Origem: Livro: Aos Pais de Meus Netos
Anrão e Joquebede
Passemos a Anrão e Joquebede, pais de Moisés. Que história encantadora está no segundo capítulo de Êxodo. A esposa parece ter sido o espírito que move a cena aqui, e talvez isso não seja de se admirar, já que Joquebede era tia de Anrão (Êx 6:20). Mas não há nenhuma sugestão de que Anrão não tenha seu lugar de direito naquela pequena casa no Egito. Hebreus 11:23 nos diz: “Pela fé, Moisés, já nascido, foi escondido três meses por seus pais, porque viram que era um menino formoso; e não temeram o mandamento do rei”. Aqueles de nós que viveram em uma terra dominada por um inimigo hostil podem apreciar melhor a magnífica coragem deste devotado casal, quando não temeram o mandamento do rei. Foi uma prova de sua fé; mas sabemos que era “muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo” (1 Pe 1:7). E como Deus honrou a fé deles! Cada um de seus três filhos tornou-se um de Seus próprios servos honrados.
Que ânimo para os pais hoje, tomar uma posição ousada ao lado do Senhor por seus filhos, contar somente com Ele e não temer ninguém. Certamente Ele ainda honrará tal fé hoje, assim como a honrou nos dias de Anrão e Joquebede.
Mas Joquebede nos ensina outra lição encantadora. Faraó ordenou a todo o seu povo, dizendo: Todo filho que nascer lançareis no rio. Joquebede obedece ao rei. Ela reconhece que a ordem do rei se aplica a seu filho, e ela o lança no rio: mas escondido em uma arca, para que nenhuma gota daquelas águas da morte pudesse tocá-lo. E Deus honra ricamente sua fé. Todos vocês conhecem a história. A filha do rei o acolhe, e a irmã do bebê corre para “chamar uma ama”, que nada mais é do que a própria mãe da criança. Com que gozo ela toma aquele pequenino dos braços da filha do rei: agora não para si mesma, mas para aquela pessoa que o salvou:
Assim é conosco. Todo pai Cristão tem o privilégio de reconhecer que o filho que Deus lhes deu está sob a sentença de morte. Ele pode colocar a criança naquelas águas da morte: reconhecendo que é aqui que a criança pertence: mas Outro passou por essas águas antes: e agora Aquele com Quem contamos para salvar nossos filhos, nos devolve a criança, dizendo: “Leva este menino e cria-Mo; Eu te darei teu salário”. Não é mais nosso. Aquele em cujas mãos o colocamos, o aceitou e agora o devolve para que o criemos para Si mesmo, na disciplina e admoestação do Senhor. Isso não significa que cada criança não precise de uma fé salvadora pessoal para si: mas, à maneira de Deus, confessamos que a criança está sob a sentença de morte: e temos o privilégio de contar com o Senhor que passou por aquelas águas profundas, para salvá-la. Recebemos a eles de volta de uma nova maneira, não mais como nossos, mas pertencendo a Ele para “criar” para Ele; e que rico salário Ele paga, se realmente procurarmos fazer isso para Ele mesmo.
