Origem: Livro: Música Instrumental na Adoração e Testemunho Cristão

Apêndice

Para aqueles que podem desejar um breve resumo das visões anteriores sobre o uso de instrumentos musicais na adoração e testemunho Cristãos, reproduzimos aqui um pequeno artigo que apareceu na revista The Young Christian[11] sob o assunto, “Um Encontro de Jovens – A Caixa de Perguntas””.
[11] N. do A.: Bible Truth Depot, St. Louis, 1940, Vol. 30, págs. 132-136.

Pergunta: Por que instrumentos musicais não são usados nas reuniões daqueles reunidos para o nome do Senhor Jesus Cristo?

Resposta: A verdadeira adoração Cristã é “em espírito e em verdade(Jo 4:23-24). É com o Espírito” e pelo Espírito” (1 Co 14:15-16; Fp 3:3 – TB) e não precisa de auxílios carnais. O Espírito Santo, habitando o crente individualmente, e a assembleia coletivamente (Jo 14:17), é o poder da adoração Cristã. Qualquer outra coisa serve somente à carne e, distraindo o coração do verdadeiro Objeto de adoração, é apenas um obstáculo. É uma coisa segura dizer que qualquer coisa que o homem comum, na carne, possa desfrutar não é adequada nas coisas de Deus. Podemos orar e cantar e bendizer a Deus no Espírito, mas o instrumento tem algum espírito? Os instrumentos musicais, sem dúvida, ajudariam na precisão e no tempo de nosso canto, mas impediriam o caráter espiritual de adoração, e somente esse é o que é aceitável a Deus.

Nenhum coração, a não ser aquele ensinado pelo Espírito,
Salmodia a Ti.

Quando observamos a origem dos instrumentos musicais (Gn 4:21), aprendemos que, como outras coisas que não são erradas em si mesmas, eles foram usados pela primeira vez pela família de Caim para ajudá-los a esquecer de Deus.

Este ainda é o uso que o mundo faz deles. Em Daniel 3:5, 7, 10, 15, instrumentos de música foram usados em conexão com adoração idólatra. Apelando para o sentido religioso da carne, eles produzem uma falsa percepção de adoração.

Os instrumentos musicais tiveram seu lugar no Velho Testamento e serão novamente usados no Milênio (2 Cr 5:11-13; Sl 150). Eles, como suas vestes sacerdotais e seus sacrifícios, estão conectados a um santuário terrestre. Mas a adoração Cristã é de fé, não de vista; celestial, não terrenal.

Novamente, Mateus 9:15 contém um princípio importante relacionado a esse assunto. O Senhor Jesus, desprezado e rejeitado por este mundo, está ausente, e isso deveria, em grande medida, caracterizar nossa adoração. A Igreja sente a ausência do Noivo! O toque das trombetas certamente não é consistente com nosso relacionamento com o Senhor como o Ausente! Como podemos adorá-Lo, a Quem o mundo matou, com os mesmos instrumentos que eles empregam para tirá-Lo de seus pensamentos? A esse respeito, não é a nossa posição a mesma de Israel na Babilônia (Sl 137:1-4)? As harpas estavam penduradas nos salgueiros. “Mas como entoaremos o cântico do SENHOR em terra estranha?”. Fraqueza deve caracterizar nossa adoração, enquanto pensamos em nosso Senhor como o Rejeitado e lamentamos Sua ausência.

E os instrumentos musicais relacionados com o evangelismo? Aqui, novamente, o apelo seria para o que a carne desfruta e não teria poder sobre a consciência. O grande lugar dado aos elaborados cultos musicais no arraial é, sem dúvida, uma atração para muitos, e não questionamos que Deus, em Sua soberania, poderia usar a execução de um hino, mesmo por um músico não salvo, para a salvação de uma alma. Mas poderíamos nós, que estamos reunidos para o nome do Senhor Jesus, fora do arraial (Hb 13:13), de forma consistente com nosso chamado celestial, usar em nosso serviço no evangelho o que Deus deixou de fora como inadequado para Ele na adoração em Sua presença e pensar que é adequado para Ele em Seu serviço no evangelho, seja para crianças ou adultos? Em vez disso, que possamos sempre buscar, pela graça, o que é adequado à Sua presença e agradável a Ele.

A Palavra de Deus nos proíbe de possuir instrumentos musicais e usá-los em nossa casa? Não. Os Cristãos são deixados livres para serem guiados pela graça de Deus que os salvou e para serem constrangidos pelo amor de Cristo, a viver, não para si mesmos, mas para Aquele que morreu por eles e ressuscitou (Rm 12:12).

Concluindo, embora o canto tenha um lugar reconhecido no serviço Cristão (At 16:25; Cl 3:16; Ef 5:19), os instrumentos musicais nunca são mencionados em conexão com o canto.

C. H. Brown

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