Origem: Revista O Cristão – A Trindade
A Unidade da Divindade
A unidade da Divindade era a grande doutrina do Velho Testamento, e isso em contraste com a pluralidade dos deuses dos pagãos. Havia indícios constantemente dados, e, sem dúvida, percebidos pela fé, em alguma medida, de que mais estava por vir, algo por trás de tudo isso. Mas a unidade da Deidade era o assunto em questão. “Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR” (Dt 6:4 – JND). “A ti te foi mostrado para que soubesses que o SENHOR é Deus; nenhum outro há senão Ele” (Dt 4:35).
A Trindade revelada
A Trindade das Pessoas nunca foi conhecida na alma até que o Espírito Santo fosse dado para habitar em nós. Portanto, mesmo os apóstolos não sabiam completamente quem era Aquele que graciosamente andava com eles na Terra. Se lhes fosse possível saber que Deus estava lá – quando o Filho estava revelando o Pai na Terra – teria sido possível conhecer a Deus na dualidade; isto é, que Ele poderia ser conhecido em apenas duas Pessoas. Isto não poderia acontecer. O Filho revela o Pai na Terra, o Pai habita n’Ele e faz as obras, mas o Espírito Santo era o poder pelo qual o Filho expulsava demônios – tudo foi apresentado ao homem. Mas Cristo precisava morrer e ressuscitar e subir ao alto e dar o Espírito Santo àqueles que Lhe obedecem, e agora, pelo poder do Espírito Santo, conheço o Pai, revelado no Filho e pelo Filho. Um Deus é assim conhecido na Trindade das Pessoas, como uma verdade subjetiva na consciência da alma. Pedro pôde dizer: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”, e ter uma revelação divina dada pelo Pai, mas era inoperante na época, como muitas coisas estão em nós mesmos, até que seja conhecido subjetivamente em nossa alma. Alguns versículos mais tarde, em Mateus 16, ele mostra que a carne não foi quebrantada nele até o auge da revelação e, de fato, nunca teve seu poder até que depois ele recebeu o Espírito Santo. O Espírito dado quando Jesus foi glorificado fez toda a diferença.
A plenitude da Divindade
Em Jesus “habita corporalmente toda a plenitude da Divindade”. Nunca haverá e não poderá haver revelação adicional de Deus, pois tudo foi revelado; caso contrário, o Filho de Deus não cumpriu Sua missão, o que é simplesmente impossível. A Trindade das Pessoas é tornada conhecida, e o Filho levou a Humanidade à Divindade – efetuou redenção e nos reconciliou com Deus por Sua morte, e, ressuscitados com Ele, somos selados com o Espírito de Deus e, portanto, diante d’Ele em Cristo Jesus, e Ele em nós diante dos homens. A primeira coisa estabelece nosso lugar diante de Deus; a segunda, nossos deveres perante os homens.
A distinção das Pessoas
Não há confusão nas Pessoas da Trindade, mas também não há separação entre Elas. Cada Pessoa (como falamos) faz coisas diferentes, mas Todas trabalham em conjunto e na unidade da Divindade. O Pai envia o Filho; o Filho não envia o Pai. O Filho morre por mim, não o Pai. O Espírito santifica, vivifica, mas o Pai e o Filho também. Tudo isso agora é conhecido no Cristianismo e sob a graça e é bem diferente do que esperavam aqueles que estavam sob promessa ou que era sentido por aqueles que estavam sob a lei. Sob o primeiro, os patriarcas o conheciam como El Shaddai (Deus Todo-Poderoso). Veja Gênesis 17:1 e Êxodo 6:3. Ele era o Todo-Poderoso, para cuidar dos peregrinos da fé. Com Israel, era Jeová – Aquele que existia por Si mesmo, cumpriria tudo o que havia prometido. Conosco, é o Pai, revelado pelo Filho e conhecido pelo Espírito Santo, habitando em nós – um Deus em Trindade. No entanto, Aquele que é assim para nós – o Pai – nos diz que é o mesmo que foi Todo-Poderoso para os patriarcas e Jeová para Israel. Compare 2 Coríntios 6:18 e leia “Jeová” quando for dito “SENHOR”, onde tem esse significado.
O conhecimento do caráter de Deus
Você também pergunta: “O conhecimento do caráter de Deus por si só daria esta certeza?” Em termos abstratos, eu responderia que sim. Mas qualificaria minha resposta dizendo que você não poderia conhecer completamente Seu caráter até que a cruz tivesse passado, de modo que a obra de Cristo precisa acontecer, assim como Deus ter sido revelado na Terra. Posso ser atraído por Ele como um homem na Terra, mas a consciência deve ser purificada por Sua obra que rasga o véu, e todo o caráter de Deus precisa ser conhecido, perfeito em graça, face a face com o homem no seu pior. Com o conhecimento de tal revelação, deve haver certeza.