Origem: Livro: A Ordem de Deus para o Lar Cristão

Amor

Nossa consideração dos princípios bíblicos relevantes para o convívio na família Cristã tem se concentrado no homem como cabeça da família e no homem como o sustentador dela. Gostaríamos agora de considerar o aspecto de um homem amando e honrando sua esposa.

O número de versículos nas Santas Escrituras que ordenam ao marido Cristão amar, honrar e agir com bondade para com sua esposa certamente indica a importância dessa responsabilidade. As Escrituras não nos exortariam repetidamente a fazer algo se não houvesse perigo de não o fazermos. Não é verdade que, como maridos Cristãos, podemos ser cuidadosos em manter nossa posição como cabeça e provedores da família, mas somos muito menos cuidadosos em amar e honrar nossa esposa? Também não é verdade que a falha em fazê-lo rebaixou a imagem do papel que Deus deu à esposa, aos olhos do mundo? Em vez de ser vista em uma posição de honra e respeito, ela frequentemente é retratada em uma posição degradante de escrava do chefe de família.

Não é incomum ouvir feministas argumentarem que a mulher foi degradada e oprimida pelo ensino Judaico-Cristão. Tais declarações falsas ocorrem até mesmo na literatura de muitos periódicos evangélicos. O apóstolo Paulo, que recebeu seus ensinamentos por revelação especial do próprio Senhor, é frequentemente o alvo especial de acusações porque ele supostamente degrada as mulheres em seus escritos. Quando o Senhor Jesus estava na Terra, Ele respondeu a esse tipo de argumento com a declaração simples, mas verdadeira: “Errais, não conhecendo as Escrituras”. Sem dúvida, os argumentos das feministas podem ser recebidos com a mesma refutação, mas é triste que nossa falha em adequadamente amar e honrar nossas esposas dê substância aos argumentos daqueles que se opõem às Escrituras. Isso certamente acontece se desempenharmos nossa posição como cabeça da família sem o amor e a honra que são devidos a nossas esposas.

Quando Paulo exorta o marido a amar sua esposa como Cristo também amou a Igreja (Ef 5:25), ele dá ao marido um exemplo de devoção absoluta. O fato de a Igreja não ser perfeita não diminui em nada Seu amor e cuidado, mas a torna ainda mais um objeto de Sua devoção e serviço. Há na esposa que Deus deu ao marido, como há em todos nós, imperfeições e coisas que ofendem. Mas essas coisas permitem ao marido mostrar a natureza de Cristo e amar sua esposa, assim como Cristo amou a Igreja e Se entregou por ela.

Paulo teve que dizer aos maridos colossenses para amarem suas esposas e não tratá-las “asperamente [com amargura – ARA] (Cl 3:19 – TB). Isso indica a tendência do marido de culpar a esposa pelos pequenos problemas cotidianos que aparecem no lar. É provável que o marido pergunte por que isso é assim ou não. A crítica vem facilmente de nossos ingratos lábios e coração. O marido precisa ser lembrado de que todos nós, não apenas a esposa, ofendemos (Tg 3:2). Ele também precisa lembrar que sua esposa lhe foi dada como um favor concedido por Deus (Pv 18:22). Um espírito de gratidão e apreciação deve ser visto no marido, em vez de um espírito de crítica e procurador de falhas. Um princípio fundamental para orientar qualquer tipo de convívio Cristão e que pode ser útil ao marido para ajudá-lo a evitar a amargura em relação à esposa encontra-se em Filipenses 2:3: “cada um considere os outros superiores a si mesmo”. O convívio familiar, como o convívio na assembleia, poderia ser muito mais agradável e consistente com nossa profissão Cristã se houvesse um maior senso de nossa própria completa indignidade aos olhos de Deus.

O apóstolo Paulo vai ainda além de dar ao marido um exemplo da profundidade e grau de amor que deve ser manifestado por sua esposa. Ele chega ao ponto de explicar como esse amor deve ser colocado em prática: “os maridos amar a sua própria mulher como a seu próprio corpo” (Ef 5:28). Quantas vezes o marido mostra a atitude de que ele é o número um. Seu trabalho pode facilmente ser julgado mais importante do que o trabalho de sua esposa em casa. É tão fácil para o marido ficar tão voltado aos problemas do escritório que as coisas que estão perturbando a esposa em casa são consideradas insignificantes ou talvez nem ainda sejam consideradas. Ele pode até levar esse espírito ao ponto de gastar dinheiro em coisas que deseja ou de que precisa, sem levar em consideração aquelas coisas que aliviariam as tarefas diárias de sua esposa em casa ou coisas que simplesmente iluminariam um pouco a vida dela.

No que diz respeito a amar nossas esposas como a nosso próprio corpo, existe uma prática no mundo e que está se tornando perceptível nas famílias Cristãs, que deve ser evitada. Esta é a prática do marido seguir um hobby, esportes ou outros interesses que envolvem muito tempo longe de sua família e de sua esposa. Deve haver moderação em todas as coisas, mas qualquer coisa que nos separe de nossas esposas e famílias, especialmente quando é apenas por prazer, não parece exemplificar amar nossa esposa como nosso próprio corpo. Talvez cuidar dos filhos e dar à nossa esposa um pouco de tempo para seus hobbies, ou para tarefas necessárias, como fazer compras, esteja mais de acordo com essa exortação. No casamento, marido e mulher são uma só carne (Ef 5:31). O marido não é apenas responsável pelo fardo financeiro de manter sua esposa, mas também é responsável por “nutrir e cuidar” da esposa com quem Deus o uniu, assim como ele alimenta e cuida de seu próprio corpo (Ef 5:29).

O quinto capítulo de Efésios simplesmente não pode ser encerrado até que o marido seja exortado a que ele, como indivíduo, ao contrário dos maridos em geral, ame sua esposa como a si mesmo (Ef 5:33). Se minha esposa fosse questionada, ela diria que sente ser o objeto de tal atenção? Não parece consistente com o direcionamento das Escrituras já mencionadas que a esposa deva simplesmente saber que seu marido a ama. Não deveria haver expressões diárias disso, sacrifícios diários por parte do marido e gozo diário do amor juntos? Tudo isso está no amor de Cristo por sua Igreja, o Exemplo perfeito do amor do marido por sua esposa.

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