Origem: Livro: O Que Acontece Depois da Morte
CAPÍTULO 2 – Cristo e a Morte
Introdução
O que é a morte? Para o incrédulo não há nada mais terrível do que ela. Com razão de sobra as Escrituras a chamam de “o rei dos terrores”. Do ponto de vista do juízo é o fim do primeiro Adão. Não apenas o fim da natureza física, senão que, quanto mais se considera a morte em relação com a natureza moral do homem, mais terrível ela se faz.
Tudo quanto o homem possui, seus bens, pensamentos, toda a atividade de seu ser acaba e morre para sempre, “sai-lhe o espírito perecem os seus pensamentos” (Salmos 146:4). Para o homem é o fim de toda esperança, o término de todo projeto, o desenlace de todo conselho e plano. Rompe-se o elo, o motivo íntimo de todo pensamento ou ação. A vida na qual se desenvolvia já não existe. A cena ruidosa na qual transcorreu toda a sua vida se extingue. Ele próprio se apaga e desaparece. Ninguém mais tem o que tratar com ele. Sua natureza sucumbe por não haver podido resistir à tirania da morte a quem agora pertence e que exige seus terríveis direitos.
“O Salário do Pecado é a Morte”
Isso não é tudo. Ó homem, cheio de vida neste mundo, submerge na morte. Porquê? Porque o pecado introduziu-se no mudo e despertou a consciência. Mais ainda, com o pecado veio o juízo de Deus. O salário do pecado é a morte, terror para a consciência. E o poder de Satanás sobre o homem, porquanto Satanás tem o domínio da morte.
Deus não poderia ajudar-nos com respeito a isto? Desgraçadamente a morte constitui Seu próprio juízo sobre o pecado! Poderia ter sido somente uma prova, um indício de que o pecado não deve passar sem advertência, mas é o terror e o açoite como testemunho do juízo divino, assim como é a polícia para o criminoso e como a prova de sua culpa diante do juízo que se aproxima. Há como deixar de ser terrível essa situação? E o selo posto sobre a queda, a ruína e a condenação do primeiro Adão. Não pode subsistir como homem vivo diante de Deus. A morte está escrita sobre ele, pecador que não pode livrar-se. Culpado e condenado de quem o juízo se aproxima.
Cristo Interveio Entrando na Morte
Mas Cristo interveio: entrou na morte. Que verdade maravilhosa! O Príncipe da vida penetrou ali. Então, que é a morte para o crente?
Fixemo-nos no alcance completo desta maravilhosa intervenção de Deus. Temos visto que a morte é o fim do homem, que é poder de Satanás, juízo de Deus e paga do pecado. Mas tudo isso está relacionado com o primeiro Adão, o homem natural que está debaixo da sentença de morte e do juízo, por causa do pecado. Temos visto o duplo caráter da morte: primeiro, é o fim da vida, da força vital; também, é um testemunho do juízo de Deus para o qual ela conduz.
Cristo foi feito pecado por nós; sofreu a morte e a atravessou, sendo ela o poder de Satanás e o juízo de Deus. Cristo enfrentou a morte sob todos os seus aspectos.
Cristo Padeceu o Juízo
Cristo suportou plenamente o juízo de Deus antes que o dia do juízo chegasse. Em que pese à sua inocência, sofreu a morte como paga do pecado. Assim a morte deixou, por completo, de semear o terror na alma do crente. Pode acontecer a morte física (cujo poder Cristo destruiu por completo), porém, em I Coríntios 15, lemos: “nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados… quando isto que é corruptível se revestir de incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir de imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória” (v.51 e 54). Tal é o poder da vida em Cristo.
E um feito infinitamente precioso para nós motivo de toda consolação e de gozo inefável se formos capazes de contemplar a Cristo e dizer que Ele é a nossa vida! A morte não tem nenhum poder sobre a vida de Cristo. A fortaleza divina, atuando com poder de vida, tragando a morte, nos liberta plenamente das consequências do pecado. O mesmo poder divino que ressuscitou a Cristo dentre os mortos, atua agora em nós e nos ressuscitará por meio de Jesus.
Para Onde vão os Mortos?
Não seria necessário escrever sobre este tema se os que devem explicar o que a Palavra de Deus ensina, não a alterassem e se não desconversassem. Os erros desses falsos mestres provêm, antes de tudo, do fato de não estarem convencidos da plena autoridade das Escrituras e de a substituírem pelos tristes produtos da imaginação deles. “Se alguém ensina alguma outra doutrina, e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade, é soberbo, e nada sabe mas delira acerca de questões e contendas de palavras…(1 Timóteo 6:3,4). A Palavra de Deus qualifica, de modo justo, a essas fantasias ou ensinos de diferentes doutrinas, como fábulas profanas e de velhas (veja I Timóteo 1:3; 4:7; II Pedro 1:16).
São Muitas as Falsas Ideias que Surgiram
Não estranhemos os erros que cometem estes homens quando nos falam do “sono da alma” depois da morte, ou de seu “desenvolvimento gradual” depois de sair do corpo, ou de sua “passagem de esfera em esfera até sua perfeição final”. Os livres-pensadores universais acariciam essas ideias, ao falar das almas que voltam a encontrar no além as afeições e ocupações deste mundo.
Outro erro é falar do “aniquilamento” ou destruição da alma dos maus. Seria inútil querer esgotar a lista destas alucinações e falsas ideias, posto que não são fruto do Cristianismo e por desgraça, não podemos esperar que os que isso propagam, reconheçam sua ignorância. Queremos, sinceramente, firmar os queridos filhos de Deus nesta fé, que uma vez para sempre foi dada aos santos.
A Incredulidade é a Base de Tais Erros
A incredulidade a respeito da inspiração divina das Escrituras é, como já dissemos, a base de todos esses erros, os quais fazem parte da apostasia predita pela mesma Palavra de Deus, cujo desenlace final está chegando.
Aqueles crentes dispostos a dar ouvidos a esses falsos discursos (seja por ignorância, seja por uma confiança erroneamente depositada nos que os doutrinaram) necessitam pois, submeter à prova esses discursos, por meio das Escrituras.
