Origem: Revista O Cristão – Sofrimentos

Sofrendo e Confiando

Daniel 3 

Em Daniel 3, temos uma imagem do espírito e caráter em que os piedosos passam por suas provações. Não é tanto para o caráter de suas provações quanto para o espírito daquilo que desejo brevemente chamar atenção. Anteriormente em Israel, Deus mostrou Seu poderoso poder em libertações temporais, como no caso do Faraó, mas conosco é diferente. Nós somos espiritualmente libertos; estamos aguardando o Filho de Deus vindo do céu. Aqueles que são fiéis a Deus sempre foram um povo que sofre. Obediência e confiança em Deus caracterizam Seu povo em todos os momentos.

Encontramos aqui que, além do amor ao poder, o homem usa a religião para unir e agrupar pessoas, para obrigar a conformidade com a palavra do rei, pois os homens usam a religião para manejar e influenciar os outros a obter seus próprios fins egoístas. Isso encontramos aqui em pleno desenvolvimento. O rei que exercia o poder de Deus e em cuja mão Deus o colocou, não o usou em favor de Deus. Em vez de usá-lo para servir a Deus, ele cria uma imagem e ordena que todos os homens a adorem. O que encontramos como resultado? O povo de Deus se abstém da idolatria no caráter do remanescente. O remanescente não se submeterá, nem tampouco eles se submetem. Claro, isso é visto como um grande crime, perturbando a coisa toda. Depois vem a perseguição, e a isso eles se submetem.

O poder de Deus 

Por mais que Deus permita que Seu povo sofra, nada deve alterar sua confiança n’Ele. A fé era algo tão simples na Babilônia quanto em Jerusalém. Deus é o Deus do céu e da Terra em todos os momentos, e ninguém pode impedir Seu poder ou o exercício dele em graça para com Seu povo. Ele pode permitir que eles sejam provados – Ele pode nem sempre dar libertação exterior, mas a paciência é sempre a mesma, e o fundamento da confiança também. Se as circunstâncias da provação são diferentes, o poder do Senhor de interferir é sempre o mesmo. As circunstâncias nunca impedem isso o mínimo que seja. A provação externa pode ocultar o poder de Deus de nossos olhos, mas Ele é sempre o mesmo. Não duvido que hoje em dia muitos corações estejam desanimados e prontos para dizer: “Quem nos mostrará o bem?” A resposta é a seguinte: “SENHOR, exalta sobre nós a luz do Teu rosto”. E o que mais se poderia conseguir? O que é melhor ou mais poderoso que a luz do rosto de Deus? Por mais tristes que possamos estar com as coisas, isso não é para enfraquecer nossa confiança em Deus. Foi quando tudo parecia impossível em Israel que “Emanuel” foi encontrado entre eles, e por mais desesperadora que seja a condição do povo de Deus quando um falso deus é estabelecido, Deus permanece o mesmo.

Os fiéis sofrem 

Observe o perfeito poder do rei e a perfeita paciência desses fiéis sofredores. Se eles tivessem resistido ao poder, isso teria acabado com eles em um momento, pois eles o teriam tirado da mão de Deus. Mas agora eles mudam a palavra do rei por sua paciência. Se eles se opusessem a Nabucodonosor, tudo teria terminado, pois Deus deu ao rei seu poder, mas eles se submeteram e, portanto, Deus poderia libertá-los.

Qual é o efeito desses fiéis estarem na provação? A identificação de seus nomes com Deus, assim como Ele era chamado o Deus de Abraão. “Pelo qual todo o povo, e nação e língua que disser blasfêmia contra o Deus de Sadraque, Mesaque e Abednego”. Que coisa bendita estar assim associado com Deus, tendo Seu nome associado ao deles, e quão bendita foi a identificação dos santos com o Deus que não Se envergonha de ser chamado o Deus deles! Foi por meio da não resistência que eles alcançaram essa glória, ao se submeterem ao poder e à vontade de Deus, embora o mal, no que diz respeito ao exercício desse poder, estivesse nas mãos do rei. Se tomarmos um lugar humilde e baixo de sofrimento sob poder, encontraremos o poder de Deus se manifestando para livrar. Vemos aqui que eles têm quietude e paz de coração, seja se recusando a adorar, sofrendo na fornalha ou saindo dela com honra, e isso certamente trará a recompensa bendita de sempre ter o nome de Deus identificado com o nosso. O Deus a Quem conhecemos como nosso Deus e a Quem nos apegamos na provação aqui embaixo, e Ele a nós, é o mesmo cujo nome se associa a nós na glória.

Girdle of Truth, adaptado

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