Origem: Revista O Cristão – Graça e Governo
Uma Vara de Correção ou Amor
Recentemente uma jovem mãe se aproximou de mim com a questão de como ela deveria criar seus filhos durante a dispensação da graça. A dificuldade óbvia que ela enfrentou foi como mostrar graça a sua família e, ao mesmo tempo, levar adiante a disciplina ou a ordem divina no lar. Essa questão tem deixado pais perplexos por muitos anos. A resposta vem em descobrir como Deus combina Sua graça com o Seu governo. Um não interfere no outro, pois eles andam paralelamente um ao lado do outro.
Vamos nos referir a um exemplo que o apóstolo Paulo deu em 1 Coríntios 4. Os coríntios estavam agindo de forma carnal e precisavam de correção. Em vez de se humilharem, ficaram inchados com o assunto: “Mas alguns andam inchados, como se eu não houvesse de ir ter convosco” (v, 18). Parece que eles pensaram que poderiam escapar impunes de sua carnalidade sem qualquer correção. Mas Paulo lembra a eles que ele não iria deixar isso passar. Ele iria até eles e “então conhecerei, não as palavras dos que andam inchados, mas a virtude” (v. 19). Ele iria repreendê-los por seu comportamento.
O Reino de Deus
Ele então continua com as palavras: “o Reino de Deus não consiste em palavras, mas em virtude”. Deus deu poder para realizar a administração dos princípios do Seu reino. Paulo estava certo de que, quando era necessário exercer disciplina ou algum tipo de governo, ele tinha autoridade ou poder para fazê-lo. Deus estava por trás dele e apoiaria a ação considerada necessária. Tal ação não era para destruir a graça de Deus, mas para reforçá-la. Se os coríntios abusassem da graça, Paulo os lembrava que não os permitiria. Ele iria até eles com uma vara. A vara seria usada de uma maneira governamental para fazê-los perceber que não poderiam escapar dessa prática. A vara que Paulo usaria era para impedi-los de cair sob uma disciplina ainda mais severa do Senhor se eles continuassem em seus caminhos (1 Co 5:5; 11:31-32).
A razão da vara de correção
Assim, o apóstolo coloca as opções diante deles de como eles queriam que ele fosse a eles: “Que quereis? Irei ter convosco com vara ou com amor e espírito de mansidão?” (v. 21). Este versículo traz a razão para o governo. Não há dúvida sobre seu motivo de amor e graça. É evidente que Paulo queria mostrar amor e graça, mas ele não se esquivaria de lidar duramente com eles de maneira governamental se eles se recusassem a se arrepender. A graça era primordial para ele, e a disciplina governamental era o seu “plano B” para levá-los ao julgamento próprio. Caso contrário, a graça não poderia fluir livremente para eles. Nesse caso, ele teria que ir até eles com uma vara.
Que o Senhor nos ajude a entender a interação que a graça e o governo têm um com o outro, de modo a realizá-los em nossas casas e assembleias. Se não fosse pelos caminhos governamentais de Deus conosco, quem de nós teria vindo para apoderar-se de Sua graça? A apreciação real de Sua graça não nos faz agradecidos por Ele ter lidado conosco de maneira governamental! “Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os Teus estatutos” (Sl 119:71). “Bem sei eu, ó SENHOR, que os Teus juízos são justos e que em Tua fidelidade me afligiste” (Sl 119:75). “Porque bom é que o coração se fortifique com graça” (Hb 13:9).
