Origem: Livro: Os Patriarcas

Um altar falso

O altar, que vem a seguir na descrição, para a casa e para o campo, pode parecer à primeira vista um alívio e um santificador, a única coisa boa no meio da corrupção. Mas é, talvez, o pior de tudo. Ele não foi levantado Àquele que lhe havia aparecido. Não houve comunhão entre o Senhor e Jacó, nem em Sucote nem em Siquém. Siquém não era Betel, e essa parte do campo, onde El-Elohe-Israel (TB) foi erigido, não era o lugar de pedras e destituição, onde a graça abundante brilhou desde um céu aberto sobre a cabeça abandonada do patriarca, mas a parte do campo que Jacó comprou dos filhos de Hamor, pai de Siquém. Foi erigido, não por um estrangeiro celestial ao Deus que o visitou, mas no meio dos incircuncisos. Parece uma tentativa de obter a sanção do Senhor para a perda do caráter separado, peregrino e nazireu de Jacó; ligar Seu nome e Sua adoração com aquilo sobre o qual pairava Seu juízo, e para com aquilo que Sua longanimidade foi mostrada até que a iniquidade fosse completa.

Certamente é antes um Jacó incircunciso que vemos aqui, e não siquemitas circuncidados. É tudo miserável. Este é um filho de Abraão? Este é um santo de Deus? Será este um dos estrangeiros de Deus num mundo que se revoltou contra Ele? Isto é como a energia religiosa da Cristandade, que colocou o nome de Cristo em companhia do mundo que está sob Seu juízo, e apenas suportado em Sua longanimidade. É como se Israel tivesse consentido com o Faraó e se comprometido a dar a Jeová um altar no Egito. Mas tais altares não são altares – assim como outro evangelho não é outro. Tal religião é vã, seja praticada nestes primeiros dias em Siquém, ou agora nestes dias da Cristandade, entre as nações de um mundo julgado e condenado, do qual a separação é o chamado de Deus. Mas isso não vai funcionar. Um intercâmbio de aparência saudável com o mundo se seguirá, e o seu curso será seguido avidamente, sem vigilância ou convicção, mas os serviços religiosos familiares e as ordenanças religiosas nacionais, a ordem moderna em Siquém, serão desejados a todo o tempo.

Foi por causa do fruto de tudo isso que Jacó disse depois: “No seu secreto conselho, não entre minha alma; com a sua congregação, minha glória não se ajunte”. Pois é à ação de Gênesis 34 que Jacó se refere, quando estava prestes a morrer, em Gênesis 49. Ele descobre, no final, o verdadeiro caráter de tudo isso – fruto de ter habitado em Siquém. Voluntariamente um homem foi morto ali e uma cerca foi derrubada. Mas certamente o próprio Jacó já havia derrubado a cerca de Deus antes. O muro divisório que o chamado de Deus levantou entre o limpo e o impuro, entre a circuncisão e o gentio, o próprio Jacó, em espírito, quebrou quando se estabeleceu como cidadão ou proprietário em sua propriedade adquirida em Siquém. E Simeão e Levi podem aperfeiçoar isso, assim que quiserem.

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