Origem: Revista O Cristão – Betel

Telescópio Espacial James Webb

Há alguns anos, o conhecido telescópio espacial Hubble vem fornecendo dados sem precedentes do universo. Tendo sido nomeado por causa do famoso astrônomo norte-americano Edwin Hubble (1889-1953), foi lançado no ano de 1990, e paira no espaço cerca de 350 quilômetros acima da Terra. Com seu grande espelho e complexos equipamentos tecnológicos, detectou galáxias no universo que eram até então desconhecidas, bem como coisas mais incomuns, como “buracos negros” e “supernovas”.

Foi Edwin Hubble que, em 1929, usando a teoria da relatividade de Einstein, alegou ter descoberto que o universo, antes considerado estático, está realmente se expandindo. (Há boas evidências de que a ideia de um universo em expansão foi proposta pela primeira vez por um astrônomo belga, George Lemaitre, dois anos antes de Hubble). Entretanto, ainda há controvérsias sobre essa afirmação, embora várias outras pesquisas tenham surgido desde então e terem confirmado que isso realmente é verdade. As Galáxias no universo parecem estar se afastando umas das outras, e quanto mais distantes as galáxias, mais rápido parece ser o movimento delas para longe umas das outras.

Mais recentemente, vários cientistas receberam o prêmio Nobel em 2011 por seu trabalho durante a década de 1990, no qual eles afirmaram que não apenas o universo estava se expandindo, mas que sua taxa de expansão estava se acelerando. Mais uma vez, tem havido um debate sério no mundo científico sobre essa afirmação.

O tamanho do universo 

O que é claro, entretanto, é que o universo é imenso – maior do que qualquer homem pensou que fosse antes. Deus declara em sua Palavra que “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das Suas mãos Sem linguagem, sem fala, ouvem-se as suas vozes” (Sl 19:1-3). Algo da imensidão do cosmos pode ser entendida com uma simples olhada a olho nu, mas a tecnologia moderna tem capacitado o homem a ver muito mais. Quanto mais o homem foi capaz de descobrir, mais ele descobre o quão vasto é, e muito mais complicado do que originalmente se pensava.

Mais recentemente, durante os anos 1990, começaram os trabalhos para criação de um telescópio muito maior, que está marcado para ser lançado ao espaço em outubro de 2018. O telescópio James Webb, com um custo aproximado a 9 bilhões de dólares, fará o Hubble parecer pequeno, com um espelho muito maior e um poder para ver muito além no espaço. Destinado a estar estacionado no espaço a cerca de 1 milhão e 600 mil quilômetros de distância, ele aparentemente será mantido no lugar por causa do equilíbrio da gravidade do Sol e da Terra. De costas para o Sol, ele será protegido por um escudo solar com camadas sucessivas, para isolá-lo do calor extremo do Sol.

O ponto de vista científico 

Não precisa dizer que o potencial de tal telescópio é imenso, mas, como sempre, o homem natural aborda essa capacidade do ponto de vista errado. Primeiro de tudo, seu orgulho rivaliza com o potencial do telescópio; Eric Smith, diretor do programa do Webb, na NASA, teria dito: “Vamos ver o universo se iluminar depois do Big Bang”. Outro cientista da NASA disse: “A humanidade sempre se perguntou sobre o universo, e agora a nossa tecnologia de telescópio alcançou nossas perguntas”. O comentário mais significativo vem de um colaborador da revista Forbes – “O Hubble nos ensinou como é nosso universo; James Webb nos ensinará como nosso universo se tornou assim”.

