Origem: Livro: Os Patriarcas

Carne e Espírito

A arca, como já observei, tinha sua porta e sua janela, e Noé tinha seus espias para enviar à terra prometida – e a missão desses espias, o corvo e a pomba, expressam a experiência do santo nas obras contraditórias da carne e do Espírito, que contendem nele.

O corvo nunca retorna. A Terra pode ainda não ter sido purificada, mas a natureza impura pode se ocupar com ela. O “presente século mau” será bastante bom para o homem caído e degradado. Na verdade, para o corvo impuro, a arca era mais um lugar de cativeiro do que de segurança. Ele nunca retorna à arca quando escapou. Mas Noé não confiará nele. Bela inteligência santa! O corvo pode permanecer do lado de fora; mas isso não é prova para Noé de que a Terra esteja limpa ou adequada para a planta do seu pé. Noé não confiará nele, mas enviará uma criatura limpa atrás dele. E realmente diferentes são as notícias que esta traz. É, em princípio, a disputa entre Calebe e Josué e seus companheiros espias. A pomba retorna instintivamente. Não houve descanso para ela em um lugar ainda sob julgamento de Deus e sem purificação. E Noé, consciente de que pode confiar nela e submeter a questão ao seu assentamento, envia-a uma segunda e uma terceira vez. E bem, na verdade ele pode confiar nela. A sua única empatia é com as promessas de paz e de uma nova criação. No segundo retorno ela traz uma folha de oliveira no bico e depois da terceira missão ela nunca mais volta.

Belo mistério! A Terra foi redimida da maldição agora, e em seu estado de nova criação a pomba pode deleitar-se. Tudo é ar nativo para ela. Agora é a Terra da pomba e da oliveira, e Noé entende a ausência desta criatura limpa. Ele imediatamente remove a cobertura da arca e olha para fora; e o Deus da glória logo o deixa sair, como o Deus de toda graça o havia fechado dentro antes.

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