Origem: Revista O Cristão – A Vinda do Senhor

Este Presente Século

Ao revisar as Escrituras sobre o caráter do crente neste mundo, não podemos deixar de ficar impressionados com o modo como a vinda do Senhor deveria permear todos os aspectos de nossa vida. No Novo Testamento, vemos a vinda do Senhor mencionada em todas as epístolas de Paulo, exceto Gálatas e Efésios (Em Gálatas, ela não é mencionada porque eles adotaram ensinamentos que minavam um dos princípios básicos do Cristianismo, enquanto em Efésios eles já eram vistos como ressuscitados e assentados em lugares celestiais em Cristo.) Da mesma forma, João, Pedro, Tiago e Judas, todos eles mencionam a vinda do Senhor em conexão com a linha particular da verdade trazida por cada um.

A grandeza do mundo romano 

Quando as epístolas foram escritas, o mundo estava testemunhando o maior e possivelmente o mais poderoso império que o mundo já havia visto. Roma estava no auge, e o direito romano, as realizações culturais, o poder militar e a administração eram emblemas do mundo civilizado. No entanto, quase nada é dito na Escritura sobre tudo isso, exceto de passagem, quando ela se refere à verdade moral e espiritual sendo transmitida. Paulo (e outros) não se detém nas realizações do Império Romano ou em sua grandeza. Em todas as suas viagens, não o vemos comentando sobre feitos de engenharia (como estradas, aquedutos ou monumentos), campanhas militares, realizações culturais ou qualquer outra coisa que apelasse para a mente natural. Em vez disso, ele observou que “Demas me desamparou, amando o presente século” (2 Tm 4:10). Evidentemente, as glórias do mundo romano eram mais atrativas para Demas do que a companhia de um homem que era prisioneiro por causa do nome de Cristo.

O império britânico 

Cerca de 150 anos atrás, quando Deus estava graciosamente restaurando para nós a verdade da Igreja e também a verdade da vinda do Senhor como a apropriada esperança dos crentes, o mundo estava testemunhando a Grã-Bretanha no auge de seus poderes. Seu império era grande o suficiente para instigar que se vangloriassem: “O Sol nunca se põe no império britânico”. Seu poder militar, especialmente sua marinha, deu a ela o papel de polícia do mundo, de modo que o período de 1815 a 1914 costuma ser chamado de a “Pax Britannica” (Paz Britânica). Ainda assim, mais uma vez, vemos que aqueles que o Senhor usou para recuperar a verdade fizeram quase nenhuma alusão a conquistas científicas, política, poder militar ou às várias guerras que foram travadas. Ao invés disso, seus sermões e escritos estavam centrados no tema de que “está próximo o fim de todas as coisas” (1 Pe 4:7).

A política atual 

Grande parte desta edição da revista “O Cristão” foi elaborada durante as últimas semanas da campanha que culminou nas eleições dos EUA em 4 de novembro de 2008. Em 14 de outubro, o Canadá realizou uma eleição geral, e, em 7 de novembro, a Nova Zelândia também realizou uma eleição federal. Os sentimentos estavam exaltados entre muitos, visto que os liberais estavam enfrentando os conservadores nos três países, e os crentes também acabaram envolvidos nisso. Tudo isso fala a nós como Cristãos que são, de acordo com Hebreus 3:1, “participantes da vocação celestial”. Se a vinda do Senhor não estiver diante de nós como uma esperança presente, é fácil ser levado pelos sentimentos nacionais e pelo patriotismo que vêm de forma tão natural ao coração humano. Em vez de ver a sentença de morte sobre tudo o que existe neste mundo, vemos nosso coração se aborrecendo se Deus permite que seja eleito um governo que não tenha sido nossa escolha.

Oração pelas autoridades 

É bastante correto orar pelas autoridades que há e pedir que o povo de Deus seja capaz de levar “uma vida quieta e sossegada”, mas, além disso, devemos lembrar que, assim como Cristo está oculto no momento, a Igreja também está. Nossas esperanças são celestiais, e todos os movimentos do homem no governo, sejam por crentes ou não, no fim só irão cumprir os propósitos de Deus. Podemos agradecer a Deus por aqueles no governo que procuram governar no temor de Deus, mas devemos lembrar que eles estão governando um sistema mundial que em breve terminará no juízo de Deus. Se vivemos em terras onde há liberdade, podemos ser muito gratos pelos privilégios que nos são concedidos, mas lembremos que os juízos mais severos no final irão cair sobre aqueles que desfrutaram de maior luz.

Nosso envolvimento 

Deus nos disse que “os homens maus e enganadores irão de mal para pior” (2 Tm 3:13), e os crentes que se envolvem nos assuntos deste mundo descobrirão que seus esforços serão continuamente frustrados. Nossa parte é “resplandeceis como astros no mundo” (Fp 2:15), na expectativa de que o Senhor nos leve para casa a qualquer momento. Em vez de sermos como Demas, que amou este presente século, devemos viver “neste presente século sóbria, justa e piamente, aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo” (Tt 2:12-13). Não permitamos que nada ofusque essa esperança ou estrague nosso adequado testemunho ao mundo! Que mantenhamos a verdade da vinda do Senhor não apenas como uma doutrina, mas como uma nova e viva esperança que se mostra claramente em nossa vida.

W. J. Prost

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