Origem: Livro: Impedimentos à Comunhão
2. O Terreno do Único Corpo
O segundo ponto essencial é que a reunião seja no terreno da Igreja – no terreno do corpo de Cristo – e, portanto, será em torno da mesa do Senhor. Vou explicar isso mais detalhadamente. Já vimos que Cristo é a Cabeça da Igreja; e como Ele é a Cabeça, os crentes durante esta dispensação são membros de Seu corpo. “Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo” (1 Co 12:13 – ARA) e, consequentemente, diz-se que somos “membros do Seu corpo, da Sua carne e dos Seus ossos” (Ef 5:30). Estamos, portanto, unidos pelo Espírito a Cristo no céu, pois “o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito” (1 Co 6:17). Como consequência, também somos “membros uns dos outros” (Rm 12:5). Existe o vínculo mais próximo possível – um vínculo vital – por um lado, entre Cristo e Seu povo e, por outro lado, entre todos os crentes. Esta é a unidade que o Espírito de Deus formou – a unidade do corpo de Cristo (1 Co 12:12-13). Somos exortados a ser diligentes para manter “a unidade do Espírito no vínculo da paz” (Ef 4:3).
Sendo assim, o fundamento da reunião dos santos deve expressar essa verdade, reconhecendo assim (se posso dizer isso) a unidade do corpo. Ou seja, devemos estar reunidos como membros do corpo de Cristo, não como anglicanos, wesleyanos, presbiterianos, independentes ou batistas[10], mas apenas como membros do corpo de Cristo. Qualquer terreno de reunião, portanto, que seja mais amplo ou mais estreito do que isso, é uma negação da verdade do corpo e, portanto, não pode ser o terreno de Deus. A aplicação desse princípio destrói todo denominacionalismo de uma só vez; e deve fazê-lo, porque o terreno sobre o qual as denominações se baseiam é totalmente contrário à Escritura.
[10] Outros nomes e associações sectárias podem ser adicionados a esta lista, dependendo da situação local ou regional em que o leitor possa se encontrar. ↑
Uma outra consequência de estar reunido como membros do corpo de Cristo é que isso será em torno da mesa do Senhor. O apóstolo ensina essa verdade quando diz: “O pão que partimos, não é a comunhão do corpo de Cristo? Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo; porque todos participamos do mesmo pão” (1 Co 10:16-17). O pão sobre a mesa no meio dos santos reunidos é, portanto, o símbolo da unidade do corpo de Cristo; e na medida em que todos participam dele, ele é o símbolo adicional da participação comum a esse corpo.
Que maravilha na sua simplicidade! Assim, na Igreja primitiva, os discípulos sempre se reuniam no primeiro dia da semana para partir o pão (At 20:7; 1 Co 11:20). Eles se reuniram para esse propósito (compare também Atos 2:42). O objetivo de estarem reunidos não era assistir a um “culto”, ouvir sermões, mas partir o pão e, assim, anunciar “a morte do Senhor até que [Ele] venha” (1 Co 11:26).
Procure, querido irmão, por essas características da Assembleia de Deus em sua própria vizinhança. Onde você as encontrará nos vários “locais de adoração” ao redor? É demais dizer que a sua busca será em vão? É um triste sinal do fracasso da Igreja e da total confusão deste dia maligno!
