Origem: Revista O Cristão – Sofrimentos
Atitudes Contrastantes no Sofrimento
Dois homens destacam-se como exemplos no modo como reagiram ao sofrimento. O primeiro exemplo é Caim, que considerou os sofrimentos grandes demais para suportar. O segundo exemplo é Jó, que se considerava bom demais para sofrer tanto. Essas duas atitudes extremas contrastam com nosso bendito Senhor.
Caim disse: “É tamanho o meu castigo, que já não posso suportá-lo” (Gn 4:13 – ARA), quando ele foi confrontado com o julgamento de Deus por seu pecado de homicídio. O primogênito e herdeiro de Adão mediu a punição de acordo com sua própria capacidade. Ele rejeitou o justo julgamento de Deus, embora Deus em misericórdia estivesse procurando por ele, buscando sua restauração. Caim escolheu sair “da presença do Senhor”. Ele então construiu uma cidade. Mas não havia remédio para a situação, vivendo separado de Deus, nem mesmo isso excluiu a tristeza de sua vida. “Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação”, mas “mas a tristeza do mundo produz morte” (2 Co 7:10). O remédio era ir a Deus com o problema porque era grande demais para ele.
Quando o Senhor Jesus, o verdadeiro Primogênito, foi confrontado com a contemplação do julgamento de Deus pelo pecado no Jardim do Getsêmani, Ele orou: “Meu Pai, se não é possível passar de Mim este cálice sem que Eu o beba, faça-se a Tua vontade” (Mt 26:42). Como Caim, Ele sentiu a grandeza do julgamento, mas em perfeita submissão à vontade de Seu Pai Ele o aceitou como vindo d’Ele. Ele não fugiu das consequências, mas Se submeteu ao julgamento de Deus pelo pecado, que foi a morte.
“Havia um homem na Terra de Uz, cujo nome era Jó; homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal” (Jó 1:1). Este homem foi testado com sofrimentos atormentadores que o levaram a dizer: “Sou justo, e Deus tirou o meu direito. Apesar do meu direito, sou considerado mentiroso; a minha ferida é incurável, embora eu esteja sem transgressão” (Jó 34:56). Esta queixa veio a tona depois de muito tempo. Mesmo que ele tenha provado que a avaliação de Satanás quanto ao seu comportamento estava errada, ele desenvolveu uma atitude errada. Ele culpou a Deus e se justificou. Ele era bom demais para todos. Se o castigo de Caim era grande demais para ele, Jó era bom demais para o castigo. Ambas as atitudes obstruem a maneira de Deus abençoar aqueles que estão sofrendo.
“Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as Suas pisadas, O qual não cometeu pecado, nem na Sua boca se achou engano, O qual, quando O injuriavam, não injuriava e, quando padecia, não ameaçava, mas entregava-Se Àquele que julga justamente” (1 Pe 2:21-23). Em contraste com Jó, o Senhor Jesus não considerou a Sua própria justiça como razão para evitar o sofrimento. Embora Ele nunca pecou para merecer qualquer sofrimento, ainda assim Ele pacientemente suportou isto. Em relação à Sua justiça, Ele a confiou a Ele que julga retamente. Este é o exemplo que Ele nos deixou para seguir.
