Origem: Revista O Cristão – Oração
Súplica e Oração
Podemos descobrir a diferença entre oração e súplica observando como a alma age. Quando queremos algo realmente sério, há súplica; uma sensação de necessidade a pressiona, e para ser aliviado dessa necessidade, existe o tratamento da alma com Deus.
A oração é mais geral; abraça tudo o que está em minha alma. Assim, o templo era chamado de casa de oração, não apenas de súplica. Na oração, a alma apresenta todas as considerações e interesses diante de Deus, mas talvez nenhuma delas assuma o caráter de súplica. No entanto, a palavra súplica é constantemente usada em conjunto com a oração. Talvez a oração tenha mais confiança nela. Lemos em Tiago 5:16 (JND): “A fervorosa súplica dos justos tem muito poder”, mas no exemplo dado [a oração de Elias], diz-se que ele orou com oração [e não com súplica].
Se estivéssemos apresentando todo os nossos casos, cuidados e bênçãos a Deus, deveríamos esperar encontrar paz e alívio em nosso coração e mente; mas se tivéssemos um desejo nos pressionando, especialmente um para o qual não tivéssemos certeza de Sua consideração, então suplicaríamos. Por outro lado, se tivéssemos certeza quanto ao que precisávamos, como a graça para cumprir o lugar para o qual Ele me chamou, então seria oração e não súplica. Dessa maneira, muitas vezes há súplica primeiro e depois oração. A confissão é uma preliminar, pois devemos nos desfazer da causa das trevas antes que possamos usufruir dos serviços mais felizes da luz. Ao fazer isso, a alma em oração viaja frequentemente de Lucas 11 a 1 João 5. Em Lucas, estamos aprendendo, ou melhor, provando nossa condição de falta de recursos; não temos outro recurso senão Deus. Em 1 João 5, entretanto, é que se sabemos que Ele nos ouve, temos as petições que desejamos d’Ele. Isso nos mostra o trato próximo e sério que deve haver entre a alma e Deus, se quisermos conhecer Sua mente.
As respostas
Mas, então, não há dúvida de que estamos frequentemente enganados com a verdadeira natureza de nossas petições; isto é, não entendemos a coisa certa que responderia às nossas petições. Por exemplo, Paulo teve certeza de que suas petições foram ouvidas ao pedir que ele pudesse servir melhor ao Senhor após sua prisão em Jerusalém, e sua petição foi respondida, mas não de acordo com os pensamentos de Paulo. Ele poderia ter pensado em retornar ao trabalho ativo, enquanto seus serviços foram realmente aumentados por meio de suas epístolas da prisão. Isso mostra como o verdadeiro desejo espiritual da petição pode ser concedido, mas de uma forma diferente da que esperávamos.
Louvor
Louvor é sem dúvida o ponto mais alto da oração; depois que a alma se apresenta e, por assim dizer, revisa todos os interesses possíveis diante de Deus, nada resta para ela senão louvá-Lo. Dessa maneira, Davi entrou e sentou-se diante do Senhor, e ele louvou ao orar. Não há oração viva sem ação de graças, sem louvor e ninguém pode entender como Deus provê e entra em todas as nossas circunstâncias, juntamente com a bênção e a glória que Ele dá.
Words of Truth, vol. 6 (adaptado)