Origem: Livro: Os Patriarcas
Alegria do Senhor como nossa força
Mas que elemento é este! Oh, quão grosseiras, amados, são nossas sensibilidades comparadas com tudo isso. Nossa pobre alma raramente se envolve nisto; muitas vezes ela está empenhada em fazer novamente as primeiras obras, em lamentar as vantagens que nossas concupiscências tiraram de nós, as surpresas que o calor dos temperamentos errados causaram e coisas semelhantes. Mas toda essa ocupação da alma nos mantém aquém desse deleite puro e espiritual em Cristo, dessa doença do amor, dessa respiração nas montanhas de mirra, e desse cultivo e manutenção do jardim de especiarias, aqui tão abençoadamente apresentados. Certamente sabemos pouco disso. Será que Deus é nossa maior alegria? É nos aposentos do Rei e em pensamentos de glória que caminhamos? Estará nosso nardo saudando nosso Senhor? Nossa alma é capaz de chamá-Lo nada menos que nosso “Amado”? Na verdade, seria bom se afeições como essas preenchessem e comandassem nosso coração. Então deveríamos ter armas de vitória segura para enfrentar nossos inimigos e derrotar os desejos e pensamentos intrusivos que tantas vezes nos contaminam. No estilo figurativo de alguém, podemos dizer: “Como quando, numa manhã clara, o Sol nascente se concede visitar-nos, as estrelas brilhantes que adornavam o nosso hemisfério, bem como as sombras escuras que o obscureciam, desaparecem”. A concupiscência não poderia, com qualquer poder, vir contra uma alma ocupada com isso. Esta “alegria do Senhor” seria de fato a nossa “força”. Pois que morada se abre aqui para a fé entrar! Que casa de banquetes para a alma! Quão distantes do medo e da obscuridade de consciência estão essas regiões! A terra da rola é esta, o jardim de todos os frutos excelentes.
Mas onde está a fé preciosa para entrar e caminhar até lá? Precisamos clamar por largueza de coração nas entranhas de Cristo Jesus. Ocupar-se com tais afeições traz influência para toda a alma. Isso a fortalece e a santifica – pois todas as questões de nossa posição são antecipadas, e nossa energia para enfrentar a tentação é aumentada, e por meio disso a liberdade e a pureza da alma são asseguradas. Pois como pode ser nutrida a ideia de condenação ou a tentação que traz contaminação, quando o crente está procurando alcançar mais a luz e o gozo de uma comunhão como esta? Isso não o leva a mais do que uma mera fuga de um espírito de escravidão ou do mal prático? Não é este o método divino de torná-lo mais do que um conquistador?
