Origem: Revista O Cristão – Vasos

Vasos para Honra e Vasos para Desonra

Em 2 Timóteo 2:26, vemos o estado no qual o Cristianismo, em sua forma exterior no mundo, caiu: “Ora, numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de pau e de barro; uns para honra, outros, porém, para desonra. De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor e preparado para toda boa obra” (vs. 20-21).

Devemos observar que o apóstolo não diz exatamente que a casa de Deus contém vasos para honra e para desonra, embora isso seja verdade quando falamos da casa de Deus como construída pelo homem sob responsabilidade, de acordo com sua apresentação em 1 Coríntios 3. É mais uma comparação que ele usa e, portanto, ele diz: “Numa grande casa”. Devemos lembrar que isto é o que a casa de Deus na Terra se tornou – uma esfera na qual os crentes e meros professos, servos fiéis e servos maus se tornaram tão misturados que vasos de ouro e prata se misturam em toda parte com aqueles de madeira e barro.

Tal era o estado de coisas que havia surgido até mesmo nos dias de Paulo e do qual o Espírito de Deus toma ocasião para estabelecer princípios para orientação individual, à medida que a confusão e a corrupção se tornam mais pronunciadas. O apóstolo então diz: “De sorte que, se alguém se purificar destas coisas [ou “destes” vasos – JND], e a linguagem usada é muito forte – “se purificar [purgar] destas”. Aqui nos é dito que devemos nos purificar dos vasos da desonra. Como indivíduos, temos que nos separar do mal para sermos aprovados para o serviço do Senhor.

Quais são os vasos para desonra? 

Vasos para desonra representam aqueles, Cristãos ou simplesmente professos, que estão contaminados com o mal de qualquer tipo ou envolvidos em qualquer coisa que desonra o nome do Senhor. A responsabilidade não é julgar o estado pessoal e a condição de outros vasos, mas purificar-se daquilo que desonra o nome do Senhor, porque ele está sob a obrigação, por confessar o nome do Senhor, de se afastar da iniquidade.

A consequência da separação de tais vasos é que assim seremos vasos para honra (e isso explicará o significado dos vasos de ouro e de prata no versículo anterior), santificados, separados e úteis, para serem usados pelo Mestre – preparados para toda boa obra. Esta é uma palavra solene para os crentes. Será que alguém deseja ser usado pelo Senhor? Aqui está, então, a Sua própria qualificação para o serviço. Então, quando estivermos qualificados, Ele nos tomará para nos usar da forma que Ele quiser.

Um coração puro 

Há, no entanto, também o lado positivo da separação [N. do T: algo que deve ser feito na sequência] e, portanto, o apóstolo acrescenta: “Foge, também, dos desejos da mocidade; e segue a justiça, a fé, a caridade e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor” (2 Tm 2:22). Por um lado, Timóteo deveria “fugir” das paixões da juventude, mas, por outro lado, deveria “seguir [perseguir – KJV] as coisas indicadas aqui. Um propósito de coração será necessário para ambos. Note, além disso, que essas coisas devem ser “perseguidas” em companhia daqueles que invocam o Senhor com um coração puro. Muitas vezes, argumenta-se que a separação do mal levaria a um caminho de isolamento. Essa Escritura é uma resposta completa a tal afirmação, pois é evidente que todos os que reconhecem sua responsabilidade individual de se afastar da iniquidade devem estar reunidos na mesma companhia.

Perguntas insensatas 

Mais uma vez, o apóstolo adverte Timóteo para tomar cuidado com as controvérsias: “E rejeita as questões loucas e sem instrução, sabendo que produzem contendas” (2 Tm 2:23; compare com 2 Tm 2:16). São questões literalmente tolas e “indisciplinadas”, e a palavra “indisciplinado” é frequentemente usada para uma “mente não sujeita a Deus; um homem que segue sua própria mente e vontade”. Isso explicará o tipo de questionamento a que se refere – aqueles que brotam dos próprios pensamentos e raciocínios do homem e que, portanto, não poderiam deixar de produzir problemas. A introdução desta última palavra, “contendas”, fornece a oportunidade para uma bela descrição do que deve ser o caráter de um verdadeiro servo. “E ao servo do Senhor não convém contender, mas, sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor; instruindo com mansidão os que resistem, a ver se, porventura, Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade e tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo, em cuja vontade estão presos” (2 Tm 2:24-26).

Tal é a revelação feita aqui – que todos os que resistem à verdade de Deus, os que a recusam, por mais eminentes que possam ser no mundo do intelecto ou da ciência, não são nada além do que pobres escravos de Satanás, liderados, se não inspirados, por ele, assim como os servos do Senhor são guiados e ensinados pelo Espírito de Deus.

E. Dennett (adaptado)

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