Origem: Revista O Cristão – Vida Eterna

Participação na Natureza Divina

O crente participa das abençoadas qualidades da natureza divina. Tanto a luz quanto o amor são, em sua própria natureza, qualidades divinas e características da vida eterna e são uma demonstração dela no meio do mal e das trevas, causados pelo pecado. Será que Deus já havia Se manifestado de tal maneira como “amor” antes de enviar Seu Filho ao mundo, para que pudéssemos viver por meio d’Ele? E Cristo era a expressão desse amor: “Conhecemos o amor nisto: que Ele deu a Sua vida por nós” (1 Jo 3:16 – ACF). Deus é amor, e o amor é dado como evidência da existência e da manifestação da vida eterna em nós (1 Jo 3:14). Novamente, “Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” (ACF). Deus também é luz e foi mostrado como luz pelo próprio Cristo como “a vida”, pois “n’Ele, estava a vida e a vida era a luz dos homens”. Agora não é dito apenas que somos filhos da luz (1 Ts 5:5) e que estamos na luz como Deus está na luz (1 Jo 1:7), mas, mais do que isso, que somos “luz no Senhor” (Ef 5:3). Essas são as próprias perfeições da natureza divina, e, portanto, somente as temos plenamente reveladas nos escritos do apóstolo João, que trata expressamente dessa natureza. O mesmo se pode dizer da “graça e verdade”, que, em contraste com a lei (dada por Moisés), é dito que vieram por Jesus Cristo. Isso mostra o que Deus é em Si mesmo, pois, estando acima do pecado do homem, Ele está ativamente curando, salvando e abençoando o homem, que está arruinado sob os efeitos do pecado neste mundo. Assim, a glória, como do Unigênito com o Pai, era cheia de graça e verdade.

Recebendo da Sua plenitude 

É assim que, embora não sejamos infinitos, ainda assim participamos do que é divino e infinito n’Ele, pois o Filho Jesus Cristo, como Filho e como Homem, trouxe essas qualidades divinas, que Ele possuía com o Pai antes que o mundo existisse, para a Humanidade. O apóstolo João fala de Sua glória, que ele contemplou, “a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”. Essa glória era divina em seu caráter, sendo aquela do Filho com o Pai, e existindo n’Ele em plenitude divina e exibida aqui em sua perfeição, para que pudesse ser contemplada e declarada pelos apóstolos. Mas o apóstolo acrescenta: “E todos nós recebemos também da Sua plenitude, com graça sobre graça”. As palavras “todos nós” estendem a participação ou gozo do que é nomeado para além dos apóstolos, e as palavras “da Sua plenitude” ampliam o alcance da recepção a toda graça que é encontrada n’Ele, pois essa glória não é aqui algo exterior, visível aos olhos, mas sim aquelas qualidades, divinas em sua natureza, que nunca poderiam ter sido vistas ou conhecidas de outra forma, pois “o Verbo Se fez carne e habitou [tabernaculou] entre nós”. Essa glória habitava em Sua bendita Pessoa, assim como com Israel no passado de outra forma no deserto. Essa demonstração de Sua glória corresponde inteiramente ao que João viu: “a vida foi manifestada, e nós a vimos… e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada”. E é na contemplação disso que temos comunhão com o Pai e com Seu Filho Jesus Cristo, participando da natureza divina, recebendo da Sua plenitude.

Adaptado de A. C. Ord

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