Origem: Revista O Cristão – Sabedoria
O Vasto e o Pequeno
Nada pode ser menos reverente ou mais inconsistente com a modéstia do que as declarações improvisadas e aleatórias de alguns homens sobre a Palavra de Deus. A verdade é que a Escritura é sempre perfeita, mas os homens não são competentes para falar dela a menos que sejam ensinados por Deus. Assim, falando como homem, há aqueles que poderiam apreciar as maravilhas dos céus, mas são lentos para perceber a construção divina de uma margarida. No entanto, para qualquer um que estima corretamente a mão perfeita de Deus, mesmo em uma margarida, é tão clara e certa quanto no sistema solar. É somente uma questão de qual lugar cada criatura de Deus ocupa em Seu próprio esquema grandioso. Sua sabedoria e poder não são menos mostrados nas coisas pequenas do que são nas grandes e sublimes. Sendo assim, não existe dúvida de que se o telescópio traz muitas maravilhas à vista do homem, o microscópio não será menos impressionante. Ambos são instrumentos importantes nas mãos dos homens, e ambos são feitos para mostrar ao homem, sem dúvida pela providência divina, a partir do mundo natural, um testemunho divino do poder que está acima e que está embaixo.
Mas em todas as coisas o que deve ser reconhecido neste mundo natural não é a glória do homem, mas as maravilhas de Deus naquilo que Ele fez. Um princípio similar se aplica à Palavra de Deus, pois, se Deus se mostra no que é vasto, também aparece em maneiras cuja pequenez pode facilmente escapar à nossa observação. Em toda parte, a perfeição é reivindicada por Deus, seja no que Ele fez ou, acima de tudo, naquilo que Ele escreveu. E o que Ele escreveu transcende o que Ele realizou, porque Sua mente e caminhos devem transcender Suas obras externas. Pois a Palavra de Deus é reivindicada como sendo o lugar mais alto da expressão de Sua sabedoria, Sua sabedoria interior. Aquilo que está ligado à matéria deve ceder ao que tem a ver com a mente e as afeições e, acima de tudo, com a exibição da natureza divina.