Ainda mais significativo é o fato de que a comunidade científica persiste em basear suas observações e cálculos na amplamente aceita, mas ridícula, teoria do ‘Big Bang’, propagada pela primeira vez na década de 1920 pelo já citado Georges Lemaitre. Qualquer estudante honesto de física deve perceber que tal teoria contradiz tanto a primeira como a segunda leis da termodinâmica. Toda a ideia de um ‘Big Bang’ entra em conflito com a Escritura, e é realmente outra das tentativas do homem (como a teoria da evolução) de se afastar de qualquer responsabilidade para com Deus. O homem descobriu muito e se orgulha disso, mas como alguém comentou com mais propriedade: “O homem é um descobridor; nunca um Criador”. Com todas as suas habilidades para moldar coisas como um telescópio multibilionário, ele nunca foi capaz de criar algo a partir do nada. No entanto, seu raciocínio distorcido permitirá um suposto ‘Big Bang’, que supostamente trouxe algo tão complicado quanto o nosso universo à existência, sem Deus. Em vez de ser humilhado pelo que descobriu, o homem se enche de orgulho, enquanto atribui sem hesitação a um ‘Big Bang’ algo que só poderia acontecer pelo poder de Deus.

Pela fé nós entendemos 

Mas a Escritura fala em tons de clarim – “Pela fé, entendemos que os mundos, pela Palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente” (Hb 11:3). Uma vez que trazemos Deus, tudo se encaixa; nós não somos obrigados a entrar em imaginações grosseiras ou negar qualquer uma das leis da física, a fim de tornar tudo plausível. No entanto, há uma contradição incomum aqui, e com o qual o homem é incapaz de lidar, a menos que esteja disposto a admitir a revelação divina.

Por um lado, o homem é uma criatura finita, e embora ele possa entender o conceito de eternidade, ele é totalmente incapaz de envolver sua mente em torno desse conceito. Sendo limitado pelo tempo, o homem não pode lidar com algo eterno, exceto de uma maneira conceitual. Por esta razão, ele rejeita a verdade de um Deus infinito, que existiu desde a eternidade, e que é capaz de criar algo a partir do nada. Naturalmente, esta não é a única razão pela qual o homem rejeita o pensamento de Deus. Em última análise, ele quer evitar qualquer pensamento de responsabilidade para com Deus, e, assim, prefere fingir que Ele não existe, ou pelo menos que Ele é um Ser distante que não Se interessa por Sua criatura, o homem. De fato, muitas falsas religiões, assim como o chamado pensamento da ‘Nova Era’, incorporam a noção de que Deus está em tudo, inclusive em nós mesmos, e que Ele é meramente uma força no cosmos que o sustenta.

Eternidade 

Por outro lado, o homem não pode se afastar de si mesmo, e uma vez que ele foi criado para a eternidade, não apenas para o tempo, ele busca aquilo que é eterno. Um artigo recente de uma importante revista americana discutiu o potencial do telescópio James Webb, e o autor fez a seguinte observação:

“Diz algo estranho e excepcional sobre a nossa espécie que, embora possamos estar justamente preocupados com o simples negócio de sobreviver no único mundo que temos… nós sempre temos um olho treinado para fora. Não podemos dizer exatamente o que procuramos – libertação, companhia, respostas a perguntas eternas – mas continuamos procurando pelas mesma coisas” (ênfase minha).

Assim, o homem quer respostas para as questões eternas que inevitavelmente surgem em sua mente, enquanto Ele nega a revelação do Deus que habita na eternidade.

Revelação Divina 

Quão reconfortante é afastar-se do homem, “cujo fôlego está no seu nariz” (Is 2:22), e estar sujeito à revelação divina na Palavra de Deus. De acordo com o caráter do eterno Deus, Sua Palavra “viva e que permanece para sempre” (1 Pe 1:23). Uma vez que tenha servido aos propósitos de Deus, o universo que o homem procura explorar acabará por ser queimado, para dar lugar à criação de “novos Céus e nova Terra, em que habita a justiça” (2 Pe 3:13). Apesar dos esforços do homem na pesquisa espacial e do gasto de bilhões de dólares, ele nunca descobrirá realidades eternas. É somente em Cristo, e no entendimento do mistério de Deus, que “todos os tesouros da sabedoria e da ciência” (Cl 2:3) são encontrados. Podemos descansar nisto e em um Deus que escolheu revelar-Se em Cristo e que agora conhecemos como Pai. Quanto melhor isso é que mera informação factual sobre o universo!

W. J. Prost

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