Origem: Livro: Os Patriarcas

O arco na nuvem

Esta pode muito bem ser a nossa confiança na fé de tal verdade. Mas a estas reflexões gerais sobre os concertos e seus sinais, devo acrescentar que o sinal dado a Noé tem um belo significado. O arco, por assim dizer, flutuou triunfante sobre a nuvem. Ele rolou a pedra e assentou-se sobre ela. Sua forma e porte eram os de um conquistador. Ele disse à nuvem: “Até aqui virás, porém não mais adiante: E aqui pararão as tuas ondas orgulhosas” (TB). Ele deu ao anjo da morte a sua medida e disse-lhe: “Basta, agora retira a tua mão”.

E tudo isso vive na lembrança divina. A Terra e o concerto que a protege estão lá. “Estará o arco nas nuvens, e Eu o verei, para Me lembrar do concerto eterno entre Deus e toda alma vivente de toda carne, que está sobre a Terra”. Consequentemente, esta promessa à Terra é lembrada, o arco na nuvem é observado, em cada estágio e variedade dos atos dispensacionais do Senhor.

É claro que isso foi lembrado durante todo o tempo em que o Senhor esteve assentado em Sião, pois então a glória fez da terra sua residência. O Senhor habitou então entre os querubins, no templo de Jerusalém, na terra de Israel. Mas quando o trono do Senhor deixa aquela cidade, e o santuário perde a glória, porque as abominações o entristeceram e perturbaram, o trono e a glória são acompanhados pelo arco-íris para o céu (Ez 1:28). Embora a Terra tenha deixado, por um tempo, de ser a morada de Deus, ainda assim ela estava diante d’Ele em conselho. Ele estaria atento a isso, como objeto de Seu fiel cuidado, de acordo com a promessa. (Assim como o trono de Davi. Esse trono está atualmente no pó – a coroa de Judá foi derrubada – mas a promessa do Senhor para ele é lembrada, assim como Sua promessa para a Terra. Esta analogia se encontra nas Escrituras em Jeremias 33. Desonradas agora ou transformadas em zombaria dos ímpios, as promessas à Terra e ao trono de Davi ainda estão em completa lembrança e, a seu tempo, serão cumpridas).

E, portanto, quando o céu se abre à nossa vista, vemos o arco fiel e lembrado cercando o trono (Ap 4). E ainda mais. O arco-íris é visto quando o Senhor é apresentado descendo para a execução direta e imediata do julgamento. O anjo forte, o Executor divino do dia do Senhor, desce à Terra vestido com uma nuvem, o símbolo do julgamento e o terrível vaso da ira (Gn 9:14; Ap 1:7). Mas mesmo assim o arco-íris está com Ele (Ap 10); tanto quanto para nos dizer que até o fim, e no final, Deus Se lembra de Sua promessa à Terra e lutará com julgamento. A nuvem descerá, é verdade – eles “verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu”. O julgamento deve ocorrer – os livros devem ser abertos – as salvas (ou taças) devem ser esvaziadas; mas é apenas para tirar do reino os que ofendem – para destruir os que destroem a Terra. A nuvem, ao executar sua comissão, deve permanecer no início do arco. O dia do Senhor, ou o julgamento, deve dar lugar à presença do Senhor, ou ao refrigério e à restauração. O anjo forte pode clamar que não haveria mais demora; o curso atual das coisas cessará novamente, como aconteceu nos dias de Noé; mas o arco brilha, aos olhos do Senhor, tão intensamente como sempre, e Sua promessa vive em Seu coração. A Terra ainda é amada, por causa de Noé, como Israel é por causa dos pais – aquele Verdadeiro Noé, em Quem (e somente em Quem) todas as promessas de Deus são sim e amém; e de Quem será dito em toda a Sua plenitude e verdade: “Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o SENHOR amaldiçoou”.

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