Origem: Revista O Cristão – Amizade

Você É Amigo de Jesus?

Não é uma grande bênção ter um amigo, alguém que nos ama e se importa conosco, e a quem podemos livremente abrir nossa mente? Se você tem um amigo assim, não menospreze a misericórdia, mas dê a ele grande valor e demonstre amizade para com ele, pois a Escritura diz: “O homem de muitos amigos deve mostrar-se amigável, mas há um amigo mais chegado do que um irmão” (Pv 18:24). Todos sabemos quão intimamente Jônatas e Davi eram unidos em amizade, o filho de Saul amando o filho de Jessé como à sua própria alma. Mas que belo título é esse pelo qual Abraão é chamado, em Tiago 2:23, de “o amigo de Deus”. E mais abençoado ainda é o que está escrito em Isaías 41:8, onde o próprio Deus, falando dele, diz: “Abraão, Meu amigo”. Se um rei, um nobre ou uma pessoa de distinção e renome dissesse de você ou de mim: “Aquele homem, aquela mulher ou aquele jovem é meu amigo”, não deveríamos nos sentir gratificados por tal sinal de seu favor? Mas para o Senhor Deus Todo-Poderoso, o Criador do céu e da Terra, chamar de “SEU amigo” um homem “sujeito às mesmas paixões que nós”, foi uma graça e condescendência maravilhosa de Sua parte e uma grande honra para aquele a quem Ele assim chamou.

Não nos esqueçamos, no entanto, de que os caminhos de Abraão eram, em geral, agradáveis a Deus, pois Ele disse dele: “Porque Eu o tenho conhecido, e sei que ele há de ordenar a seus filhos e à sua casa depois dele, para que guardem o caminho do SENHOR, para agir com justiça e juízo”. Ele era um homem de fé, que obedecia a Deus, vivendo uma vida piedosa, e que criava seus filhos e servos no temor de Deus, e isso agradou ao Senhor. Agora, se você tem um amigo, alguém que foi testado e comprovou ser confiável, e você tem um assunto importante que tem a liberdade de revelar, você não contará a ele? Certamente que sim. E assim fez o Senhor com o Seu amigo, pois Ele disse: “Ocultarei Eu a Abraão o que faço?” Então Ele conversou com Abraão sobre o pecado de Sodoma e Gomorra, que era tão grave aos Seus olhos que Ele disse que, a menos que se arrependessem, Ele as destruiria. Então, como sabemos, Abraão usou a intimidade que tinha com o Senhor para rogar a Ele que poupasse a cidade por causa dos justos que estavam nela. (Veja Gênesis 18.)

Há outra passagem muito doce sobre este assunto em João 15, onde o Senhor Jesus diz: “Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos. Vós sereis [sois – ARA] Meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando. Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de Meu Pai vos tenho feito conhecer”. Observemos que essas preciosas palavras são dirigidas pelo Senhor aos Seus discípulos. Ora, o que é um discípulo? Um aprendiz na escola de Cristo, alguém que não apenas crê n’Ele, mas que também é um seguidor d’Ele e procura ser obediente a Ele em todas as coisas. A eles o Senhor diz: “Vós sois Meus amigos” (ARA). Palavras maravilhosas para o Filho de Deus dizer a qualquer um de nós que O reconhece como nosso Salvador e nosso Senhor. E Ele não apenas nos chama de amigos, mas age conosco como tal, abrindo Sua mente livremente para nós, como Ele diz: “Tudo quanto ouvi de Meu Pai vos tenho dado a conhecer”. Como a Palavra de Deus ainda nos mostra, é pelo Espírito Santo nos abrindo as Escrituras para que possamos “conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus”, pois Ele “no-las revelou pelo Seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus”.

Agora, será que valorizamos essa amizade? Se sim, certamente seremos achados procurando fazer a vontade do Senhor, tomando sobre nós o Seu jugo e aprendendo d’Aquele que é manso e humilde de coração. Mas de uma coisa sabemos: não podemos ter a Sua amizade e a do mundo também, pois “a amizade do mundo é inimizade contra Deus” (Tg 4:4). Que possamos, então, continuar caminhando em comunhão com o Senhor e a Sua verdade, pois o segredo do SENHOR é para os que O temem; e Ele lhes fará saber o Seu concerto” (Sl 25:14 – ARC); assim seremos preservados de ter comunhão com o mundo, que O rejeitou e O crucificou, e que não pode amar aqueles que são Seus, porque eles não são do mundo, assim como Ele não é do mundo.

The Evangelist, Vol. 1 (1867)

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