consulta apenas seu próprio julgamento quanto à adequação disso. Ela sentiu, e com razão, que não poderia haver dúvida sobre a utilidade disso, e trabalhou até ficar cansada e sobrecarregada por ter servido tanto. Ela não tinha o descanso no Senhor que Maria tinha, pois Maria se assentou aos Seus pés e ouviu Sua palavra. É importante lembrar que onde há descanso do coração, o coração buscará ser guiado em tudo para agradar Aquele a Quem serve, e não apenas fazer o que todos veem como adequado e necessário. Se eu consultar minha própria mente sobre o que devo fazer, eu a torno meu guia, presumindo que Ele aceitará isso, mas então, por consequência, eu estou mais diante de mim mesmo do que diante d’Ele.
Quando não estamos em comunhão com a Sua mente, muitas coisas parecem perfeitamente certas para fazermos que não tentaríamos fazer se estivéssemos em maior comunhão. Pedro não teria desembainhado sua espada para defender seu Senhor se estivesse em companhia de Sua mente (João 18:10), no entanto, sem dúvida, ele sentiu que estava fazendo um ato certo e digno.
Um verdadeiro servo
Um verdadeiro servo está sempre pronto. “Eis-me aqui” – “Senhor, que queres que eu faça?” expressa sua condição. Ele não escolhe seu trabalho, mas obedece ao seu Mestre. Muitas de nossas dificuldades sobre o serviço decorrem da falta de inteligência quanto à vontade de nosso Mestre. Esperamos e esperamos por alguma grande comissão e muitas vezes deixamos de fazer as coisas presentes. Nós nos esquivamos do trabalho que o próprio Senhor pode estar colocando diante de nós e desejamos ser usados em outro serviço no qual Ele não nos requer. Não houve o assentar aos pés de Jesus para aprender de Sua mente antes da tentativa de serviço ativo.
Para cada Cristão, que verdadeiramente conhece seu caminho de serviço e se contenta em caminhar nele com humildade e quietude com o Senhor, há trabalho entre aqueles muitos que estão em um estado de espírito inquieto e incerto, desejando atividade, mas ignorantes do que deveriam estar fazendo. Toda essa incerteza causa o descontentamento tão frequentemente evidente entre os santos e murmurações sobre “falta de comunhão”, “falta de cuidado pelas almas” e “nenhum esforço evangelístico”. Frequentemente, aqueles que mais murmuram são aqueles que têm o menor senso de responsabilidade individual e a menor força de Deus para um caminho claro.
Todos têm um lugar
Ainda assim, todos nós devemos confessar as tristes deficiências – frieza, letargia e preguiça. Mas o remédio não está em “murmurações” ou “contendas”, mas em julgamento próprio e propósito de coração para aprender e então fazer nosso trabalho para Deus. Nem todos são pregadores, mas todos têm um lugar no corpo de Cristo, e ser membro implica atividade e vida, responsabilidade para com o Cabeça e cuidado com os membros. Todos têm um Deus e Salvador cuja doutrina são chamados a adornar em todas as coisas. Todos nós estamos vivendo no meio de uma geração “corrompida e perversa”, entre a qual devemos resplandecer, “retendo a palavra da vida”.
Se formos aptos para o uso do Mestre e preparados para toda boa obra, logo descobriremos que não há tempo para reclamar, mas que o tempo nos falta para fazer as muitas, muitas coisas que o Senhor colocará diante de nós dia após dia e hora após hora. Talvez não tenhamos que pregar para grandes congregações nem mesmo para pequenas, mas há muito a fazer, além de pregar, e muitos pequenos trabalhos, invisíveis e desconhecidos por todos, exceto pelo próprio Mestre, receberão sua recompensa naquele dia, quando cada um receberá de Deus o louvor.
Adaptado de uma revista antiga
