Origem: Revista O Cristão – Sal

O Teste do Sal

O mundo era tão contrário a Cristo, que aquele que não era contra Ele era por Ele. O Filho do Homem devia ser rejeitado. A questão era a fé em Sua pessoa, não o serviço individual a Ele. Triste! os discípulos ainda pensavam em si mesmos: o qual não nos segue” (Mc 9:38). Eles deviam compartilhar Sua rejeição; e se alguém lhes desse um copo de água fria, Deus Se lembraria disso. O que quer que os fizesse tropeçar em sua caminhada, mesmo que fosse seu próprio olho ou mão direita, eles fariam bem em cortar; pois não eram as coisas de um Messias terreno que estavam em questão, mas as coisas da eternidade.

“Porque cada um será salgado com fogo, e cada sacrifício será salgado com sal (Mc 9:49).

E tudo deve ser provado pela perfeita santidade de Deus, e isso, por meio de julgamento, de uma maneira ou outra. Todos devem ser salgados com fogo — o bom e o mau. Onde houvesse vida, o fogo só consumiria a carne; pois, quando somos julgados, somos castigados pelo Senhor, para que não sejamos condenados com o mundo. Se o juízo alcança os ímpios – e certamente os alcançará – é condenação, um fogo que não se apaga. Mas, para o bom, também havia outra coisa – eles deveriam ser salgados com sal. Àqueles que foram consagrados a Deus, cuja vida foi uma oferta a Ele, não deve faltar o poder da santa graça, que liga a alma a Deus, e interiormente o preserva do mal. O sal não é a gentileza que agrada (o que, sem dúvida, a graça produz), mas a energia de Deus no interior, o que conecta tudo em nós com Deus e dedica o coração ligando-o a Ele, no sentido de compromisso e desejo, rejeitando tudo em si mesmo que é contrário a Ele; é um compromisso que flui da graça, mas que age ainda mais poderosamente por causa disso. Na prática, isso é graça inconfundível, a energia de santidade que se separa de todo o mal, mas por se separar para Deus. Bom é o sal (Mc 9:50) – que fala do efeito produzido na alma, a assim chamada condição da alma, bem como a graça que produz essa condição. Assim, aqueles que se oferecem a Deus, foram separados para Ele — eles são o sal da terra. Mas se o sal perder o sabor, com o que pode ser salgado? Ele é usado para temperar outras coisas, se o sal precisa dele para si mesmo, não há mais nada que possa salgá-loAssim é com os Cristãos; se eles que são de Cristo não prestam esse testemunho, onde poderia ser encontrado algo, a não ser nos Cristãos, para prestar ao mundo este testemunho e produzi-lo neles. Então, esse senso de compromisso para com Deus o qual se separa do mal, esse julgamento de todo o mal no coração, deve estar em si mesmo; não se trata de julgar os outros, mas de se colocar diante de Deus, tornando-se assim o sal, tendo-o em si mesmo. Em relação aos outros, deve-se buscar a paz; e a verdadeira separação de todo o mal é o que nos permite caminhar juntos, em paz.

Em uma palavra, os Cristãos deveriam manter-se separados do mal e perto de Deus, em si mesmos; e caminhar com Deus em paz uns com os outros. Nenhuma instrução poderia ser mais simples, mais importante, mais valiosa. Ela julga e dirige toda a vida Cristã em poucas palavras.

Present Testimony, Vol. 7

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