Origem: Livro: Os Patriarcas

Abraão

Nas primeiras partes do livro de Gênesis, já tracei duas histórias distintas – a dos santos antediluvianos, ou os tempos de Adão a Enoque; e a de Noé e daqueles que o seguiram, até a dispersão das nações.

A primeira dessas histórias ocupa Gênesis 1-5, a segunda, Gênesis 6-11.

No capítulo que se segue – Gênesis 12 – a história de Abraão começa e continua até Gênesis 25. Isto constitui a terceira parte ou seção do livro de Gênesis e nos apresenta uma nova era nos caminhos de Deus. E em tudo isso, tenho certeza, há uma bela ordem moral e uma revelação da sabedoria dispensacional de Deus. Pois nestas coisas os céus e a Terra são feitos, alternadamente, para captar a história maravilhosa dessa sabedoria e para relatar mistérios divinos – tais mistérios como “na plenitude dos tempos” serão cumpridos, quando, como sabemos, Ele reunir em Cristo todas as coisas, tanto as que estão nos céus como as que estão na Terra (Ef 1:10).

Adão, na inocência, era um homem da Terra. Ele tinha que desfrutar disso, sabendo que tudo era seu, mas não conhecendo nada além do que estava ao seu redor. Mas quando foi enviado para fora do Éden, tornou-se um estranho na Terra. Ele não recebeu nenhuma comissão para melhorá-la ou equipá-la. Ele tinha simplesmente que cultivar a terra para ganhar a vida, e a trasladação de Enoque nos diz que o destino e a herança daquela primeira família de Deus eram celestiais. (A família de Caim era a contradição disso, naqueles dias antediluvianos. Eles cultivavam a terra para algo mais do que o sustento. Sua lavoura levou à cultura e ao avanço do mundo como um sistema de ganho e prazer. E desta forma as duas famílias foram distinguidas – uma foi formada pela fé, ou pela obediência à revelação de Deus, a outra pelo desprezo dela, como o mundo é até hoje).

Em Noé, porém, com o passar do tempo, o propósito de Deus é diferente. Noé é um homem da Terra novamente. Ele deixa a arca num caráter muito diferente daquele em que Adão havia deixado o jardim. Noé deixou a arca sob a missão de manter o mundo em ordem, como juiz e governante. Não era uma condição de estranho no mundo, mas a cidadania nele e o governo dele, que era agora novamente o pensamento divino. Mas uma segunda apostasia foi testemunhada entre os descendentes de Noé. Com o passar do tempo, eles buscaram independência na Terra, rejeitando o temor de Deus e procurando viver sem Ele, como Adão fez (procurando ser como Deus) no jardim da antiguidade.

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